A agência Lusa informa que nos últimos 20 anos a Junta da Galicia e o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas de Portugal, repovoaram o rio Minho com 600 mil salmões juvenis pelo projeto Migra Minho/Miño um consórcio internacional de restauração da biodiversidade fluvial. O Migra Minho/Miño é liderado pela Direção-Geral do Patrimônio Natural da Junta da Galicia, no Programa de Cooperação Interreg Va Espanha-Portugal (Poctep) 2014-2020 e cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (Feder). Iniciado em 2017 com um fundo de 2,2 milhões de euros, intervém na "criação de mais mobilidade e acessibilidade no 'habitat' fluvial, mitigando pressões, reforçando e melhorando populações de peixes migradores avaliando o impacto das ações desenvolvidas".
O Projeto Migra Minho/Miño busca gestão e proteção do espaço natural da bacia internacional do rio Minho, incluindo afluentes, valorizando atividades pesqueiras tradicionais e o desenvolvimento sustentável com atividades comerciais de pesca, turismo e energia. O repovoamento com salmonídeos está previsto no regulamento de pesca do segmento internacional do rio, representando uma das competências da Comissão Permanente Internacional do rio Minho (Cpirm) com ações de pesca desde 1999. A bacia internacional do rio Minho contém 24 espécies de peixes pertencentes a 14 famílias em 18 espécies autóctones ou natural da região, sendo seis diádromas ou migradoras obrigatórias visando reprodução como a truta marisca, oito anfídromas ou que migram da água doce para salgada, cinco residentes ou que se reproduzem no local em que vivem como a truta residente e seis espécies alóctones ou aquela que não tem origem no local em que vive. Das espécies, 75% são autóctones, destas, 21% apresentam um importante valor de conservação já que são espécies endêmicas a nível peninsular.
Moral da Nota: o rio Minho tal qual muitos dos nossos é um rio internacional entre Portugal e Espanha, com ações de mitigação e resiliência desenvolvida por ambos os países. No caso brasileiro temos rios transfronteiriços e nacionais, antes de mais nada, necessitando inventário confiável da biodiversidade nativa e potenciais econômicos, populacionais e etc. Quando se fala em meio ambiente, de modo prático seria a utilização destes habitats servindo de base ao desenvolvimento de ações na busca por conservação e uso sustentável, coibindo degradação desenfreada do ecossistema. Certamente afrontar tais questões trará avanço científico, cultural e econômico, abrindo frentes de trabalho na nova economia focada em colocar cidades no centro da questão, atendendo e desenvolvendo suas populações e espaços. Difícil não pensar que as hidrelétricas por meio dos seus lagos, não sirvam de base ao processo de desenvolvimento dos potenciais fluviais de modo organizado não predatório.