domingo, 1 de março de 2020

Sem Precedentes

Os incêndios "sem precedentes" na Austrália destruíram um quinto das florestas, estão ligados a seca que se desenvolve a vários anos consequente as alterações climáticas. Climatologistas estudam dados para determinar o grau de responsabilidade da desregulamentação climática no sinistro, sendo que em edição especial da 'Nature Climate Change' investigadores australianos revêem aspectos do evento. O estudo em questão informa que 5,8 milhões de hectares de florestas queimaram em Nova-Gales do Sul e no Estado de Vitória, o mais devastador registrado, não incluindo a Tasmânia, sendo que na média, menos de 2% das florestas australianas são destruídas por incêndios anualmente.
Por sua vez a publicação online 'Carbon Brief', especializada em energia e clima, informa que a epidemia de coronavirus na China reduziu em menos de 30 dias 25% das emissões de gases estufa da produção energética. Nas primeiras semanas de fevereiro, as emissões chinesas de cerca de 400 milhões de toneladas de CO2 caíram para 100 milhões de toneladas de CO2. Os cortes nas emissões decorrem das quebras na produção industrial e energética, centrais a carvão ou refinarias de petróleo, além da redução de 70% nos voos internos pelas medidas de contenção da epidemia. Imagens da Nasa revelam que as concentrações de dióxido de nitrogênio caíram 36% no mesmo período, aliviando a poluição nas grandes cidades chinesas.
Moral da Nota:  outro estudo sobre o evento australiano, observa condições que agravaram a destruição provocada pelos incêndios como seca prolongada na bacia de Murray, além do fenômeno chamado Dipolo do Oceano Indico (DOI), influenciando diretamente os níveis de precipitação pluviométrica na Austrália e arredores. Quando a temperatura da superfície marinha é mais quente que a normal no leste do indico, é acompanhada por águas mais frias no oeste, provocando chuvas intensas no sudeste australiano. A seca no país desde 2017 está ligada ao fenômeno decorrente ao aumento generalizado da temperatura oceânica, com alta probabilidade de reincidência e frequência mais intensa.