O paradoxo do plâncton resulta do confronto entre a diversidade do plâncton e o princípio da exclusão competitiva conhecido como lei de Gause, sustentando que duas espécies ao competirem pelo mesmo recurso uma delas será extinta. Descrito em 1961 por G. Evelyn Hutchinson, propõe que o paradoxo se resolveria por gradientes de luz, movimento dos fluidos, simbiose ou comensalismo, predação, mudança das condições ambientais e heterogeneidade espaço-temporal. Descrito como limitados recursos suportam grandes variedades de espécies de plâncton, desprezando o princípio da exclusão competitiva. Daí, fatores ambientais e ecológicos interagem de modo que o habitat planctônico nunca atinge um equilíbrio para que uma única espécie seja favorecida.
Ferramenta preferida dos economistas, a Teoria dos Jogos, usada na criação de modelos virtuais, desde negociadores a polêmica criação de robôs que fraudam e enganam. Poderia encaminhar o grande paradoxo da biodiversidade ou explicar como recursos escassos são suficientes para sustentar multidões de espécies que habitam o planeta. Entender a biodiversidade levou a ideia sem sentido que o número de espécies deveria se igualar ao de recursos no ambiente; hipótese rejeitada pela realidade. Estudo publicado na revista 'Proceedings of the Royal Society B' com modelos de agressão da teoria dos jogos em que duas espécies, falcões sanginários e pombos pacíficos, no final do conflito não há dominantes, ambas coexistem, contrariando modelos clássicos de previsão que recursos sustentam espécies que melhor consomem.
Moral da Nota: o contraste entre teoria e observação tem sido qualificado de paradoxal, ilustrado nos ecossistemas de plancton visto nos oceanos com menos de dez recursos como luz, nitrogênio, carbono, fósforo, ferro etc que sustenta o crescimento orgânico visto na biodiversidade aumentando exponencialmente com a quantidade de recursos. Com um recurso, duas espécies coexistem, com dois quatro, com quatro 16 espécies e com 10 recursos chegamos a mais de 1000 espécies. O crescimento exponencial proporciona um meio de manter a biodiversidade. Resolver esse paradoxo clarificaria a biodiversidade, as extinções, prevendo possíveis direções futuras da evolução animal.