sábado, 17 de dezembro de 2022

Diferenças

“Aquecimento global” e “mudança climática” são em geral usados ​​de modo intercambiável, no entanto,  na literatura científica,  mudanças climáticas e aquecimento global estão intrinsecamente ligados, embora, fenômenos distintos, deixando a mostra explicação simples dessa ligação em que aquecimento global é a principal causa de mudanças no clima atual. O IPCC, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, definiu  aquecimento global como "aumento combinado das temperaturas médias da superfície do ar e do mar no globo em um período de 30 anos". A temperatura média da superfície da Terra aumenta e diminui ao longo da história, sendo que os registros de temperatura global mais completos datam de 1880, antes, as observações vinham de agricultores e cientistas que, no século 16, registraram temperaturas diárias, medições de chuva e as primeiras e últimas geadas nos diários pessoais, dados,  precisos quando comparados aos instrumentais. O IPCC avisa que as emissões de gases efeito estufa aumentaram à níveis "sem precedentes pelo menos nos últimos 800 mil anos", sendo "extremamente provável que tenham sido a causa dominante do aquecimento observado desde meados do século 20.

Eventos naturais como erupções vulcânicas, por exemplo, podem afetar as temperaturas globais, levando a extinções em massa e, para a era atual, um padrão emerge dos dados, ou, a temperatura média da Terra aumentou mais rapidamente nos últimos 50 anos que em qualquer evento de aquecimento passado. Em meados do século 19, cientistas identificaram  mudanças nos níveis  de CO2 como uma das causas das mudanças de temperatura global e, em 1856, Eunice Foote, física americana, demonstrou como o CO2 absorvia a radiação solar sugerindo que “atmosfera desse gás daria à terra uma alta temperatura”, atualmente, entendimento entre cientistas sobre causas do aquecimento global, agora, conhecido como efeito estufa.  Em resumo,  níveis maiores de CO2 e outros gases efeito estufa resultam em um clima mais quente, sendo que a contribuição de Foote foi ofuscada três anos mais tarde pelo físico irlandês John Tyndall, a quem geralmente se atribui a primeira descrição do efeito estufa. Em 1800, o naturalista Alexander von Humboldt notou que o desmatamento elevou temperaturas atmosféricas regionais, assim como incêndios florestais hoje liberam toneladas de CO2 na atmosfera e as queimadas controladas têm sido fonte de adição de carbono por séculos. A queima de carvão aumentou cem vezes no século XIX, cresceu mais 50% em 1950, triplicou entre 1950 e 2000 e quase dobrou novamente entre 2000 e 2015, com consumo do petróleo seguindo curva de crescimento ainda mais rápida, expandindo 300 vezes entre 1880 e 1988,  crescendo outros 50% até 2015, enquanto o consumo de gás natural aumentou mil vezes entre fins da década de 1880 e 1991, depois outros 75% até 2015. Em 1988, James Hansen testemunhou ao Congresso dos EUA “com alto grau de confiança” que havia nexo de causalidade ou “relação de causa e efeito entre efeito estufa e aquecimento visto”, alto grau de confiança” se aplica à paleoclimatologia desde o surgimento da vida na Terra, formas de vida baseadas em carbono alteraram níveis de CO2 na atmosfera. Desde o testemunho de James Hansen em 1988, o nível de confiança nas causas antropogênicas, induzidas pelo homem, do aquecimento global tornou-se funcionalmente unânime na comunidade científica. A queima de combustíveis fósseis emite gases efeito estufa ou CO2, metano e óxido nitroso, podem ter atingido o pico em 2017, representando 82% do uso mundial de energia primária em 2021. A OMM avisa que nos últimos 50 anos, metade dos desastres registrados e 74% das perdas econômicas relacionadas são devidos ao clima e aos perigos da água, como inundações. Pode ser atribuído ao aquecimento global mudança climática onde oceanos e ar mais quentes aumentam a probabilidade e intensidade de secas, ondas de calor, tempestades, furacões e demais eventos climáticos extremos. Mais mortal que desastres naturais é a ameaça da mudança climática à biosfera da Terra, ecossistemas que sustentam a vida,  com espécies que tentam se adaptar às mudanças climáticas geralmente falhando. Pesquisa sobre mudanças climáticas contém incógnitas e incertezas sendo mais fácil entender o passado que prever o futuro dos sistemas físicos e biológicos de um planeta inteiro, no entanto, a principal incerteza é menos sobre a ciência difícil da mudança climática e mais sobre a ciência social de como os humanos respondem a ela. Modo simples de entender como combustíveis fósseis contribuem ao aquecimento global é pensar em um cobertor, sendo que a queima de combustíveis fósseis envolveu a Terra em um manto de poluição, retendo calor, daí,quanto mais combustíveis fósseis queimamos, mais espesso fica o cobertor e mais calor pode ser retido.

Moral da Nota:mudança climática e polarização política são questões sociopolíticas críticas do século XXI em que dados do Twitter de 2014 a 2021 mostram aumento na polarização ideológica na COP 26, após baixa polarização entre COP 20 e COP 25, aumento,  impulsionado pela crescente atividade ideológica, de quatro vezes desde a COP 21 em relação aos grupos pró-clima.  Ampla gama de visões “contrárias ao clima” na COP26, enfatiza  hipocrisia política como tópico ideológico cruzado,  visões contrárias e acusações de hipocrisia tornaram-se temas-chave na discussão climática do Twitter desde 2019. O Twitter é local importante à discussão cotidiana e debate sobre mudanças climáticas, altamente contestada, com alguns apontando ao potencial democratizador, enquanto outros argumentam que a mídia social acelera a polarização política, no entanto, ideal para estudar a comunicação climática porque é utilizado por políticos e jornalistas, tem ampla influência social e cultural pela riqueza de dados estruturais que captura. Estudos destacam sua importância e de mídias sociais como ferramenta crítica para estudar a comunicação climática, polarização política e desinformação.