domingo, 22 de dezembro de 2019

Envelhecimento, Clima e Economia

Um profissional do mercado de capitais conhecedor do assunto e que não goste de determinado setor ou segmenta a visão por temas de preferência, motiva bloqueios em relação ao bom desenvolvimento de sua performance no mercado. Isto é pra dizer que separações entre materias de conhecimento são para fins didáticos, pois eventos se relacionam como um todo afetando o resultado final, daí, envelhecimento,clima e economia andam juntos. Nesta premissa, um exemplo relevante de envelhecimento está na notícia do site da RBC, avisando que a crise demográfica na Rússia estabelece este ano recorde de 11 anos no declínio da população nativa. Relatório do Serviço Rostat de Estatísticas informa que a população nacional totalizou 146,7 milhões de janeiro-setembro de 2019 e migrantes compensaram o declínio nos anos anteriores e em 2018, caiu pela primeira vez à níveis mínimos em uma década. Este ano, as mortes superam os nascimentos em 259 mil, maior declínio desde 2008 quando superaram os nascimentos em 362 mil. A ONU prevê que a população da Rússia deve reduzir à menos de 84 milhões de pessoas até 2100.
Quanto ao quesito clima, incêndios florestais na Austrália produziram 50% das emissões anuais de CO2 do país, ou, 195 milhões de toneladas na Nova Gales do Sul somadas aos 55 milhões de toneladas em Queensland dão 250 milhões de toneladas de CO2, ou, metade dos 532 milhões produzidos por gases efeito estufa em 2018. A Global Fire Emissions Database, Base de dados global de emissões pelo fogo, combinando observações de satélites e estimativas produzidas por incêndios em 2018, informa que a vegetação devastada não se recupera completamente limitando a capacidade florestal de absorver CO2. O ‘Guardian Australia’ fala em ‘stresse da seca’ afetando crescimento de árvores, menos biomassa e perda de cobertura florestal, ou, aquilo que seria sorvedouro de carbono torna-se produtor com consequências econômicas.
Moral da Nota: em se tratando da maior economia, relevante no universo econômico, os EUA injetarão US$ 500 bilhões na recompra de títulos da dívida até final do ano, na média diária de 75 bilhões, duplicando o valor nos dias 31/Dez e 2/Jan. Especialistas fazem leitura que os bancos estão com títulos públicos em excesso e falta dinheiro em espécie, portanto problema de liquidez. O detalhe é que a taxa de empréstimo do mercado de recompra, 'Repo', é próxima da taxa básica de juros, FED nos EUA, Selic no Brasil. Há 3 meses a taxa americana saiu de 2,5% para 10% levando o FED intervir, coisa que não ocorria desde 2008, na ideia que maior liquidez mais estímulo econômico e sua falta risco aos negócios. O website U.S Debt Clock informa que a dívida americana chegou a US$ 23 trilhões e a dívida por cidadão dos EUA é de US$ 69.724 com relação dívida/pib de 106,65%. Os três eventos, economia, clima e envelhecimento, na aparência  distintos, estão perigosamente relacionados, até aqui, sem descontrole. O problema é que suas causas envolvem parâmetros aparentemente não relacionados. Caso o problema do FED e dos bancos seja excesso de títulos da dívida americana decorrente processo de venda na China, aflora a ideia que todos estão com problemas.