A cientista de dados e professora da Universidade de Nova York, Meredith Broussard, pesquisadora no campo do algorítmo, está bem posicionada para dissecar o hype em torno de IA, inteligência artificial. Autora de 'More than a Glitch', argumenta que estamos ansiosos demais para aplicar IA a problemas sociais de modos inadequados e prejudiciais, sob o argumento que o uso de ferramentas técnicas para resolver problemas sociais sem considerar raça, gênero e capacidade pode causar danos. Recentemente se recuperou de um câncer de mama e, após ler registros médicos eletrônicos, notou que uma IA estava envolvida no diagnóstico, descoberta que a levou conduzir seu próprio experimento para aprender mais sobre a adequação da IA ao diagnóstico de câncer. Ao fazer o código funcionar, a IA previu que sua mamografia mostrava câncer, no entanto, o cirurgião assegurou-lhe que o uso de tecnologia era desnecessário em seu diagnóstico uma vez que os médicos humanos haviam feito leitura clara e precisa das imagens. IA é apenas matemática, argumenta, não acredito que tudo deva ser regido pela matemática, computadores são bons em problemas matemáticos, mas não tão bons para resolver problemas sociais, mesmo assim, estão sendo aplicados em problemas sociais. No livro Black Software, de Charlton McIlwain, Professor de Mídia, Cultura e Comunicação da New York University, escreve sobre a IBM empresa que queria vender computadores novos ao lado da chamada "Guerra contra a Pobreza" na década de 1960, daí, quem queria vender máquinas procurava um problema para aplicá-las, mas não entendia o problema social, hoje, convivemos com consequências desastrosas de decisões daquela época. A interação entre sociologia e tecnologia remete ao sociólogo e etnógrafo Jeff Lane, professor da Rutgers School of Information, EUA, esclarecendo sobre bancos de dados de gangues, diz que as pessoas tendem a sair das gangues à medida que crescem, não se juntam a gangue e ficam pelo resto da vida, daí, Broussard avalia que "se as pessoas pararem de se envolver com gangues quando ficarem mais velhas, não serão removidas dos bancos de dados da polícia", sabendo como se usam bancos de dados e como somos descuidados com sua atualização, levou-a a pensar sobre o caos de nossas vidas digitais e como pode se cruzar com a tecnologia policial de modo potencialmente perigoso. Meredith Broussard analisa o fascínio pela ideia que a estatística prevê o futuro e a necessidade de criar máquinas que tornem o futuro menos ambíguo, no entanto, temos que conviver com o desconhecido e abrir espaço para que possamos mudar como pessoas. Atualmente desenvolve estudos sobre auditoria algorítmica, processo de analisar um algoritmo e examiná-lo em busca de viés, algo que as pessoas desconheciam fazer 20 anos atrás, cujos métodos matemáticos avaliam imparcialidade, proveniente da comunidade de conferências FAccT e dedicada a tornar o campo da IA mais ético nos ajudando tornar os algoritmos mais justos e equitativos.
Neste ambiente, a Roche apresentou sua navify Algorithm Suite, plataforma que hospeda biblioteca de algoritmos médicos dando suporte à decisões clínicas rápidas e atendimento personalizado. Os algoritmos médicos geram informações centradas no paciente, auxiliando no diagnóstico precoce com ferramentas de tomada de decisão baseadas em evidências utilizadas no diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos pacientes, otimizando atendimento e garantindo cumprimento das orientações. O ecossistema digital conecta médicos a algoritmos médicos da Roche e seus parceiros de inovação sem necessidade de integrar vários provedores de algoritmos, além disso, as soluções permitem que universidades e outros provedores de algoritmos digitais tenham canal direto à distribuir inovações comprovadas aos médicos. O chefe global da Roche Information Solutions na Roche Diagnostics, disse que os dados de saúde devem crescer anualmente 36%, os algoritmos médicos digitais podem gerar informações que os médicos poderão usar para cumprir cuidados personalizados. A plataforma pode ser incorporada a fluxos de trabalho de assistência médica existentes e ao sistema de informações de laboratório ou hospital, bem como ao registro eletrônico de saúde, EHR, estando em conformidade com diretrizes do Regulamento Geral de Proteção de Dados, GDPR, na Europa. O navify Algorithm Suite apresentado na HIMSS Global Conference, mostra os primeiros algoritmos médicos disponíveis na plataforma se concentrando na identificação de pacientes com risco de alguns tipos de câncer de fígado e cólon, enquanto algoritmos médicos para doenças cardíacas, pulmonares e outras doenças estão em andamento.
