Em 10 de agosto de 1961, os EUA iniciaram a guerra química no Vietnã do Sul, pulverizando sob o codinome “Operação Ranch Hand”, ou, Ajudante de Fazendeiro, 77 milhões de litros de herbicida desfolhante até fins de 1971. A dioxina surgiu como arma química usada na II Guerra Mundial sob a sigla LM, decorrente intenção americana lançar o herbicida nas lavouras japonesas, entretanto, optaram pela bomba atômica em 1945. Com o fim da guerra transformou-se em tecnologia de modernização agrícola, de uso diversificado com o cloro combinado ao carbono passando a ser utilizada no tratamento da água potável, cosméticos, alvejantes, papel branqueado com cloro, etc. Três milhões de vietnamitas foram vitimados pela dioxina, causadora de doenças e mutações genéticas, ao todo, 14% do Vietnã do Sul foi afetado com consequências trágicas à terra e a natureza erradicando 500 mil hectares de manguezais, um milhão de hectares de floresta tropical e 100 mil hectares de bosques, arruinando 70% das plantações de coco e 60% das plantações de seringueiras e, das 150 espécies de aves existentes, 18 sobreviveram, enquanto os anfíbios e insetos foram extintos quase por completo minguando a quantidade de peixes nos rios.
A dioxina, ao penetrar no organismo humano, produz efeito semelhante à infecção do HIV, não afetando pessoa saudável, no entanto, quando da perda de imunidade afetando o indivíduo por alguma doença, a dioxina se integra nas cadeias bioquímicas e genéticas funcionando de modo desconhecido até hoje, causando patologias oncológicas, dermatológicas, respiratórias e hepáticas. Segundo a OMS, uma vez que as dioxinas penetram no corpo perduram por tempo prolongado, pela estabilidade química e capacidade de absorção no tecido gorduroso conferindo-lhe meia-vida de 7 a 11 anos, ou, tempo necessário para concentração no organismo reduzir-se à metade. As moléculas de dioxina ligam-se a diferentes ácidos resultando em novas moléculas contendo dioxina, solúveis e transferíveis em água, a seguir, misturam-se em correntes de chuva, aprofundam-se no solo transportadas por águas subterrâneas caindo em poços, lagos, rios, mares, a quilômetros dos locais que foram pulverizadas. Dioxina é nome genérico a família de subprodutos indesejáveis da síntese de herbicidas e desinfetantes sendo a mais comum o 2,37,8- TCDD ou tetraclorodibenzodioxina, ao passo que as mais tóxicas tem átomos de cloro nas posições 2,3,7,8 e, caso moléculas de cloro sejam submetidas à altas temperaturas junto com matéria orgânica, algum tipo de dioxina será gerado. Dentre os males causados pela dioxina no homem emergem o extermínio das defesas orgânicas comparado à AIDS, surgimento de teratogenia e câncer, ou, geração de deformidade humana como falta de nariz, lábios leporinos, olhos cíclopes, ausência de cérebro etc. A dioxina aparece na queima de produtos que contém cloro, no caso do PVC, por exemplo, inofensivo em si, na sua queima gera dioxina, além do que, libera ácido cianídrico altamente tóxico. Na queima do lixo descobriu-se que no resfriamento dos gases de combustão, em determinada faixa de temperatura formam dioxinas e furanos, com afinidade pelas gorduras ou alimentos que contém gorduras, lingüíças, queijos, leites, manteigas, carnes, caindo nas pastagens, passa às gorduras dos animais e ao alimento ingerido pelo homem. Grandes usinas incineradoras de lixo doméstico no Primeiro Mundo tendem ser desativadas, além da produção de papel branco ser grande gerador de dioxina sendo que o cloro é utilizado no branqueamento da celulose, matéria-prima à produção do papel.
Moral da Nota: o 'The New York Times' informou que a Johnson & Johnson decidiu pagar US$ 8,9 bilhões em acordo, decorrente alegações que seu talco para bebês causava câncer. O litígio durou 10 anos e foi resolvido com a assinatura de liquidação e, conforme o documento, será pago em 25 anos através da subsidiária LTL Management que entrou com pedido de falência e, aprovado por um tribunal de falências, resolverá os processos atuais e futuros em relação aos produtos da Johnson & Johnson que contêm talco. A ação visa indenização por cânceres causados pelo talco para bebês ao verificar que o produto estava contaminado com amianto que contribui ao desenvolvimento do câncer, com o New York Times observando que, os executivos da Johnson & Johnson, sabiam do risco de exposição ao amianto associado aos produtos de talco. Existem 70 mil demandantes contra o fabricante, incluindo os que ficaram doentes e parentes de pessoas que morreram de câncer causado pelo talco, no entanto, o escritório de advocacia que lida com 10 mil casos de mulheres que alegam que o pó de talco fabricado pela Johnson & Johnson causou câncer de ovário, informou que o acordo era "ruim às vítimas" e seria bloqueado nos tribunais, pois mesmo que a empresa seja bem-sucedida com o pedido, terá de persuadir parte dos demandantes votar a favor do plano de liquidação. A Johnson & Johnson alega que não foi admissão de infração e planeja parar de vender o talco para bebês em 2023, oferecendo versão à base de amido de milho.