Relatório da Interfax revela que o Sberbank, maior banco da Rússia, emitirá plataforma DeFi, finanças descentralizadas, compatível com a blockchain Ethereum, notícia dada pelo diretor de produtos da instituição em sessão do Congresso Econômico da Rússia, sendo que o sistema poderá usar, em particular, carteiras de criptografia MetaMask. O banco busca tornar o ecossistema DeFi russo, número um, operando em formato de teste beta fechado e, a partir de março, passa à próxima fase, de teste aberto e até ao final de abril, a plataforma estará totalmente aberta sendo possível alguma negociação. O funcionário deixou claro que a plataforma será compatível com Ethereum, utilizado por usuários da MetaMask, podendo transferir criptoativos de outras plataformas na percepção que os sistemas DeFi pode substituir, no futuro, serviços bancários tradicionais. O Sberbank tem planos de permitir aplicativos DeFi na sua infraestrutura interna e, em novembro de 2022, disseram que tinham um conjunto de recursos para sua plataforma blockchain, incluindo suporte à contratos inteligentes e aplicativos na rede Ethereum, lembrando que o governo russo é o acionista majoritário do Sberbank com participação de 50+1%.
Em dezembro de 2022, o Sberbank anunciou emissão de ativos digitais lastreados em ouro, DFA, considerando que esse instrumento é “ótima alternativa” à investimentos que não podem ser acessados decorrente a desdolarização russa, DFAs representam direitos monetários de certificação, cujo preço e volume estão sujeitos aos preços do ouro, constituindo ativos financeiros digitais como instrumentos que utilizam registros distribuídos, Blockchain, em sua emissão, registro e circulação, garantindo integridade dos dados. O banco disponibiliza 150 mil DFA que podem ser adquiridos pelos investidores, ao lado de documentação legal da emissão estabelecendo que o DFA pode ser adquirido até 30 de julho de 2023, mencionando, o risco do referido investimento devido sua falta de liquidez. Estima-se que os DFAs serão alternativa aos investimentos tradicionais e, além disso, poderiam ajudar na desdolarização como resultado das sanções internacionais impostas à Rússia pelo Ocidente, sendo que o mercado e a economia real estão interessados no novo instrumento que pode ser alternativa de investimento em meio à desdolarização.
Moral da nota: DeFi, ou finanças descentralizadas, são sistemas que permitem fornecer ou receber serviços semelhantes aos oferecidos pelos bancos tradicionais como, seguros, crédito, gestão de ativos, através da blockchain, sendo que tais transações são realizadas via contratos inteligentes com usuários controlando seus ativos. O DeFi pode ser concebido sob princípios de anonimato, operam em todas as partes do mundo e podem oferecer combinações de vários serviços e produtos, enquanto o DeFi institucional, pode ser um novo paradigma aos bancos alavancarem à inovação de produtos, novos modelos de preços e eficiências operacionais. DeFi institucional não se refere ao aumento de investimentos institucionais em protocolos DeFi e aplicativos descentralizados, DApps, mas sim a grandes instituições que usam protocolos DeFi para tokenizar ativos do mundo real em conformidade regulatória e controles de nível institucional para proteção do consumidor.