Moral da Nota: IA ajuda médicos diagnosticarem câncer com mais precisão, a taxas mais rápidas e a custo menor que anteriormente, de acordo com o Dr. Thomas J. Fuchs, reitor de Inteligência Artificial e Saúde Humana no Monte Sinai, de Nova York, diretor científico da Paige AI, empresa que usa IA para detectar e tratar câncer, trabalha com patologia computacional. Estudo da empresa encarregou 16 patologistas da revisão de 610 lâminas oriundas de várias instituições no mundo, revisando uma vez sem assistência e com a assistência do Pathology Artificial Intelligence Guidance Engine, Paige AI, e quando Paige AI foi usado, os erros de diagnóstico foram reduzidos em 70%, hoje, a IA de Paige para câncer de próstata, Paige Prostate Detect, é o único produto de patologia digital alimentado por IA aprovado pela FDA após três anos de cooperação com a agência. As técnicas de aprendizado de máquina que a empresa criou permitem que treinem diretamente de relatórios de patologia para aprender com imagens contendo bilhões de células. Fuchs disse que a IA demonstrou ser adição "positiva" ao trabalho dos patologistas e impacta significativamente o atendimento ao paciente, criando melhores ferramentas aos médicos, sendo que o software SAS AI é analítico e voltado à médicos, como o Paige AI, ajuda no diagnóstico, onde antes, se esperava semanas para descobrir se a situação é alarme falso, o suporte de IA pode fazer "diferença". Os pesquisadores da Paige criaram aplicativos de IA com capacidade de transformar fluxos de trabalho dos médicos e aumentar a confiança no diagnóstico, trabalhando com 800 instituições em 45 países. A IA detecta mudanças sutis na forma como o câncer cresce, relacionadas à composição molecular subjacente, um exemplo dessa detecção envolve como algumas mutações nos genomas do câncer podem levar diferentes padrões de crescimento. A IA ajuda o patologista determinar a porcentagem geral do tumor, o seu comprimento e categoriza áreas de câncer avaliando mutações da amostra do tecido para diagnóstico, biópsia, imediatamente no ponto de atendimento, independente de onde esteja localizado. Caso de uso na Inglaterra remete a Deciphex expandindo sua instalação de patologia digital em Exeter, triplicando capacidade de atender à demanda por serviços de patologia digital com crescimento de 450% por serviços de diagnóstico digital no Reino Unido fornecendo serviços de patologia rápidos, precisos e de alta qualidade. O Deciphex Exeter Accession Facility é o hub central ao processamento, digitalização e upload de biópsias à Plataforma Diagnexia conectada a hospitais e laboratórios e rede de patologistas especializados em sub especialidades. A digitalização simplifica fluxos de trabalho, reduz tempo de resposta, melhora atendimento e resultados dos pacientes, sendo que a plataforma tem potencial de reduzir tempos de resposta de dois a três meses para dois a três dias, comparados à análise de imagem tradicional. A expansão foi apoiada pela South West Local Enterprise Partnership, em atribuição ao Inward Investment Support Grant Scheme do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional em financiamento de US$ 3,9 milhões para promover serviços de patologia digital e IA, elevando a rodada completa da Série B da empresa para US$ 14,4 milhões.