Tornar obrigatório a divulgação de riscos climáticos é a medida mais impactante à bancos e empresas divulgarem sua exposição aos riscos relacionados ao clima, vital, nos esforços em salvaguardar o sistema financeiro de choques das mudanças climáticas. Os ministros das finanças do G7 em Londres pediram mais coordenação para medir o impacto que as empresas tem sobre o clima e meio ambiente, alertando ao risco de fragmentação à medida que jurisdições locais adotam abordagens diferenciadas. Os bancos centrais e reguladores financeiros alegam falta de dados confiáveis sobre a exposição das empresas nos territórios e riscos climáticos, além do grau de compatibilidade das atividades com o ambiente, hoje, coletados de forma voluntária, embora jurisdições como a França optam pela obrigatoriedade dos relatórios. O impulso na divulgação obrigatória foi discutido ainda por amplo grupo de nações do G20, com a crença que um acordo internacional seria alcançado na Conferência sobre Mudança Climática da ONU em Glasgow a partir de 1º de novembro de 2021, no entanto, o comunicado do G7 diz que divulgações obrigatórias deverão ser feitas conforme recomendações existentes na Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima, TCFD.
Os banqueiros centrais concordaram terem papel claro no desempenho ao combate às mudanças climáticas, enfatizando pedidos aos bancos e empresas da obrigatoriedade na declaração de sua exposição à crise que se aproxima. A conferência "Cisne Verde", nome procedente de variação da teoria do "cisne negro" sobre principais choques sistêmicos, reuniu dirigentes dos principais bancos centrais do mundo, formuladores de políticas, acadêmicos e empresas. Todos concordaram que houve resposta aos esforços do ex-governador do Banco da Inglaterra, Mark Carney, ao sugerir em 2015 que a mudança climática levaria a crises financeiras, ativos perdidos e queda nos padrões de vida. A Rede de Bancos Centrais e Supervisores para Esverdear o Sistema Financeiro, NGFS, segundo Frank Elderson, presidente da NGFS criada há quatro anos, tem 91 membros cobrindo 88% da economia mundial e 85% das emissões globais. Exemplos de abordagens com ideias semelhantes ocorreram por parte do governador do Banco Popular da China, Yi Gang, estimando a referência constituindo ativos ambientalmente sustentáveis convergidos em 80% à taxonomia separada produzida pela UE.
Moral da Nota: o grande risco está na falta de coordenação entre canais criados para avaliar e lidar com riscos climáticos e estudar como a política do banco central pode ser mais verde. A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, estima em 200 estruturas separadas lidando com risco climático, podendo levar a abordagem fragmentada, concluindo, "temos que ir no sentido de estreitar". O chefe do Banco da Inglaterra disse que seu banco, um dos mais inclinados ao futuro, explora como tornar mais veerde seu portfólio de política monetária após a divulgação do relatório em 2020 considerando a pegada de carbono de seus ativos consistente com um aumento de até 3,5-4 graus em 2100. Joseph Stiglitz estima que a decisão do governo Biden de basear a tomada de decisão federal em aumento no custo do carbono a US$ 51/tonelada, implica em aumento alarmante da temperatura, justificando, “tem implicações profundas porque sugere falta de credibilidade na política”. Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, lembra que a revisão dos esforços dos bancos da zona do euro em contabilizar exposição aos riscos climáticos "não foi totalmente satisfatória" e que os bancos estavam "em alerta" à uma melhor revisão em 2022. Avisou que devemos afastar da abordagem voluntária liderada pelo setor privado na divulgação de riscos climáticos, cheirando a regulamentação leve em vigor antes da crise financeira de 2008/09, justificou, "veja aonde nos levou". O chefe do Bundesbank alemão, Jens Weidmann, disse que sua equipe descobriu que apenas uma minoria de empresas o levou a sério, justifica, "pesquisadores concluíram que as empresas optaram por relatar informações não materiais sobre riscos climáticos". François Villeroy de Galhau, presidente do Banco da França, observou que a França trilha o caminho da divulgação obrigatória dos riscos climáticos pedindo às economias que façam o mesmo até fins de 2021. Thierry Philipponnat, da ONG Finance Watch, alertou que a lacuna de dados não deve ser desculpa à não ação, justificando, "é eufemismo conveniente, mas perigoso, porque não temos os dados e nunca os teremos." A presidência italiana do G20 agendou reuniões para julho em Veneza e Nápoles e uma cúpula de 30 a 31 de outubro de 2021 em Roma, como parte dos esforços em acelerar esforço global sobre mudança climática na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática em Glasgow a partir de 1º de novembro de 2021.