sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Climate justice

O British Antarctic Survey utiliza drones na coleta de dados da Antártica e busca interpretação das alterações decorrentes o aquecimento global através de IA, deste modo, drones e veículos subaquáticos são elementos utilizados pelo British Antarctic Survey para estudar o Pólo Sul e, assim que coletam dados, processam massivamente para determinar correntes oceânicas e previsões do tempo com sistemas de aprendizado profundo semelhantes aos do ChatGPT. Os cientistas pesquisam partes do Ártico e Antártida coletando dados que auxiliam combater mudanças climáticas, estudando, por exemplo, geleiras da Ilha James Ross, no Pólo Sul; porque o ar congelado nas bolhas deixa vestígios históricos de CO2 e metano, 2 dos gases mais poluentes e, desta forma, registros anteriores de temperatura da superfície, ou, quão ácidas as geleiras são, podem ser medidos. A realidade do continente congelado se conecta ao resto do planeta com especialistas testando como temperaturas nos oceanos tropicais influenciam a queda de neve na Antártica, trazendo mais umidade e, estudos sobre gelo polar, fornecem ferramentas para planejar ações de combate às mudanças climáticas. 

Além de estudar mudanças de temperaturas e gases efeito estufa, o British Antarctic Survey,  a bordo do navio de pesquisa RRS Sir David Attenborough, usa IA para sistematizar dados coletados através de drones e satélites, além de veículos subaquáticos como o 'planador subaquático slocum', representando o futuro da oceanografia, robôs autônomos que mergulham até 1 km de profundidade para medir mudança na velocidade da água e temperatura, responsável pelo derretimento dos polos, em seguida,  envia a localização por GPS e os dados coletados aos cientistas. Graças à IA construíram, o IceNet, sistema que prevê como o gelo marinho muda usando aprendizado profundo, o mesmo mecanismo que o ChatGPT usa, sendo que o programa, já  testado na Antártida, funciona como o Google Maps, mas no meio das geleira.  A ferramenta de IA recolhe os dados sobre correntes oceânicas, previsões meteorológicas, ventos e visibilidade, propondo rota de navegação eficiente e não necessariamente a mais curta, mas onde há menos calotas polares, contribuindo para que o navio gaste menos energia e, portanto, a pegada de carbono é menor,  além disso, a projeção é mais atualizada e rápida que imagem de satélite e, no Pólo Sul, costuma ser atualizada uma ou duas vezes por dia. O líder do laboratório de IA do British Antarctic Survey. explica que “IA nos fornece reunião de diferentes dados, por exemplo, se precisamos prever como a Antártida se comporta, como o nível do mar vai subir, em última análise, o aumento do nível do mar vai mudar nos próximos anos e décadas; precisaremos das informações, por outro lado, o navio é como laboratório flutuante e levamos a embarcação às posições e locais mais necessárias”. Com todos mecanismos de pesquisa, mostrando que a geleira Thwaites é evidência do aquecimento global, localizada na Antártica Ocidental, tão grande quanto Reino Unido e Flórida, sendo que a velocidade com que derrete dobrou nos últimos 30 anos e, sozinha, é uma das que mais contribui à elevação do nível do mar. O geofísico de geleiras do British Antarctic Survey, explica que “a taxa de perda de gelo contribui com 4% do aumento do nível do mar, supera a Groenlândia, o Himalaia e os Alpes e, sozinho, o Thwaites pode contribuir com 65 cms no aumento do nível do mar" acrescenta que a chamada geleira do fim do mundo, derretendo completamente, o nível do mar subirá até  3,5 mts,  inundando as costas, no entanto, esclarece que poderá acontecer no próximo século.

Moral da Nota: o mundo já vive no El Niño, fenômeno meteorológico mais poderoso do planeta e que pode alterar mais ainda o clima, enquanto a OMM,  Organização Meteorológica Mundial, confirmou em 4 de julho que o planeta já experimenta seus efeitos, pela primeira vez em 7 anos e sua chegada coloca em risco atingir temperaturas nunca antes registradas. Outra, de rodapé, o Senado espanhol concedeu status legal, reconhecendo que um ecossistema tem direitos,  aprovando lei que dá personalidade jurídica ao Mar Menor, sendo que algo semelhante se busca na Holanda com o Mar do Norte e França com o Rio Loire e, no México,  empenha-se em reviver henequen, fábrica cuja fibra pode substituir o plástico e, na Índia,  importam chitas, 70 anos depois que foi extinta por lá. A personalidade jurídica à ecossistemas foi reconhecida em países como Equador, Colômbia e Nova Zelândia.