quarta-feira, 5 de maio de 2021

Sustentabilidade

O New York Times em artigo na seção "Clima e Meio Ambiente" tocou na questão dos "custos ambientais surpreendentes" da mineração de criptomoedas. A impressão de notas fiduciárias acelera o desmatamento e nos argumentos do historiador Stuart Schrader a supremacia do dólar americano e seu "privilégio exorbitante" como moeda de reserva mundial, se liga à questão militar americana impactando no ambiente. Estudo recente avisa que o Departamento de Defesa dos EUA "é o maior usuário institucional de petróleo do mundo e o maior produtor mundial individual de gases de efeito estufa, GEE," com estudos anteriores mostrando que em termos de impacto ambiental cumulativo rivalizam com mais de 140 países. Outro relatório do Pentágono de 2019 fala que 79 bases militares dos EUA correm risco de inundações pelo aumento do nível do mar consequente a atividade militar americana. 

A crescente demanda por energia de criptomoedas de prova de trabalho, PoW, como Bitcoin, BTC, tem sido tópico debatido. Moedas digitais atuam como ferramenta poderosa de coordenação e a Blockchain avança rumo a modelo sustentável com o bitcoin promovendo pesquisas sobre fontes alternativas de energia, inclusive com a Ethereum prestes a fazer transição ao modelo de consenso Proof-of-Stake, PoS, de eficiência energética. Tais eventos jogam as moedas fiduciárias em passado poluente enquanto a blockchain lidera a busca pela sustentabilidade, daí, razoável pensar que na contabilidade final do livro-razão é possível que a blockchain seja a tecnologia conduzindo a sustentabilidade de longo prazo. Empresas e redes possuem amplo roteiro de carbono negativo, NFTs de compensação de carbono e doações para causas verdes como esforço em transformar dinheiro que por natureza significa salvar o planeta.

Moral da Nota: o estudo comparativo de ativos criptográficos da Universidade de Cambridge, mostra que 76% dos mineradores de criptomoedas usam eletricidade de fontes renováveis ​​e mais de 39% da energia total consumida por criptomoedas, PoW, incluindo Bitcoin, Ether, ETH, Bitcoin Cash, BCH, etc, vem de fontes de energia renovável. Tal estudo contrasta com o anterior em que apenas 28% do total de energia consumida pela mineração de criptomoedas veio de recursos renováveis e, em 2018, 60% das mineradoras usaram fontes de energia renovável ​​como parte da matriz energética. Um último estudo aponta que a energia hidrelétrica é a fonte mais comum aos mineradores, ou, 62% usam hidroeletricidade, seguido pelo carvão e gás natural com 38% e 36% respectivamente, sendo que energia eólica, petrolífera e solar são três fontes comuns à mineradores de criptomoedas. O relatório divide por regiões mineradoras, Ásia-Pacífico, Europa, América Latina e América do Norte com porcentagem quase igual de energia hidrelétrica se comparada a eletricidade de fontes como carvão, gás natural, vento e petróleo. Observa-se que mineiros da região Ásia-Pacífico contribuem com 77% do poder hash do Bitcoin, tendo o carvão como fonte mais comum e com menores quantidades de fontes de energia renováveis. Nenhum minerador na América Latina usa eletricidade a carvão para minerar criptomoedas e embora a América do Norte acrescente apenas 8% do hash power total, 63% da energia consumida na mineração de Bitcoin por lá vem de fontes renováveis. A Europa ocupa o segundo lugar depois da América do Norte com quase 30% da mineração de criptomoedas alimentada por energia renovável, contribuindo com 10% do hash power do Bitcoin no mundo.