No centro dos desafios de negócios no pós pandemia se inserem as cadeias de suprimentos globais consequente aos efeitos da escassez de matérias-primas e produtos, bem como dificuldades de contratação de pessoal que impulsionaram o aumento da inflação. Gerenciar melhor cadeias gera efeito dominó no dia a dia de empresas e consumidores, tarefa que a Neogrid há mais de 20 anos tem o modelo de negócios conhecido como SaaS, Software as a Service, baseado em nuvem e de utilização mediante pagamento regular como assinatura ou conforme uso da tecnologia. Fundada em Joinville apresentou em 2020 aumento do lucro líquido em 42,8% à R$ 12,3 milhões e de acordo com pesquisa do IDC na América Latina, sendo que soluções SaaS deverão crescer 19,9% em 2021 enquanto relatório da Sherlock Communications aponta crescimento de 25% no mercado latino-americano até 2022. Com presença em 140 países na AL atua apenas no Brasil e Chile tendo entre os 7 mil clientes em portfólioas marcas como P&G, Vigor, Kraft Heinz, Sony, Fini, Pernambucanas, Adidas e C&C, destinando nos últimos 5 anos R$ 112,3 milhões ao desenvolvimento de novas tecnologias com o montante investido nos três primeiros meses de 2021 representando 31% do investimento de 2020, 33,4% de 2019, 58% de 2018 e 53% de 2017.
O investimento blockchain transforma a cadeia de suprimentos, reduzindo o volume de transações entre clientes, distribuidores e varejistas, mais claras, seguras e transparentes. A Neogrid ainda não definiu qual sistema blockchain utilizará para atingir seus objetivos, ao passo que empresas como BMW, Coinbase e Google, por exemplo, utilizam a blockchain da Ethereum, enquanto a Amazon e a chinesa Ant Financial usam a blockchain Hyperledger Fabric da IBM. O desenvolvimento da start-up se fundamenta em pilares como 'conectividade' com fabricantes, varejistas e distribuidores, otimizando estoques e deixando mais eficientes as operações entre partes. Outra solução aproveitando informações de estoque e venda evitando excesso de produtos, sincroniza consumo à quantidade de volume disponível. Por fim, utiliza a chamada DDR, Demand Driven Replenishment, tecnologia baseada em algoritmos utilizando informações diárias dos clientes para indicar a quantidade ideal de produtos em estoque e para onde os bens devem ser enviados, liberando fluxo de caixa, pois o excesso de estoque é capital parado e a velocidade do giro é a vida da loja.
Moral da Nota: a Salsa, companhia portuguesa de vestuário, uma das clientes Neogrid na pandemia e com mais de 200 pontos de venda na Europa, através das ferramentas de inteligência artificial da Neogrid, sincronizou a demanda real pelos produtos calculando e ajustando mensalmente, considerando a previsão de estoque conforme as vendas nas lojas. O IPO da Neogrid em dezembro de 2020 movimentou R$ 486 milhões, sendo que 20% se destinou a área de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias enquanto 80% será destinado à fusões e aquisições, já comprando por R$ 17 milhões a startup brasileira Smarket que trabalha com gestão de promoções para supermercados, farmácias e varejistas crescendo 33% em 2020, fechando o ano com 68 clientes e faturamento de R$ 303 mil. Além da gestão das ofertas, a Smarket mapeia lojas, identifica e garante se os produtos nas pontas da gôndola são os melhores aos negócios dos clientes atuando em processo relevante no mercado varejista, ou, o promocional, onde mais de 40% dos produtos disponíveis à venda no varejo alimentar, por exemplo, são itens em oferta. O futuro aponta que a companhia avalia mais de 100 empresas, sendo 80% brasileiras e 20% no exterior.