A diretora do Centro Genebra para Negócios e Direitos Humanos da Escola de Economia e Gestão da Universidade de Genebra e diretora de pesquisa do Centro Stern para Negócios e Direitos Humanos da New York University, explica por que a mineração de cobalto na República Democrática do Congo requer urgente atenção. O cobalto, segundo a pesquisadora, é mineral essencial em baterias de carros elétricos, computadores e telefones celulares, cuja demanda aumenta à medida que mais carros elétricos são vendidos, especialmente na Europa, onde governos incentivam vendas com bônus ambientais. Projeções da Aliança Global de Baterias do Fórum Econômico Mundial, indicam que a demanda por cobalto em baterias quadruplicará em 2030 como resultado do boom de veículos elétricos, com mais de 70% do cobalto do mundo produzido na República Democrática do Congo e entre 15% e 30% produzido por processo artesanal em pequena escala. Grupos de direitos humanos documentaram problemas humanitários em operações de mineração, riscos altos nas minas artesanais, enfraquecimento por conflitos étnicos, Ebola e corrupção, além do trabalho infantil, acidentes fatais e confrontos entre mineiros artesanais e seguranças de grandes mineradoras.
O trabalho artesanal em minas africanas, ASM, não pode ser encerrado por inserir em tábua de salvação à milhões de congoleses que vivem em pobreza extrema. Cortar o ASM da cadeia de abastecimento do cobalto inviabiliza a natureza entrelaçada da cadeia de abastecimento, indesejável na perspectiva de desenvolvimento e em vez disso, empresas comprometidas com o estabelecimento de práticas responsáveis de abastecimento de cobalto buscam assumir responsabilidade ao lidar com violações dos direitos humanos que contaminam o setor de ASM. Em fase de experimentação projetos de formalização ASM regulamentando métodos de mineração e condições de trabalho, com evidência, os dois maiores projetos de formalização ASM de cobalto ativo liderado pela Trafigura, empresa suíça de comércio de commodities, e pela maior empresa chinesa de processamento de cobalto, Huayou Cobalt, cujas lições e recomendações foram publicadas em White Paper do Fórum Econômico Mundial. Muitas empresas não compram na RDC por questões com direitos humanos, enquanto outras que produzem eletrônicos ou veículos elétricos, pelo menos oficialmente, não usam cobalto oriundo de ASM, embora cientes em separar o cobalto ASM da produção industrial rastreando-o nos locais de mineração. O reconhecimento que o ASM continuará e padrões de direitos humanos da indústria deverão ser implementados necessitando monitoramento, com o governo da RDC adotando Código de Mineração e atribuindo terrenos especificamente à ASM. Trabalhar em ambiente de múltiplas partes interessadas com os principais atores ao longo da cadeia de abastecimento, globalmente e na RDC, inclui governos, cooperativas e concessionárias, sociedade civil, trabalhadores, empresas de manufatura e usuários finais, fundamental ao desenvolvimento de sistemas de promoção da produção responsável e práticas comerciais.
Moral da Nota: entender a África e sua relação com tecnologias emergentes nos leva a visita de Nixon a China nos anos 70, cuja economia primária agricola tornou-se oásis à ascendente nova tecnologia ocidental evitando desmonte ou adaptação de tecnologia existente para seguir em frente com menos atrito; esta é a visão do continente africano em relação as tecnologias emergentes. Neste conceito o think tank independente global de pesquisa em livros-razão distribuídos atuante na Europa e Brasil, Blockchain Research Institute, BRI, estabelecerá centros de inovação e pesquisa na África através de parcerias com bancos, fundações e organizações, buscando educar e criar estratégias sobre como blockchain e outras tecnologias emergentes podem ser implementadas nos negócios, governo e sociedade. Em colaboração com o Standard Bank Group que oferece serviços bancários e financeiros a indivíduos, instituições e empresas, a partir da África do Sul se expandirá aos demais países africanos, exceto Egito e Líbia, que ficarão na divisão Oriente Médio. O BRI em parceria com o Orient Publishing Center, OPC, traduziu quatro livros do BRI sobre blockchain ao mercado chinês compilando pesquisas BRI com curadoria explorando impacto da tecnologia em setores específicos, além de formas como transformar a estrutura corporativa com a segunda compilação, Supply Chain Revolution, lançada no segundo trimestre 2020 na América do Norte. O Blockchain Research Institute é independente e global dedicado a inspirar e preparar líderes dos setores público e privado catalisando transformação blockchain, financiado por corporações internacionais e agências governamentais, com mais de 100 projetos de pesquisa em serviços financeiros, manufatura, varejo, energia e recursos, tecnologia, mídia, saúde e governo, oferecendo serviços aos seus membros incluindo webinars mensais, briefings executivos, encontros e demais atividades exclusivas.