O BMW Group investe em método inovador, eficiente e sustentável à extração de lítio através de seu fundo de capital de risco, BMW Ventures, processo desenvolvido e patenteado pela startup norte-americana Lilac Solutions com tecnologia de troca iônica que melhora a eficiência, custos e sustentabilidade ao extrair lítio de recursos de salmoura, ou, depósitos naturais de água salgada. Buscando expandir eletromobilidade, a BMW lançará dez milhões de veículos elétricos nos próximos dez anos e, até 2030, espera que metade das vendas globais do BMW Group venham de veículos elétricos o que aumentará a demanda de lítio, matéria-prima à produção de células de bateria. A Lilac Solutions desenvolveu a tecnologia de troca iônica para tornar a mineração de lítio a partir de recursos de salmoura mais eficiente e econômica, reduzindo o impacto ambiental em relação aos métodos convencionais e protegendo as comunidades e ecossistemas locais. A tecnologia foi comprovada em pilotos de campo iniciais devendo ser dimensionada e industrializada no médio prazo e usado com salmouras no mundo, mesmo que tenham baixo teor de lítio.
Ainda relacionado a mobilidade sustentável, a Mercedes-Benz Cars entregou 1.617.508 veículos entre janeiro e setembro de 2021, aumento de 30%, graças à demanda no portfólio para Mercedes-Maybach, Mercedes-AMG e veículos elétricos a bateria, incluindo o EQA e o EQC de consumo de energia combinado, 21,5 kWh/100 km, emissões combinadas de CO2:, 0 g/km, impulsionadas pela demanda recorde na China, aumentando as vendas mundiais do Classe S em 45% para 62.306 unidades no mesmo período. A escassez no fornecimento de componentes semicondutores afetou as entregas globais no terceiro trimestre, especialmente setembro, com a situação de fornecimento de chips, volátil e, a escassez impactando nos próximos trimestres em termos de produção e vendas. As vendas da Mercedes-Benz na região da Ásia-Pacífico aumentaram 5,6% entre janeiro e setembro de 2021 aumentando 4,0% na China, no entanto, a Europa mostrou queda de 3,5% das quais a Alemanha representou 20,1%, enquanto as vendas na América do Norte aumentaram 8,6% e nos EUA 9,6%.
Moral da Nota: a questão do lítio na China envolve um choque de interesses corporativos e estratégicos do Ocidente, com empresas chinesas passando a dominar a mineração e processamento de recursos cada vez mais importantes à medida que as empresas ocidentais cederam terreno na última década, principalmente na África. A estatal chinesa Zijin Mining Group anunciou seus planos de US$ 960 milhões para comprar a mineradora canadense Neo Lithium, proposta assinada, analisada e entregue em três meses. Emergem preocupações crescentes no Ocidente sobre o controle chinês das cadeias de suprimentos de minerais estratégicos e divisão entre interesses nacionais e prioridades corporativas, muito evidenciado na África, onde o setor de mineração era dominado por europeus e americanos dando lugar a empresas chinesas, incluindo Huayou Cobalt, Chengtun Mining e China Molybdenum. O Congo abriga 60% das reservas mundiais de cobalto, essenciais nas baterias de veículos elétricos, smartphones, tablets e laptops, no Zimbábue, o produtor de material de bateria Zhejiang Huayou Cobalt, listado em Xangai, anunciou que compraria a mina de lítio de rocha dura Arcadia, de propriedade da empresa australiana de minerais de bateria Prospect Resources, cujo projeto processará 2,4 milhões de toneladas de minério de lítio por ano e, em 2021, a chinesa de lítio Ganfeng Lithium adquiriu metade da SPV, com sede na Holanda, além de interesses na Namíbia, Zâmbia e Gana. A Bolívia investirá mais de US$ 800 milhões em usinas de hidróxido de lítio e materiais catódicos para fabricação de baterias de alta potência, aproveitando as reservas das salinas altiplânicas, planos paralisados desde o fim governo de Evo Morales que havia assinado contratos preliminares com empresas alemãs e chinesas.