O desenvolvimento de plataformas de moeda digital do banco central, CBDC, encontra na blockchain papel fundamental, dito pelo comunicado a imprensa que o Eesti Pank, banco central da Estônia e a Guardtime, empresa de tecnologia profunda europeia, referente a projeto de pesquisa que descobriram na tecnologia blockchain várias vantagens. As duas entidades de acordo com o comunicado, usaram o KSI Cash, tecnologia de moeda digital que funciona na blockchain KSI para investigar limites tecnológicos e operacionais blockchain utilizando no desenvolvimento de CBDCs. Após testar o conceito, Eesti Pank e Guardtime, descobriram que os sistemas de cobrança digital blockchain são linearmente escaláveis e altamente eficientes, sendo que o sistema KSI Cash possuem tempo de pagamento ponta a ponta de 0,6 segundos processando até dois milhões de transações/segundo.
A plataforma tem pegada de carbono menor e menor consumo de energia que atuais redes de pagamento instantâneo e, especificamente, Eesti Pank e Guardtime, descobriram que o KSI Cash usou 70 µWh, micro-Watt-hora por transação, equivalente a 16 microgramas de CO2, sendo que uma transação Visa usa 0,1 Wh, Watt-hora e o Bitcoin, BTC/USD, consome mais com cada transação até 1 MWh, Megawatt hora, lembrando que 1 MWh equivale a um trilhão de µWh. O projeto mediu carga de recursos no teste e a avaliação indireta da pegada de carbono do sistema mostrou emissões de 32 toneladas de CO2/ano, assumindo requisito de energia de 14 kW, sendo que a pesquisa avaliou que o KSI Cash pode ser integrado a esquemas de e-ID existentes, recurso que facilita verificação dos detalhes do Know Your Customer, KYC, tornando o processo integrado. A Eesti Pank e Guardtime acreditam na possível introdução de arquiteturas de preservação de privacidade tornando compatíveis com análises necessárias ao monitoramento de combate à lavagem de dinheiro, pois as contas digitais fornecem benefícios de privacidade e programação dos tokens, podendo ser mantidas em carteiras semelhantes a contas enquanto a camada de custódia possibilitou compatibilidade com infraestruturas de pagamento convencionais, observando que o modelo de segurança KSI Cash verifica operações do sistema criptograficamente, sem comprometer a segurança, além disso, o sistema mostrou resistência a ataques internos e externos bem como ataques Quantum.
Moral da Nota: o Wall Street Journal avaliou que CBDCs podem levar a "taxas de juros negativas profundas" dando aos bancos centrais mais poder sobre ajustes das taxas de juros, impactando negativamente nas taxas de juros oferecendo ferramenta adicional aos formuladores de políticas. No artigo "Moedas digitais abrem caminho à taxas de juros negativas", o colunista argumenta que a diferença entre CBDC e dinheiro ficaria aparente se as taxas de juros caíssem abaixo de zero, inclinando o cliente manter o dinheiro físico por "ganho zero" que perder em um dólar digital emitido pelo banco central, significando que o banco central terá mais influência nas taxas de juros se emitir dólares digitais que não podem ser guardados debaixo do colchão. Os bancos centrais usam juros negativos como em recessão para estimular economia, incentivando empréstimos e gastos, pagando juros aos tomadores em vez de credores e, segundo o chefe do Centro de Inovação do BIS, Banco de Compensações Internacionais, os bancos centrais trabalham para garantir que as moedas virtuais emitidas pelos bancos centrais não sejam vistas como "possível instrumento de política monetária". As taxas de juros negativas podem ainda ser usadas como ferramenta de combate a deflação, enfraquecendo a moeda nacional, nesse caso, as exportações do país ficam mais baratas e os custos de importação mais altos, elevando a inflação, lembrando que vários bancos centrais estão em território de juros negativos, caso do Banco Central Europeu com taxa de -0,5%, o Banco do Japão em -0,1%, o Banco Nacional da Suíça -0,75% e a Dinamarca com taxa de juros de -0,5%.