A China organiza zonas de teste blockchain após repressão às criptomoedas, com Pequim e Xangai entre as designadas à testar aplicativos blockchain. Em 2019, o presidente chinês disse "aproveite as oportunidades" blockchain, com hospitais, montadoras e empresas de energia entre as 164 entidades escolhidas à realizar teste de aplicativos na tecnologia. Pequim, Xangai e Guangzhou fazem parte dos projetos-piloto com Departamentos governamentais locais, universidades, bancos, hospitais, empresas de automóveis e energia realizando aplicações teste.
Blockchain originalmente se referia à tecnologia sustentando bitcoin como livro de atividades pública, inviolável e imutável, “descentralizado”, significando que não é administrado ou de propriedade de entidade única. No entanto, o conceito blockchain ampliou à medida que indústrias diversificadas utilizam a tecnologia em variedade de aplicações, além de nomes como “tecnologia de contabilidade distribuída” ou DLT e usados com frequência e com diferenças em relação ao blockchain original do bitcoin, ainda assim, na ideia de um único registro autêntico de atividade. O regulador chinês do ciberespaço ao lado de outros reguladores, pede aos reguladores de nível provincial que “aproveitem ao máximo o papel da blockchain” em áreas como compartilhamento de dados, otimização de processos de negócios e redução de custos operacionais, sendo que as unidades piloto devem “priorizar adoção de tecnologias de software e hardware blockchain”. O impulso blockchain na China emerge após a renovação da repressão ao comércio e mineração de criptomoedas, olhando o bitcoin e outras moedas digitais como ameaça à estabilidade financeira. Em paralelo, segundo o “Beyond the Valley”, o Banco Popular da China avança no lançamento de versão digital do yuan que não é criptomoeda descentralizada como o bitcoin.
Moral da Nota : o yuan digital pode aumentar a concorrência no mercado de pagamentos móveis da China, dominado pelo Alipay do Ant Group e WeChat Pay da Tencent. O Banco Popular da China, PBOC, lidera o trabalho sobre o yuan digital, buscando substituir parte do dinheiro em circulação, modo de o banco digitalizar notas e moedas bancárias em circulação pois o mercado chinês está avançado em pagamentos sem dinheiro e o yuan digital seria modo de acelerar o processo e, de acordo com o líder do projeto de comércio digital no Fórum Econômico Mundial, “diminui o uso do dinheiro e eventualmente substituído por algo em formato digital. Esse é um dos grandes impulsionadores por trás disso”. Em artigo separado, o vice-governador do PBOC, descreveu como a CBDC tornaria pagamentos mais eficientes e melhoraria a transmissão da política monetária, argumentando que um yuan digital pode ajudar na estabilidade financeira através de sistema de “anonimato controlável." Aqui, os pagamentos seriam anônimos até certo ponto, pois as ferramentas de análise de dados ajudam o banco central detectar atividades ilegais. A distribuição do yuan digital é realizada através do chamado sistema de dois níveis significando que o PBOC distribuirá o yuan digital à bancos comerciais, responsáveis por colocar a moeda nas mãos dos consumidores, incluindo serviços para permitir que os consumidores troquem suas moedas e dinheiro por yuan digital. Segundo o BPC o modelo de dois níveis ajuda “evitar a desintermediação no setor financeiro”, porque o banco central não compete com bancos comerciais. O yuan digital difere do bitcoin pois este é criptomoeda descentralizada, significando que não é controlado por nenhuma autoridade central como banco central, ao contrário do yuan digital que será emitido pelo PBOC, sendo que o Bitcoin é construído em blockchain, não estando claro neste momento que tipo de composição técnica o yuan digital teria. Por fim, o PBOC prepara terreno para que a moeda digital chinesa seja usada em transações internacionais juntando-se aos bancos centrais da Tailândia, Emirados Árabes Unidos e Hong Kong explorando juntos projeto de pagamento transfronteiriço em moeda digital através da blockchain.