segunda-feira, 3 de julho de 2023

Opióide

Emerge acordo à impedir o tráfico da matéria-prima do fentanil entre México e China depois que um carregamento para fabricar o opióide foi encontrado em Michoacán, com o governo chinês anunciando investigação e em breve implementará acordo para evitar transferência de substância precursora de opióde, segundo o presidente do México. O Subsecretário de Estado para Assuntos Internacionais de Narcóticos e Aplicação da Lei dos EUA, afirmou que grande parte dos precursores de fentanil são provenientes da China,  desmentida pelo governo do país asiático, no entanto, só em 2021, a droga matou 71 mil norte-americanos, país que vive crise sanitária devido aos altos índices de consumo dessa substância.  A DEA aponta cartéis mexicanos como responsáveis ​​pelo avanço do consumo nos EUA e segundo o Instituto Nacional de Abuso de Drogas dos EUA, NIDA, 109 mil pessoas morreram por overdose de drogas no país em 2022, aumento de 0,7% e, desse total, 71 mil foram por fentanil. A senadora dos EUA, Elizabeth Warren, aponta pagamentos em criptomoeda facilitando comércio de fentanil na China, sugeriu ligação entre pagamentos em cripto e empresas sediadas no país que fornecem precursores do opioide fentanil, disse, citando relatório da empresa de análise blockchain Elliptic para sugerir conexão entre criptomoeda e “transações de drogas ilegais” em empresas chinesas, que 90% das 90 empresas chinesas que fornecem precursores de fentanil estavam dispostas a aceitar pagamentos cripto, incluindo Bitcoin e, que “o número de transações de criptomoedas associadas aos corretores chineses de fentanil aumentou 450% apenas em 2022”. Dados do National Institutes of Health, uma das plataformas mais conhecidas que facilitavam transações ilegais de drogas através de pagamentos criptográficos, a Silk Road, foi fechada em 2013 e o fundador, Ross Ulbricht, condenado à prisão perpétua.

A DEA, Drug Enforcement Administration,  apreedeu mais de 379 milhões de doses de fentanil em 2022, mais de 50,6 milhões de pílulas prescritas falsas com fentanil e mais de 10 mil libras de pó de fentanil em 2022l. As pílulas são feitas para parecer idênticas aos medicamentos prescritos reais incluindo OxyContin, Percocet e Xanax contêndo enchimento e fentanil, encontradas nas redes sociais. A Food and Drug Administration, FDA, dos EUA, autorizou a venda sem receita de antídoto para prevenir overdoses causadas por fentanil, Narcan, naloxona, fabricado em laboratório e a custos mais baixos que a heroína. Estudo aponta que em Nova York o fentanil substitui a heroína, onde mais de 80% dos usuários de drogas usam fentanil e 18% o fazem voluntariamente, ao passo que a  "esmagadora maioria" questionada ao estudo disse que sua droga "principal" era a heroína  e, segundo a autora do estudo Courtney McKnight, professora e assistente clínica de epidemiologia na Universidade de York, Escola de Saúde Pública Global, os dependentes "parecem ter poucos meios de evitar o fentanil". Os resultados do estudo foram publicados no International Journal of Drug Policy, com realização de testes toxicológicos em 313 usuários de drogas, que responderam a questionário e 162 dos quais responderam a entrevistas mais aprofundadas entre 2021 e  2022 e, como resultado, 83% testaram positivo para fentanil, com ou sem heroína e "18% disseram que usaram fentanil recentemente intencionalmente". Nova York viu o número de overdoses disparar de 942 em 2015 para 2.668 em 2021 e, segundo a especialista, "quase todos no estudo disseram estar preocupados com uma overdose", daí,  quase um em cada quatro usuários teve uma overdose pelo menos uma vez nos 6 meses anteriores a pesquisa.

Moral da Nota: relatório da Chainalysis, empresa de análise de blockchain, divulgou dados ligando utilização de criptomoedas ao comércio de fentanil, em endereços rastreados que receberam mais de US$ 37,8 milhões em criptomoedas desde 2018. Os dados foram compilados de informações das autoridades fronteiriças dos EUA e a análise de fluxo on-chain  revelou  que a China é líder na indústria química mundial desde 2011 identificada pela DEA como maior produtor de precursores de fentanil. Dados do Customs and Border Protection dos EUA apontam correlação entre fluxos on-chain à endereços suspeitos e apreensões de fentanil na fronteira EUA-México, conexão, sugerindo transações cripto vinculadas à produção de fentanil correspondente aos padrões regionais previamente identificados pela DEA. Revelou que mercados Darknet facilitam a distribuição de fentanil com vendedores e clientes usando criptomoedas à transações de drogas, ao lado do crescimento de entradas nos mercados darknet combinado à facilidade que vendedores contornam proibições nominais do comércio de fentanil. A implementação blockchain na saúde funciona via criação de registro imutável de informações em que cada informação é adicionada a um bloco, e, esses blocos seriam conectados em cadeia, formando blockchain e, uma vez validado, cada bloco de informações é adicionado à cadeia existente criando cópia distribuída e imutável das informações à toda a rede. Modelo conceitual desenvolvido na USP identifica medicamentos adulterados, duplicados, roubados ou falsificados, através da validade e lote do produto, com estudo apontando que blockchain reduz risco de roubos e fraudes propondo estrutura que utiliza a tecnologia para rastrear medicamentos hospitalares. Desenvolvido com base no Sistema Nacional de Controle de Medicamentos, SNCM, concebido em 2009 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, com validação descentralizada fornecida pela blockchain, que proporciona autonomia ao sistema, evitando dependência de entidade única reguladora que poderia manipular dados históricos. Exemplo de implementação bem-sucedida é a monitoração da aplicação de medicamentos, identificando qualquer uso inadequado, além de garantir que medicamentos usados sejam genuínos e não roubados, falsificados ou adulterados.