segunda-feira, 17 de julho de 2023

Ilhas de calor

Avança o verão no hemisfério norte com a novidade da chegada do El Nino e nas últimas semanas, habitantes da Cidade do México viveram temperaturas superiores a 30 º C, clima que quase ninguém sentiu nesta metrópole ja que ondas de calor estão cada vez mais fortes com as chamadas “ilhas de calor” tornando a vida urbana insuportável no verão. Na cidade do México, pode-se  perceber mudança de temperatura, com áreas onde o termômetro marca temperaturas mais altas no fenômeno atmosférico conhecido como "ilhas de calor". Conhecidas a mais de 2 séculos, seu estudo data de meados do século 20 e, recentemente, aumentou interesse em saber o que são e as repercussões após o crescimento das cidades e proliferação das ondas de calor e, como ocorreu no território mexicano, podendo se repetir, segundo o SMN, Serviço Meteorológico Nacional.

O Censo populacional e de Habitação do Instituto Nacional de Estatística e Geografia, 2020, mostra que 10 das 50 cidades mexicanas estudam  ilhas de calor;  localizados no centro e norte do país e, de acordo com pesquisadora  do UNAM, Instituto de Ciências Atmosféricas e Mudanças Climáticas da Universidade Nacional Autônoma do México, “ilhas de calor são fenômenos  urbanos devido ao modo como as cidades são construídas e os materiais utilizados, ou seja, o pavimento escuro,  paredes, vidro, são exemplos de elementos que absorvem calor” e, devido a escassez de vegetação “por ter materiais absorventes de calor e áreas verdes, a radiação solar quando o sol se põe, dissipa rapidamente, o que não acontece nas áreas urbanas". A Irritação ocular e câncer de pulmão estão entre os danos  causados ​​pela poluição do ar no México sendo que a cidade mais afetada pelas ilhas de calor é a Cidade do México, com 1.485 kms², de ocorrência temporária e mais prevalente nos meses sem chuva,  levando a diferença entre cidade e campo, no entanto, na cidade do México "é possível detectar até 9 a 10º C  entre o centro e a periferia em determinadas horas do dia e épocas do ano,   aparecendo por volta do meio-dia, bem menos intensos, com diferença de 2 a 3 º C em relação às rurais" e quando ocorrem diferenças de temperatura em várias regiões da mesma cidade, é conhecida como arquipélago de calor e o fenômeno oposto às ilhas de calor é o efeito oásis ou ilhas de frescor.  As ilhas de calor são combinadas com fenômenos como altas taxas de poluição do ar, contingências ambientais e ondas de calor, “com a onda de calor, vem o calor de natureza sinótica, ou seja, atmosférico mais amplo e, juntando-se ao calor retido pela ilha de calor formando um conjunto de fenômenos que contribuem à que os habitantes urbanos sintam-se mais desconfortáveis",  embora ilhas de calor não causem doenças ou sequelas,  reúnem fatores relevantes a curto e longo prazo. A pesquisadora do UNAM, Instituto de Ciências da Atmosfera e Mudanças Climáticas, aponta projetos que devem ser elaborados para mitigar efeitos das ilhas de calor como programas para proteger árvores que ainda estão plantadas e estimular reflorestamento com espécies amigáveis ​​ao ambiente de cada cidade. Destaca como paliativos, "pintar tetos com cores claras, colocar chafarizes, se possível, procurar pavimentos amigos da natureza, não o preto, que só absorve mais calor e, à noite, libera aos poucos e aquece o ambiente" e propõe o uso de paralelepípedos que, além de evitar altas temperaturas, favorece infiltração de água nos aquíferos .

Moral da Nota: o forte calor no sudoeste dos EUA causa 13 mortes no Texas e 1 na Louisiana migrando ao leste do Mississippi e Tennessee , com a Califórnia enfrentando sua primeira grande onda de calor do ano e o Serviço Nacional de Meteorologia alertando que condições secas, quentes e ventosas causam incêndios em partes do Texas, Novo México, Arizona, Colorado e Utah. As temperaturas previstas excedam 38 ºC  em grande parte do sudeste e a alta umidade eleva índices de calor acima de 46 ºC em algumas áreas, sendo que as quedas de energia decorrente tempestades agravam o sofrimento relacionado ao calor em Arkansas, onde mais de 10 mil pessoas ficaram sem energia na parte central do estado.