quarta-feira, 22 de março de 2023

Risco climático

Estudo de 2022 diz que a mudança climática dobrou o risco de mega inundação na Califórnia e um adicional de 1°C de aquecimento global dobraria novamente as chances. Em janeiro de 2023, uma sequência de nove rios atmosféricos atingiu o estado em período de 3 semanas,  causando mais de 700 deslizamentos de terra, quedas de energia afetando mais de 500 mil pessoas e chuvas que provocaram inundações e rompimentos de diques, com 20 mortes atribuídas ao clima e danos estimados em mais de US $ 1 bilhão. Descobriu que, em relação a um século atrás, a mudança climática dobrou o risco de mega tempestade atual e mais que triplicou o risco de mega inundação de trilhões de dólares que poderia inundar o Vale Central. O estado americano tem histórico de inundações intensas a cada 200 a 400 anos e, recentemente na Grande Inundação de 1861-62, inserido em futuro clima mais quente aumentará risco de inundações mais extremas.

Estudo realizado pelo governo em 2011 introduziu o cenário “ARkStorm”, descobrindo que uma mega inundação na Califórnia inundaria o Vale Central do estado causando mais de US$ 1 trilhão em danos, enquanto estudo de 2022 atualiza o anterior em cenário chamado “ARkStorm 2.0” com dados e avanços de modelagem de computador não disponíveis em 2011. O novo estudo usou modelagem climática para desenvolver mega tempestade no clima atual, 1995-2005, que chamaram de ARkHist além de desenvolverem caso mais extremo em mundo mais quente, chamado ARkFuture. Ambos os cenários apresentavam tempestades atmosféricas no inverno enquanto um modelo meteorológico de alta resolução foi executado usando modelo climático como entrada e produzir “previsões meteorológicas sintéticas” detalhadas à Califórnia. As tempestades modeladas trouxeram acumulações de precipitação que aumentaria risco de inundações e deslizamentos de terra, porque a mudança climática trás à Califórnia aumento de incêndios florestais tornando encostas desnudas e vulneráveis a inundações. O estudo concluiu que cada grau Celsius adicional de aquecimento global mais que dobra o risco de mega inundação, sendo que eventos de nível ARkHist têm 1% de chance/ano de ocorrer com nível de aquecimento de 1,2 º C  acima das temperaturas pré-industriais e, se atingir 2,2 º C, uma mega tempestade no nível ARkHist teria 2,2% de chance de ocorrer/ano de aumento no risco, especialmente pela natureza catastrófica de mega inundação. Esses resultados sugerem que operadores de reservatórios devem ser mais agressivos no gerenciamento de enchentes no El Niño, mas não é garantia, pois as enchentes de janeiro de 2023 e na Grande Enchente de 1861-62 ocorreram quando o El Niño não estava presente.

Moral da Nota: estudo revela que, embora a mudança climática não esteja por trás do período devastador de seca em vários países da América do Sul, contribuiu na piora da situação com grandes partes da Argentina e vizinhos recebendo 44% da precipitação média em 2022, menor precipitação em quase 3,5 décadas. Cientistas da WWA,  World Weather Attribution,  dizem  que as altas temperaturas provavelmente reduziram a disponibilidade de água e pioraram impactos da seca e, em outubro de 2022, o Uruguai declarou emergência agrícola pela deterioração das condições de cultivo atingindo ​​agricultores e residentes. Observações e modelos climáticos comparam o que aconteceu com a frequência no passado, executando simulações que contrastam a realidade com o que teria acontecido sem mudanças climáticas. A falta de chuva está ligada ao La Niña, resfriamento do Pacífico equatorial reduzindo chuvas em partes da Argentina, no entanto, cientistas da WWA disseram que as temperaturas extremas são produto do aquecimento global. O La Nina durou mais do que o normal sendo o principal culpado pela seca que devastou o centro da América do Sul aumentando a evaporação da pouca água existente, com a mudança climática tornando 60 vezes mais provável a onda de calor de dezembro de 2022. No passado,  cientistas não encontraram conexão óbvia com a mudança climática em secas e inundações, mas descobriram que o aquecimento global é fator na maior parte do clima severo que investigam.