A agricultura nigeriana sofre perdas resultantes da variabilidade climática, com 90% dos alimentos colhidos pelos pequenos agricultores, vulneráveis ao clima, relacionado cada vez mais a eventos extremos. Como exemplo, o plantio de inhame em 2019 atrelado a empréstimo de US$ 166, contratado por trabalhadores aproveitando a chuva de março, que não vieram, desorganizou o planejamento agrícola consequente as fortes chuvas em maio. Esta alteração no regime das chuvas impacta o agricultor que desconhece como lidar com a variabilidade climática, acarretando perdas econômicas.
A experiência reflete em milhões de outros agricultores, sofrendo alteração brusca nas condições climáticas, seja pelo início tardio das chuvas, períodos de seca, aumentos de temperatura, fortes chuvas ou eventos fora de estação, passíveis de consequências. Tais mudanças descartam épocas de plantio, colheita, capina, aplicação de fertilizantes e armazenamento com consequências na elevação de custos em contexto de crescimento populacional, na África, dobrando até 2050. A Nigéria, país mais populoso da África, segundo a FAO, mudanças nas estações e crescimento populacional exercem pressão na produção de alimentos com 90% controlado por pequenos agricultores. Soluções tecnológicas com inovações aos agricultores são lentas onde a mistura de previsão, intuição, experiência natural e consulta a divindades, garante a sobrevivência. A agricultura baseada em condições naturais, culturais e gado, têm no clima e estações condições de desenvolvimento via planejamento intuitivo determinando quando semear, armazenar ou colher.
Moral da Nota: estudo da Oxfam Nigéria e da WANEP, Rede da África Ocidental à Construção da Paz da Nigéria, mostra que a produtividade econômica da Nigéria diminui 11% até 2020 e 30% em 2050, resultante de mudanças climáticas. Especialistas alertam que os agricultores rurais estão mal equipados para se adaptar às mudanças climáticas. Muitos ainda não ligam mudanças das condições climáticas à crise climática. A ONG ColdHubs ajuda evitar perdas pós-colheita com mais de 30 instalações de armazenamento a frio, 'hubs frios', em mercados e aldeias. Com energia solar, armazena para pequenos agricultores com taxas subsidiadas, reduzindo em 80% perdas pós-colheita e prolongando vida útil de frutas e legumes de 2 a 21 dias. O Coldhubs conscientiza sobre questões agrícolas, com modelo para lidar com perdas associadas a problemas de armazenamento relacionados à mudanças climáticas.