A Drug Supply Chain Security Act, aprovada em 2013, buscando erradicar mercado negro e comércio de medicamentos falsificados, coloca farmacêuticas nos EUA diante do prazo de novembro de 2023 quando a blockchain poderá entrar em ação no combate a crise de opiáceos. Quantificar o tamanho do mercado de medicamentos falsificados é difícil uma vez que opera fora dos canais normais, no entanto, relatório de 2020 do Pacific Research Institute estima vendas globais entre US$ 200/400 bilhões/anuais. A lei inclui requisitos para rastrear e identificar medicamentos na cadeia de abastecimento à fabricantes, atacadistas, reembaladores e distribuidores. A Merck em parceria com Walmart, IBM e KPMG, parte de um programa piloto da Food and Drug Administration dos EUA, testarão blockchain para identificar etapas que um medicamento realizou do fabricante à farmácia ou consultório médico, construindo a confiança do paciente. Implantou piloto em Hong Kong ao redor do Gardasil, vacina administrada em adolescentes para prevenir disseminação do papilomavírus humano, doença sexualmente transmissível que pode levar ao câncer cervical em mulheres, com aplicativo de telefone para escanear a embalagem do Gardasil e obter “histórico de seu movimento do ponto de importação da cadeia de distribuição ao mercado”.
Inovações na medicina personalizada resultam medicamentos de alto custo em doenças raras. A Biogen, sediada em Cambridge, Massachusetts, com tratamento à atrofia muscular espinhal, doença rara, através do medicamento Spinraza que tem como alvo neurônios motores e deve ser injetado pelo médico no liquor ao redor da medula espinhal, sendo que cada injeção custa US$ 125 mil e um tratamento padrão requer três doses/ano. A UCLA Health, na Califórnia, para acompanhar este último trecho se associou a LedgerDomain, empresa de tecnologia blockchain baseada em Las Vegas, e a Biogen. Nominado BRUINchain, com foco no rastreamento de medicamentos de alto valor cujos sistemas de saúde recebem grandes remessas e verificam genuinidade e ao mesmo tempo não divulgam os números de série desses medicamentos. O BRUINchain é modo seguro à hospitais e empresas farmacêuticas conversarem entre si sem revelar informações confidenciais no que é conhecido como interação máquina a máquina. A UCLA verifica o medicamento quando chega e envia solicitação de verificação à Biogen ao número de série específico, sendo que ambas as partes participam da autenticação do usuário e do roteamento. Após confirmação da Biogen, a embalagem é digitalizada pelo funcionário que manuseia o frasco da plataforma de carregamento à farmácia e ao refrigerador criando cadeia de propriedade confiável, sendo que profissionais de saúde podem usar um aplicativo para verificar o movimento do medicamento e a localização atual.
Moral da Nota: semelhante ao bitcoin com cadeia confiável de propriedade à criptomoeda, cada solução da cadeia de suprimentos em trânsito ou na farmácia hospitalar fornece maneira segura de coletar dados sobre o movimento e verificação de carga. Relatório de 2019 da American Hospital Association, avisa que mais da metade dos hospitais pesquisados adiou terapias ou mudou atendimento pela escassez de medicamentos com o FDA avisando que 9 dos 11 medicamentos usados para tratar câncer no sangue em crianças entraram e saíram da escassez na última década. Uma visão em tempo real das camadas mais profundas da cadeia de suprimentos, pode prever e resolver imprevistos.