sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Convergência tecnológica

A integração bockchain à economia remete ao blog do oráculo Chainlink, anúnciando lançamento do Chainlink Functions, recurso, dando verdadeira virada aos desenvolvedores ao permitir que conectem qualquer contrato inteligente à API, interface de programação de aplicativos, dispensando necessidade de infraestrutura dedicada ou 'nó' Chainlink para recuperar dados fora da blockchain, na verdade, maior autonomia à desenvolvedores. Chainlink Functions revoluciona interação entre blockchain e web2, já em versão beta oficialmente disponível nas redes de teste Sepolia e Polygon da rede Ethereum em Mumba,i abrindo portas à nova era para desenvolvedores Web3, bem como desenvolvedores Web2, sendo que a inovação beneficiará a todos ajudando um se conectar com o outro e vice-versa. A Chainlink está desenvolvendo sistema de aplicativo híbrido permitindo comunicação direta entre contratos inteligentes e aplicativos web2 através de sistema API, ferramenta que pretende ser de fácil aprendizado, pois fornece abstração notável à desenvolvedores de contratos inteligentes e dApps que precisam especificar tipo de dados que desejam recuperar como, resultado esportivo, clima, resultados de votação ou mesmo dados de dispositivos conectados e, como devem ser tratados, sem preocupar com complexidade subjacente gerenciada pelo Chainlink Functions, já que dApps construídos chamam o contrato inteligente Chainlink Functions para recuperar os dados externos desejados via API. 

A tecnologia desenvolvida pela Chainlink é parte de abordagem para facilitar  acessibilidade web3 à desenvolvedores e a falta de ferramentas disponíveis para integrar blockchain na Web2 como um todo provavelmente é a culpada, enquanto as blockchains criados eram inicialmente apenas registradores independentes à transmissão de informações e/ou valores, sendo que sucessivos desenvolvimentos permitiram ganho de conectividade, seja  interação entre blockchains no âmbito da interoperabilidade, seja com o mundo real graças às redes oracle e as soluções se complementam formando a futura base tecnológica elementar do mundo de amanhã, entrelaçando física e atividade econômica digital. O derretimento das calotas polares e eventos climáticos extremos mais frequentes e intensos, decorrente efeitos das mudanças climáticas estão se tornando cada vez mais óbvios, havendo necessidade urgente de prevenir alterações do clima com tecnologias e métodos sendo investigados para fazê-lo e, em  essência,  blockchain é livro-razão descentralizado que registra transações e armazena dados de forma segura e transparente em aplicações, desde criptomoedas a gerenciamento da cadeia de suprimentos, no entanto, suas potenciais aplicações no combate às modificações climáticas ainda estão sendo exploradas. A criação e administração de créditos de carbono é modo pelo qual blockchain ajuda combater mudanças climáticas, via licença negociável chamada “crédito de carbono”, permitindo ao titular emitir certa quantidade de gases de efeito estufa como o C02  à reduzir emissões, com empresas e organizações comprando créditos de carbono que podem ser negociados no mercado. A gestão dos créditos de carbono torna mais transparente e eficaz via blockchain, com transações rastreadas em tempo real e documentadas usando registro descentralizado, ao fazer isso, a fraude é evitada e o uso pretendido dos créditos de carbono garantido. Ao estabelecer infraestrutura de energia descentralizada, a blockchain incentiva adoção de fontes de energia renováveis sem ajuda de organização centralizada ou empresa de serviços públicos, permitindo pessoas e empresas comprar e vender energia renovável diretamente entre si usando rede descentralizada, apoiando adoção de fontes de energia renováveis como energia solar e eólica e diminuindo dependência de combustíveis fósseis. O gerenciamento da cadeia de suprimentos é outra área que blockchain está sendo usada para enfrentar mudanças climáticas com empresas tendo oportunidade para reduzir emissões de gases e tomar decisões mais sustentáveis, utilizando blockchain para rastrear pegada de carbono de produtos e materiais na cadeia de suprimentos ao promover práticas sustentáveis de produção e consumo.. O monitoramento e relatórios de emissões de carbono de fontes, como empresas, veículos e estruturas, podem ser feitos usando blockchain enquanto governos e organizações podem medir e relatar com precisão suas emissões e monitorar progresso em relação às  metas de redução utilizando registro descentralizado para rastreamento. O uso da tecnologia blockchain em relação as mudanças climáticas apresenta dificuldades e restrições como exigência de padronização e compatibilidade, necessitando de conjunto uniforme de regras e protocolos com os quais as partes interessadas possam concordar gerenciar créditos de carbono e rastrear emissões de forma eficaz. Muitas redes blockchain atualmente pouca  capacidade e processam apenas pequeno número de transações e, se  blockchain for amplamente utilizado para gerenciar créditos de carbono ou rastrear emissões,  pode tornar-se gargalo.

Moral da Nota: a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e  Cultura, Unesco, alertou na Conferência Internacional sobre a Ética da Neurotecnologia, em Paris, para os perigos da utilização conjunta e descontrolada das neurotecnologias e inteligência artificial, IA. Anunciou que desenvolveria estrutura ética para proteger direitos humanos e integridade mental dos usuários especificando neurotecnologia, "como uma das tecnologias promissoras do nosso tempo", fornecendo tratamentos à milhões de pessoas que sofrem de doenças neurológicas e mentais, transformando outros aspectos da vida humana, "desde o aprendizado e cognição dos alunos a sistemas de realidade virtual e aumentada, além de,  entretenimento". Esclarece necessidade de estar "atentos aos desafios que surgem do rápido e desregulado desenvolvimento e implantação da tecnologia inovadora, incluindo entre outros, riscos à integridade mental, dignidade humana, identidade pessoal, autonomia, justiça, equidade e privacidade mental". A vice-diretora-geral para Ciências Sociais e Humanas da Unesco, Gabriela Ramos, na conferência, aponta ao perigo da utilização descontrolada das neurotecnologias na sua convergência com IA, que é “de grande alcance e potencialmente prejudicial” concluindo que “estamos caminhando à um mundo em que os algoritmos nos permitirão decodificar processos mentais e manipular diretamente mecanismos cerebrais que fundamentam intenções, emoções e decisões”.