sábado, 29 de fevereiro de 2020

A Força do Lobby

A revista francesa 60 Milhões de Consumidores, informa que estudo em 155 produtos para bebês revela glifosato e conservante tóxico em produtos como fraldas, lenços umedecidos e hidratantes, conclusões, contestadas pelos fabricantes. Em 12 marcas de fraldas analisadas pelo Instituto Nacional de Consumo, INC, Love & Green, Lotus Baby, Pommette e Lillydo encontraram vestígios do glifosato. Na marca Mots d'Enfants detectaram compostos orgânicos voláteis (COV), que provoca irritação na pele, mucosas e sistema pulmonar. Em três dos 44 lenços umedecidos testados, inclusive Mixa Bébé da L'Oréal, o fenoxietanol é usado como ingrediente controverso.
A condenação da Monsanto nos EUA devido ao glifosato, aumenta pressões na França que permite seu uso na agricultura nacional até 2021. No entanto, Estados-membros da UE prolongaram a licença do glifosato por cinco anos com votos da bancada alemã que se aliou à proposta da Comissão Europeia. O glifosato foi considerado como “provavelmente cancerígeno” em 2015 pelo Centro Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, órgão da OMS, ao passo que a Comissão Europeia se apoia no sinal verde de agências científicas da UE, Autoridade Europeia para Segurança Alimentar e Agência Europeia das Substâncias Químicas, que não classificaram o herbicida como cancerígeno. No entanto, acusações de influência sobre estudos científicos pela indústria fitossanitária e Monsanto, fabricante do glifosato, acirra os debates.
Moral da Nota: o glifosato é o agrotóxico mais utilizado no Brasil nas plantações de soja e a Argentina utiliza mais de 250 milhões de litros de glifosato/ano, maior consumidor do produto no mundo. Por aqui, a 7ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal suspendeu o registro de produtos que utilizam os agrotóxicos, glifosato, abamectina e tiram dando a Anvisa prazo para novos estudos, decisão sob questão da AGU. O herbicida é tema de documentário na França, 'Le Roundup face à ses juges', 'O Roundup diante de seus juízes', da jornalista e diretora francesa Marie-Monique Robin.