quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Tokenização

A tokenização apesar do longo caminho a percorrer tem objetivo de trazer  estabilidade aos mercados emergentes, cujo maior desafio é a volatilidade. A volatidade emerge na instabilidade política e econômica, dependência de limitado número de setores e acessibilidade limitada, agravadas por estruturas regulatórias deficientes ou inexistentes. Implementações financeiras e tecnológicas introduzidas fornecem busca por estabilidade, sendo a tokenização blockchain o veículo que permite tornar realidade. Os mercados precisam de liquidez parcialmente derivada da participação, caso a chance de um título ser líquido for baixa, permanecerá estagnado com maior risco e economias dependentes de indústrias fortes compensatórias, enquanto partícipes domésticos e estrangeiros não geram riqueza a participação leva a maior liquidez dificultada por sistemas político-econômicos.

O conceito de desenvolvimento blockchain decorre do sentimento enfrentado em mercados emergentes do poder centralizado e pouco fazer a respeito, daí, remover a centralização tem implicações no mercado global. A blockchain elimina intermediário capacitando pessoas individualmente com finanças, levando em teoria a maior acessibilidade e subsequente maior participação, especialmente aos sem banco ou com dificuldades financeiras. Embora a tecnologia Blockchain com poder de descentralizar finanças se faz através dos "tokens", verdadeiros culpados em aumentar a participação no mercado, sendo Token qualquer tipo de ativo negociável, digital ou tangível. Em relatório de 2018 a Deloitte expressou confiança no potencial de tokenização, dizendo textualmente “o ato de tokenizar ativos ameaça mudar setores, especialmente o financeiro e os despreparados correm risco de ficar para trás. A tokenização pode tornar o setor financeiro mais acessível, barato, rápido e fácil, potencialmente desbloqueando trilhões de euros em ativos atualmente ilíquidos e aumentando volumes de transações". Ideias manifestadas em aplicações diferentes, de títulos a ativos, tão exclusivos e se beneficiaram dos recursos de tokenização.

Moral da Nota: avança o projeto europeu com a sigla TOKEN, ministrado pela Câmara Municipal de Santander e pela Universidade da Cantábria buscando melhoria dos processos nos serviços públicos analisando impacto “blockchain” com duração de 32 meses a contar de março 2019. Trabalha com funcionários e gestores públicos, medindo a percepção da reação na administração dos aplicativos e a experiência dos cidadãos como usuários finais. Atuam no projeto desenvolvedores de TI/RTO com experiência no desenvolvimento de componentes blockchain/IoT e plataformas Big Data. Desenvolvem plataforma com solução blockchain como serviço, BCPaaS, a ser testado em áreas de aplicação replicáveis ​​comuns a muitos governos na Europa, a contar, distribuição de fundos públicos, gestão de contas públicas, logística urbana e recuperação de dados. A implementação do BCPaaS será avaliada em perspetiva multidimensional, impactos tecnológicos, culturais, socioeconômicos e jurídicos, em atenção à atitudes manifestadas por servidores públicos, pessoas-chave na prestação dos serviços públicos e testadas desde janeiro 2020 ao final de 2022. Fornecer serviços que criam valor pela tecnologia permitindo registrar, compartilhar e sincronizar transações e dados entre usuários em múltiplos locais, cria ambiente descentralizado circulando informação protegida e transparente.

Rodapé: o diretor do Grupo UC de Economia Aplicada Internacional e Política Econômica explica que o desafio neste cenário é a readaptação da administração pública, devendo ter pessoal qualificado lidando com tecnologias Blockchain. Explica que pesquisadores constatam que “gestores públicos têm resistência, mas enxergam benefícios potenciais de redução na intermediação e burocracia, melhorando coordenação e confiança nas informações, permitindo maior atividade do cidadão e mais qualidade na serviços públicos."