sábado, 18 de setembro de 2021

Florestas e ecossistemas

Suspeita-se que a regeneração natural de fazendas de gado e áreas agrícolas abandonadas na Amazônia, 23% da floresta destruída, atua como subcorrente contra a crise climática global. Especialistas ambientais brasileiros afirmam que florestas secundárias da Amazônia evitam o colapso do ecossistema e em carta ao Science Advances explicam que é a "razão pela qual a Amazônia não se tornou savana em expansão”. A regeneração de terras abandonadas é o modo na Amazônia em grande escala e mais barata de recuperação florestal, sem custos e mão de obra ao plantio de árvores, com medidas simples de manejo garantindo restauração da floresta danificada, beneficiando biodiversidade local e armazenamento de carbono. O crescimento de florestas secundárias, segundo a pesquisa brasileira, absorve carbono em taxas mais altas que as florestas maduras e antigas, geralmente neutras em carbono. 

Relatório global informa que florestas secundárias foram negligenciadas como ferramenta fundamental para lidar com a emergência climática global. No Brasil, já compensaram 12% das emissões do desmatamento da Amazônia, visando restaurar 12 milhões de hectares de área florestal até 2030, inseridos no Acordo do Clima de Paris, um dos principais compromissos do Brasil. Alertam que se a destruição da floresta não parar, esforços de regeneração serão redundantes, concordando que a estratégia de conservação combinando proteção de florestas primárias com quantidades de carbono armazenadas e regeneração de florestas secundárias são essenciais à resultados bem-sucedidos.

Moral da Nota: o estado do Pará na Amazônia oriental avançou na criação em 2015 de legislação estadual de proteção das florestas secundárias mais antigas, com base em pesquisa de mapeamento regional, buscando banir o corte em 20 anos e, para os agricultores, a regeneração de um ano é o que chamam de pastagem suja ou início do reflorestamento natural. Não há nas demais areas da Amazônia medidas para proteger ou estimular o crescimento de florestas secundárias, sendo que  estudo de setembro 2020 sobre reflorestamento, identifica descoberta semelhante em que o rebrote sozinho na Amazônia compensou 10% das emissões de carbono causadas pelo desmatamento. Os mapas do Brasil, segundo pesquisadores nacionais, abrem portas ao sistema de compensação potencial dando aos proprietários incentivo na proteção e cultivo de florestas em terras privadas, sendo um dos melhores usos futuros dos mapas, monitorar o reflorestamento futuro criando plano de reflorestamento e pagando pela proteção da terra.