Avança nos EUA o projeto do governo de remover emissões de carbono do ar e criar 4.800 empregos, parte da agenda de Investimentos na América do presidente Biden, com o DOE, Departamento de Energia, anunciando até US$ 1,2 bilhão para avançar no desenvolvimento de 2 instalações de captura direta de ar em escala comercial no Texas e Louisiana. Os projetos são as seleções iniciais do programa de Hubs Regional Direct Air Capture, DAC, financiado pela Lei de Infraestrutura Bipartidária, iniciando rede nacional de locais de remoção de carbono em larga escala abordando poluição de CO2 e complementando reduções rápidas de emissões, emissões já na atmosfera, alimentando mudanças climáticas, condições extremas colocando em risco saúde pública e ecossistemas no mundo. Os Hubs deverão assegurar envolvimento da comunidade e do trabalho e contribuam à Iniciativa Justice 40 e, juntos, espera-se que removam mais de 2 milhões de toneladas métricas de emissões de CO2/ano da atmosfera, quantidade equivalente às emissões anuais de 445 mil carros movidos a gasolina criando 4.800 empregos no Texas e Louisiana. O anúncio é o maior investimento em remoção de carbono de engenharia na história e cada Hub removerá mais de 250 vezes CO2 que a maior instalação DAC em operação. Nos Emirados Árabes Unidos emerge acordo para desenvolver sistema de compensação de carbono na blockchain Venom Foundation, através do Ministério de Mudanças Climáticas e Meio Ambiente dos EAU desenvolvendo sistema de crédito de carbono em parceria com o Industrial Innovation Group e a Venom Foundation. A Blockchain acompanha compensações de carbono e devido à natureza imutável dos dados armazenados na cadeia, esses títulos podem ser vendidos ou negociados com segurança e total transparência às partes interessadas, permitindo organizações governamentais, como o MCCE dos EAU, venderem ou emitirem títulos às empresas, sendo que os detentores dos títulos podem gastá-los na quantidade específica de carbono em determinado período de tempo, ou, negociá-los com organizações que desejam compensar suas próprias emissões e, em última análise, alcançar neutralidade de carbono até 2050. Os EAU ocupam o 33º lugar no mundo em termos de emissões totais, a análise no mesmo relatório mostra que ocupa o 6º lugar per capita com base em dados de 2020 e, de acordo com o Our World in Data, emitiram 21,79 toneladas de carbono per capita em 2021. Um dos 7 emirados que compõem os EAU apresentou programas locais para se manter alinhado ao compromisso de "emissões líquidas zero até 2050", incluindo programa em Abu Dhabi aprovado pelo príncipe herdeiro do xeque Khaled bin Mohamed bin Zayed.
Entre nós, a Fintech brasileira PlanetaryX que une blockchain e IA no desenvolvimento de ativos digitais representando a preservação de ecossistemas naturais, anunciou que arrecadou US$ 2 milhões em rodada de financiamento inicial cujos fundos serão aplicados no desenvolvimento de tecnologia IA destinada à proteção do meio ambiente. Sediada em São Paulo a PlanetaryX é extensão do hub de tecnologia da Sthormio acreditando no potencial da união IA e blockchain para criar classe de ativos financeiros destacando que os ativos têm propósito de representar e incentivar preservação dos ecossistemas, batizados de Ativos de Conservação de Biomas, BCAs, sendo títulos negociáveis conectando investidores a projetos de conservação ambiental de diferentes biomas ao redor do mundo, abrangendo serviços ecossistêmicos como sequestro de carbono, proteção da biodiversidade, regulação da qualidade do ar, mitigação de enchentes, purificação de água e etc. A PlanetaryX executa a versão teste do protocolo EarthBook, capaz de sintetizar, auditar e certificar dados de projetos de conservação, dessa forma, pretende emitir BCAs que representam hectares de áreas protegidas em biomas florestais primários do Brasil como a Floresta Amazônica e Mata Atlântica. Destaca que a securitização dos BCAs é realizada através da B3, Bolsa de Valores de São Paulo, em conformidade com a legislação brasileira, sendo que a novidade ganha força com a chegada ao Planetary X do pioneiro de mercado com décadas de experiência no lançamento de produtos tecnológicos de ponta no mundo, Scott Bagby, um dos primeiros funcionários da Skype, que aumentou a receita da empresa a 500 milhões de dólares em 3 anos.
Moral da Nota: o calor de 2023 no hemisfério norte, o mais quente já registrado, está sendo consumido pelas chamas, com a mudança climática que não é mais ameaça no horizonte, mas, perigo presente devastando comunidades e ecossistemas. Em destaque Rodes, Grécia, Odemira, Portugal, e Maui, Havaí, servindo como triste novidade e testemunho da realidade urgente, não sendo incidentes isolados, mas sinais de situação catastrófica se desenrolando. Não são incidentes aleatórios, mas sinais que o tema mudança climática parece esmagador com discussões sobre gases efeito estufa, aumento da temperatura e derretimento das calotas polares parecendo distantes, mas não ignorados. A ação coletiva seja por meio de mudanças pessoais, como reduzir desperdício ou instar governos tomar medidas em relação às políticas ambientais, todos têm papel a desempenhar e não é uma questão de geografia mas desafio à humanidade. Rodes, Odemira e Maui servem de alerta que a mudança climática não é ameaça distante, acontece agora, sendo que esses incêndios devem ser interpretados como sinal à mudar de rumo, não se tratando apenas de salvar árvores ou animais, mas de preservar o futuro.