O plano quinquenal chinês menciona especificamente blockchain e sinaliza foco crescente na pesquisa de tecnologias emergentes, buscando dianteira na curva de utilização DLT, evidenciada no lançamento mais recente do plano de cinco anos. A palavra "blockchain" foi mencionada pela primeira vez no 14º plano quinquenal regular da China estabelecendo prioridades econômicas entre 2021 a 2025, conforme comunicação do Pingwest. Explorar novas tecnologias do lançamento da moeda digital do banco central à carteiras de hardware biométrico digital, yuan digital, insere a China na vanguarda da emissão de moeda digital nacional. Apesar da desconfiança em relação à criptomoedas descentralizadas e de código aberto, evidenciado na proibição de trocas e ICOs, o início dos pagamentos em yuan digital nas lojas de departamentos em Xangai e implantação de caixas eletrônicos em Shenzen, se alinha a meta de inclusão no sistema de 65% da população urbana até fins do próximo período de cinco anos. Trabalhar com empresas na economia digital é evidenciada quando a China Merchants Port, operadora portuária do país, tornou-se parceira do Alibaba na promoção da integração blockchain na indústria portuária.
O 14º Plano Quinquenal chega a ponto de inflexão crítico no desenvolvimento social e econômico da China, com 192 capítulos e 74 mil caracteres chineses com metas de desenvolvimento e planos detalhados aos próximos cinco anos. São destaques duas estréias históricas, a primeira o Plano Quinquenal não inclui meta específica de crescimento do PIB anunciando que o crescimento seria mantido em "faixa razoável" e a meta anual definida com base em condições específicas de cada ano. No 13º Plano entre 2016-20 foi estabelecida meta de crescimento acima de 6,5% em média, no entanto, o crescimento do PIB se manteve acima de 6,5% nos primeiros três anos até que a pandemia trouxe a média de cinco anos à cerca de 5,7%. A outra estréia é que o plano contém secção especial à segurança do desenvolvimento no fortalecimento do sistema e capacidades de segurança nacional com disposições em garantir segurança alimentar, energética e financeira. O plano tem indicadores cobrindo áreas com metas obrigatórias enfocando proteção ecológica e suporte de segurança, entre eles, metas à produção de alimentos e energia incluídas pela primeira vez. No quesito segurança alimentar o plano fala em aderir a linha vermelha de 1,8 bilhão de mu, 120 milhões de hectares de terras cultiváveis visando garantia da segurança alimentar. O plano implementa estratégia de desenvolvimento de “dupla circulação” centrando na dinamização do mercado nacional, no aumento da autoeficiência e na independência tecnológica com aumento significativo da investigação e desenvolvimento, I&D, além de reforço na proteção do ambiente via investimentos em energias renováveis.
Moral da Nota: o plano Chinês é criticado em outras áreas pela falta de ambição econômica mais ampla e tendência em concentrar na redução da dívida eliminando planos de lançamento do pacote de US$ 140 bilhões, contrastando com a decisão de Joe Biden emitir mais US$ 1,9 trilhão no pacote de estímulo anti COVID-19. Gastos com tecnologia contribuirão com retornos mais elevados do PIB nos próximos anos, aumentando 7%/ano até o fins de 2025 despesas com pesquisa e desenvolvimento. Rompendo a tradição de décadas o 14º Plano Quinquenal, 2021-25, não definiu pela primeira vez na história do país meta específica de crescimento do PIB, em vez disso, enfatiza metas em indicadores como taxa de desemprego, consumo de energia e emissões de CO2, em linha com o conceito de melhorar a vida e a qualidade do desenvolvimento. Refletiu incertezas da economia incluindo condições globais severas, recuperação doméstica instável com restrições ao consumo e investimento.