quinta-feira, 6 de outubro de 2022

e-Estônia

Um dos casos de uso mais celebrados da cadeia de suprimentos blockchain é o Food Trust da IBM, na qual Walmart, Nestlé, Unilever e Carrefour se inscreveram. A IBM possui em sua plataforma blockchain,  serviço de nuvem pública usado para construir diferentes redes blockchain, baseado no Hyperledger Fabric, projeto  blockchain colaborativo de código aberto hospedado pela Linux Foundation. A Blockchain oferece alternativa aos sistemas tradicionais de gerenciamento da cadeia de suprimentos que beneficia tanto produtores quanto consumidores, focada em transparência e imutabilidade dos registros da cadeia de suprimentos na blockchain, permitindo evitar que intermediário adicione custos injustificados aos serviços e, ao mesmo tempo, fornece rastreabilidade à mercadorias defeituosas facilitando esforços de recall.

210 pessoas em 2018 em 36 estados americanos foram infectadas com E.coli proveniente de lote  de alface romana e a investigação da FDA durou mais de dois meses com os Centros de Controle de Doenças aconselhando  a jogar fora a alface cultivada em Yuma, Arizona. O Walmart citou o surto para explicar a decisão de participar do Food Trust, sob alegação de que a tecnologia blockchain pode ser usada para rastrear lotes de mercadorias das fazendas aos mercados. A FDA anunciou em novembro de 2020 recall à alface romana da marca Tanimura & Antle decorrente suspeita de E.coli e o Departamento de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Michigan, MDARD, anunciou que uma amostra de alface do Walmart deu positivo à bactéria. A carta de fornecimento blockchain do Walmart sobre rastreabilidade de alimentos, deveria ter levado segundos para rastrear um item alimentar de uma loja Walmart de volta à fonte. no entanto,  não divulgou a lista de lojas que venderam o produto estragado até quatro dias depois  dificultando avaliação da eficácia da implementação blockchain em relação a esforços de transparência e rastreabilidade.

Moral da Nota: existem projetos blockchain desenvolvidos buscando agilizar serviços governamentais,  aumentando eficiência e reduzindo desperdício de tempo burocrático. Um dos casos de uso de governo blockchain é identidade digitail, com a ID2020 Alliance trabalhando em projeto para usar blockchain fornecendo identidades digitais à refugiados e pessoas que não possuem IDs oficiais emitidos pelo governo, dando acesso a serviços essenciais como serviços bancários e de saúde. Um dos exemplos mais desenvolvidos de casos de uso do governo blockchain é o programa e-Estônia que o governo estoniano adotou,  permitindo estonianos acessarem vários serviços públicos sem pular obstáculos burocráticos e reduzindo carga de trabalho dos servidores públicos. O Programa e-Estônia é apoiado pelo KSI Blockchain desenvolvido pela Guardtime,  empresa de segurança de rede privada,  que protege serviços eletrônicos em uso na Estônia como e-Saúde, e-Law e e-Banking. O banco de dados e-Saúde combina informações do cidadão encontradas no Registro de Saúde Eletrônico e nos bancos de dados de Prescrição Eletrônica, permitindo que serviços de emergência, médicos e fornecedores farmacêuticos prestem melhores serviços. A integração dos sistemas e-Law e e-Court com dados da e-Police nos serviços de e-Justice evita embaralhamento de documentos de departamento para departamento, poupando cidadãos e funcionários públicos do custo  de tempo associado reduzindo chances de corrupção. A Blockchain possibilita agilizar operações financeiras, graças ao e-Banking, e-Identity e e-Business,  sistemas de registro que estabelecem uma empresa na Estônia enquanto 98% dos estonianos estão declarando seus impostos on-line. A Estônia é nação digitalizada explorando a natureza descentralizada da tecnologia em seu benefício,  referência à outros governos adotarem a tecnologia como parte de um futuro melhor.