A Mastercard anunciou a criação de plataforma para testar moedas digitais do banco central, CBDC. A plataforma proporcionará até ao banco central área técnica restrita pronta para uso, permitindo experimentação, dando à Mastercard a visão dos modelos, casos de uso e pensamento dos bancos centrais e outros participantes, ou, valiosa inteligência de mercado influenciando a direção da solução CBDC. A plataforma fará emissão, distribuição e troca de CBDCs entre bancos centrais, bancos comerciais e consumidores, apresentando interação com pagamentos existentes, e com esta oferta, a Mastercard cai em terreno fértil uma vez que pesquisas do banco central de bancos centrais, Bank of International Settlements in Basel, indicam que 80% dos bancos centrais contemplam a emissão da CBDC. A Mastercard convidou bancos centrais e comerciais, empresas de tecnologia e consultoria para se associarem na avaliação e adequação da CBDC, sendo que o sandbox conta com “plataforma de teste proprietária” incorporando blockchain semelhante a provas de conceito CBDC. O comunicado não especifica o que os participantes terão de ceder ou desistir para aderir à plataforma de testes, não fala sobre os já inscritos e nem sobre a composição do nucleo avalizador. A CBDC é o dinheiro do banco central em versão digital, assim como foca pagamentos peer to peer, sendo verdade que o setor privado distribui anonimamente dinheiro para ser usado entre pessoas físicas, empresas de varejo e outros.
Vale refletir a CBDC de um cartão ou transação móvel não envolve nenhuma liquidação sendo desnecessário ligar ao banco emissor, necessitando apenas conexão com o livro razão da CBDC para liquidação instantânea, quer dizer, do pagador ao beneficiário instantaneamente, Sem taxas de intercâmbio ou margem de lucro, caso haja alguma, a economia deve ser compartilhada entre pagador e beneficiário. A perspectiva dessa ruptura chama atenção de executivos bancários, associações de cartões e quem ganha dinheiro com as ligações do sistema de pagamento. Taxas tiradas dos resultados financeiros das empresas pelos serviços de pagamento afetam os preços que consumidores pagam por bens e serviços, sendo imposto de 4% sobre todas as transações e sem desconto à vista, ou, quando se paga à vista, paga o mesmo que um cartão ou cliente móvel. Os bancos centrais que planejam emitir CBDCs devem regular o controle dos pagamentos para CBDCs e mitigar taxas cobradas, tornando-a mais parecida com dinheiro. A infraestrutura das CBDCs, pelo menos nas grandes economias, será criada, controlada ou regulada pelo banco central.
Moral da Nota: a sandbox CBDC da Mastercard será apoiada na borda por terminais mastercard para interação com o cliente, já que a Mastercard ganha dinheiro fornecendo trilha de pagamento à transações. O serviço Banknet funciona entre adquirente ou banco comercial e os bancos emissores emitindo cartão na fase de autorização da transação do cartão. Na fase de liquidação o serviço Banknet envolve-se na movimentação de fundos do banco emissor ao banco adquirente. Na associação do cartão Mastercard, banco emissor e banco adquirente, o processador de cartão de crédito costuma estar no mix cobrando taxas compostas por taxas de intercâmbio, de avaliação e markup. As taxas de intercâmbio vão para o banco emissor, a avaliação à associação do cartão e o markup aos processadores impondo taxa de transação de até 4% à cada transação. Essas taxas são cobradas do comerciante mesmo quando não há crédito como nos cartões de débito e nenhuma delas é relevante à transação em dinheiro.