A Irlanda do Norte experimentou temperaturas anormalmente quentes em junho, alcançando condições que permitiu que uma onda de calor fosse declarada em 13 de junho, com 3 dias consecutivos de temperaturas superiores a 25 ºC, em país cujo verão gira em torno de 16 ºC, quebrando outro recorde quando os termômetros atingiram 29°C a temperatura mais alta de junho já registrada. O Sol nesta altura do ano se põe até depois das 22:00 hs e, com as temperaturas nessa altura ainda nos 20 ºC, o mar era o local perfeito, no entanto, dadas as temperaturas do ar, o calor aquece as águas ao redor da Irlanda e Reino Unido, com temperaturas subindo acima da média de longo prazo e temperaturas da superfície do mar girando 4-5 ºC acima que normalmente se espera nesta altura do ano. As águas da maior parte do Atlântico Norte refletem mudanças recordes na circulação de calor e ar mostrando temperaturas globais da superfície experimentando níveis recordes, sendo que, além do El Niño, há anomalias na temperatura da superfície do mar em partes do Atlântico Norte aumentando nos últimos meses.
Em abril e maio, recordes de temperaturas globais da superfície do mar sendo uma das razões, o emergente El Nino, declarado pela NOAA, dos EUA. O surgimento do fenômeno contribui às elevadas temperaturas globais da superfície do mar, mais quentes que o normal no Pacífico Central e Leste tropical, padrão indicativo de El Niño, significando que a superfície do mar e as temperaturas atmosféricas atingiram o limite à declaração, em contraste ao La Niña, padrão irmão do El Niño, em mares mais frios influenciando padrões climáticos globalmente. A oscilação de 2 a 7 anos em temperaturas da superfície do mar e pressões atmosféricas correspondentes no Pacífico contribuem ao leve resfriamento global e, com o surgimento do El Niño, espera-se que temperaturas globais aumentem mais, potencialmente levando ao ano mais quente já registrado e combinada com a tendência geral de aumento nas temperaturas médias da superfície, aumentando a probabilidade de nos próximos 5 anos se tornar o mais quente já registrado. Parte do que causou as temperaturas acima da média na Irlanda do Norte em junho foi a posição do Polar Front Jet Stream que havia migrado mais ao norte, típico para junho, permitindo que a alta dos Açores estendesse mais para nordeste e assumisse posição sobre o Reino Unido, criando o sistema de bloqueio de alta pressão que permaneceu na posição por semanas. Uma consequência da posição do PFJS e da extensão da alta dos Açores foi que os ventos alísios foram significativamente interrompidos e enfraquecidos e normalmente agitam os mares, levando à mistura e resfriamento das águas, à medida que sopram do NE trazem poeira do Saara através do Atlântico que atua espalhando o calor recebido, suprimindo o acúmulo de calor no oceano. Daí, as alterações implicam em Influência na formação de furacões, em Anomalias da Temperatura da Superfície do Mar no Reino Unido e Irlanda, com a NOAA declarando onda de calor marinha categoria 4, extrema, para o Reino Unido, indicando que, embora os mares não possam ser considerados quentes em termos absolutos, atingiram temperaturas observadas no final do verão, por volta de agosto e setembro e temperaturas excepcionalmente altas prejudicam a vida marinha, atividades pesqueiras e disponibilidade de oxigênio e nutrientes nos mares. As temperaturas da superfície do mar no Atlântico Norte agora em níveis recordes com o início da temporada de furacões, sendo bem documentado que as temperaturas dos oceanos têm aumentado no mundo nas últimas décadas, no entanto, o que acontece com as águas quentes no Atlântico Norte nas últimas semanas deixou cientistas agitados. As temperaturas no Atlântico Norte estão se aquecendo em níveis recordes na primavera, com base em dados compilados pelos satélites da NOAA e produzidos pela Universidade do Maine, sendo que no início de junho as temperaturas da superfície do mar no Atlântico Norte estavam 0,5 ºC acima do recorde anterior e mais de 1ºC acima da média de 1982-2011, sendo que a razão para este calor recorde recente de 2023 ainda está sob investigação.
Moral da Nota: cientistas do clima concordam que a mudança climática e aquecimento contínuo nos oceanos são, fator contribuinte, no entanto, concordam que é mais provável que haja vários fatores em jogo. Um dos mais prováveis é a configuração atmosférica recente sobre o Atlântico Norte, nas últimas semanas e meses, o persistente padrão de bloqueio no mar de Labrador, Groenlândia e Islândia que levou a longos períodos de clima mais frio e úmido na primavera no Canadá Atlântico e quando partes do Maritimes registraram mais de 100 mm de chuva em apenas 5 dias. Essa configuração de bloqueio nas altas latitudes do Atlântico Norte significa que há pressão maior que o normal na região e normalmente leva a pressão abaixo do normal nas Bermudas e Açores, que aconteceu na primavera. A configuração atmosférica recente do Atlântico Norte eleva as temperaturas acima da média nas altas latitudes e nos trópicos e uma alta subtropical mais fraca equivale a ventos alísios de leste mais fracos que aumentam a ressurgência da água mais fria abaixo da superfície com oportunidade maior do Oceano Atlântico tropical aquecer no final da primavera. Como resultado, uma das áreas com anomalias de temperatura da superfície do mar na "Região Principal de Desenvolvimento" no Atlântico tropical, é fundamental no desenvolvimento tropical já atingindo temperaturas normalmente não vistas até agosto e setembro. Um estudo da NASA de 2021 previu menos poeira no Saara nos próximos anos em grande parte devido ao aquecimento das temperaturas oceânicas no Atlântico Norte, levando a mais tempestades e furacões tropicais, com mais combustível disponível para sistemas em desenvolvimento. Cientistas do clima que estudam ondas de calor relatam que sua frequência e duração aumentaram desde 1960 e o IPCC, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas, em recente avaliação, descobriu com quase certeza que padrões de mudança de calor extremo são impulsionados principalmente pelo excesso de gases efeito estufa que prendem o calor na atmosfera, fenômeno que causou o aquecimento global antropogênico.