domingo, 20 de dezembro de 2020

Certificação blockchain

O Ministério da Educação e Treinamento do Vietnã ou MOET, implementará em 2021 tecnologia blockchain para emissão de diplomas. O Ministério através de parceria com a TomoChain, startup de Cingapura, colocará certificações nacionais de estudantes na plataforma blockchain da TomoChain. O projeto é parte do “Arquivo Nacional de Qualificações” em que o MOET emitirá diplomas concedidos pelas unidades de ensino médio e superior na blockchain. O sistema de certificação blockchain do Vietnã foi projetado para permitir verificação transparente e imutável das qualificações dos alunos, substituindo processos de verificação de longa duração por agências de recrutamento e unidades de RH. 

Nesta ideia o Ministério da Educação do Brasil propôs em dezembro de 2019 a emissão de diplomas Blockchain com o lançamento do Diploma Digital,  agilizando e reduzindo fraudes e custos de emissão aos alunos recém-formados do ensino superior. A certificação digital deverá ser implementada em instituições de ensino superior, públicas e privadas, até fins de 2021 beneficiando mais de 8,3 milhões de alunos. O diploma físico leva 90 dias para ser emitido e com o programa, o tempo será reduzido à 15 dias. O projeto-piloto realizado na Universidade Federal de Santa Catarina, mostrou que o certificado físico custa R$ 390,26 e o digital R$ 85,15. A versão digital será semelhante ao diploma tradicional, com diagramação do documento sob responsabilidade da universidade, respeitando autonomia, e a validação das informações feitas via código alfanumérico e QR-code no canto inferior direito do documento. A validade jurídica e a segurança dos novos diplomas digitais serão garantidas, segundo o MEC, pela assinatura do documento por parte de instituições com certificado digital e uso do carimbo do tempo atestando data e hora em que foi assinado conforme consta no padrão da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira, ICP-Brasil.

Moral da Nota: ministérios e escolas do mundo anunciaram planos de emitir diplomas na blockchain. Além do Brasil duas escolas italianas de ensino médio anunciaram planos de emitir diplomas na blockchain Ethereum. A Universidade Nacional da Colômbia oferece diploma digital blockchain desde 2019 e, de acordo com a instituição, menos da metade dos formandos baixou suas certificações digitais desde então. O diretor de desenvolvimento e negócios da TomoChain disse que por conta da iniciativa vietnamita, é a primeira vez que a startup fornece serviços à agência governamental observando que “é também a primeira vez que o governo do Vietnam trabalha com blockchain”. Entre nós, a Operação Nota Zero deflagrada em 2018 no Rio de Janeiro mostrou que foram emitidos no Brasil em 5 anos 350 mil diplomas falsos, equivalente a R$ 700 milhões em fraudes. Investigou 11 escolas particulares de vários municípios do Rio, suspeitas de emitir diplomas falsos do ensino fundamental e médio, sem relação com o ensino superior.