sábado, 6 de abril de 2019

Moçambique

Ciclone tropical é um fenômeno meteorológico com tempestades nas regiões tropicais,  onde a pressão atmosférica é menor e a temperatura maior que da vizinhança. A baixa pressão provoca trovoadas, ventos fortes e chuvas torrenciais, com consequente subida do ar mais quente e menos denso contribuindo para a formação de chuvas. No verão de 2019 o diferencial determinante de mudanças nas características da estação foi o El Niño de fraca a moderada intensidade. Ocorre no Pacífico, definido como aquecimento anormal das águas e enfraquecimento dos ventos alísios, modificando no planeta a distribuição de chuvas e calor. Daí a combinação de ciclone tropical, El Nino, efeito estufa, pobreza e infraestrutura inadequada, acarretaram o desastre da África Austral. Graça Machel declarou a cidade de Beira em Moçambique como a primeira cidade destruída pelas alterações climáticas.
O ciclone tropical Idai destruiu 90% de Beria, capital da província de Sofala. Em Dondo, cidade no centro de Moçambique a 30 quilómetros da Beira, o Idai deslocou 17 mil pessoas. No entorno de Dondo estão alojadas 6 mil pessoas em escolas. Mais de 168 mil famílias ou 600 mil pessoas foram afetadas, sendo mais de 100 mil em Beira. Produziu chuvas torrenciais e ventos fortes entre 180 e 200 kms/h devastando o centro de Moçambique, Malawi e Zimbabue. As inundações em Moçambique foram estimadas como envolvendo área de 3 mil kms² matando 493 pessoas com 1.523 feridas e na região de Beira chegam a 750, deixando um milhão de crianças e mulheres sem assistência sanitária. Na região envolvendo Dombe, na província de Manica, Buzi e Nhamatanda, em Sofala, 15 mil pessoas estão desaparecidas ou não notificadas. Em Buzi, 200 kms da Beira, pessoas ficaram penduradas em árvores ou em telhados de casas por mais de três dias ou arrastadas pela correnteza. No centro do país, Sofala, Manica e Zambézia, 45 centros de saúde foram destruídos e 3140 salas de aula danificadas afetando 90 mil alunos. 
Moral da Nota: agências internacionais com o Instituto Nacional de Gestão de Desastres de Moçambique ou INGC, respondem pela assistência se reunindo em Beira. Mais de 100 especialistas foram a Buzi e Nhamatanda com 18 helicópteros, 35 navios 4 aeronaves, 8 caminhões e 30 telefones à satélite. Esforços com alimentos, dinheiro e insumos para reconstrução tem lugar em Beira, mas com o retorno dos rios a seu curso marcam o fim das operações de resgate. O dano à infraestrutura pelos ventos atingiu  cabos de eletrcidade e linhas de telecomunicações ocasionando falta de eletricidade, água e comunicações. Por fim, a ONU lançou campanha internacional para arrecadar 282 milhões de dólares destinados as vítimas e a OMS iniciou campanha de vacinação contra a cólera em Beira e demais áreas vulneráveis, além do provável aumento de malária nas áreas afetadas pelo ciclone.