domingo, 7 de julho de 2019

Microplásticos

Plásticos são polímeros normalmente derivados do petróleo com adição de compostos químicos compondo mais de 50% do peso do plástico. São adicionados plastificantes proporcionando flexibilidade e dureza dependendo do uso. Estabilizadores para inibir ou retardar a oxidação e degradação dos polímeros na fabricação. Retardadores de chama são adicionados para evitar a inflamabilidade. Protetores solares para absorver a luz UV aumentando a vida útil do material exposto ao sol e por fim, antibacterianos para impedir o crescimeto de bactérias no plástico principalmente os destinados a guardar alimentos. Mais de 3 mil substâncias químicas são associadas aos plásticos e mais de 60 caracterizam-se como de alto risco, algumas delas persistentes, bioacumulativas e tóxicas. Estudos mostram que biofenóis, ftalatos, retardadores de chama e metais pesados são danosos à saúde e uma vez ingeridos, acumulam-se na cadeia alimentar.
Já microplásticos são plásticos com menos de 0,5 cm ou tamanho de um grão de arroz. Chegam ao mar através de artigos como cosméticos, pasta de dente, sabonete e produtos de limpeza vindos pelo esgoto ou vias de escoamento como rios. Anualmente fabricantes europeus utilizam 3 125 toneladas de microplásticos. No mar, os microplásticos são fragmentados em pedaços menores pela ação da luz solar e ondas, com capacidade de atrair e acumular substâncias tóxicas do ambiente marinho funcionando como meio de transporte de poluentes. Os fragmentos de plásticos são ingeridos por animais marinhos a partir do menor peixe até os mamíferos.
Moral da Nota: o animal acumula os compostos químicos associados em seus tecidos, que são metabolizados e acumulando ao longo de sua vida. Chama-se efeito da biomagnificação aos níveis de microplásticos que aumentam à medida que sobem à cadeia trófica, de modo que a presa apresenta menor concentração de substâncias tóxicas que o predador. Níveis mais altos de poluição serão encontrados em espécies de nível trófico superior como golfinhos. Os compostos químicos associados aos plásticos produzem toxicidade crônica, como imitar comportamento dos hormônios ou induzir mutações celulares. Por fim, os alimentos podem ser contaminados durante a produção, processamento industrial, fases de embalagem, enlatamento, secagem ou armazenamento.