sábado, 26 de janeiro de 2019

Tudo se transforma

O mundo produz 400 milhões de toneladas de plástico/ano e após 40 anos da criação do primeiro símbolo universal da reciclagem, apenas 14% das embalagens plásticas são recolhidas à reciclagem e 10% efetivamente recicladas. Além do mais, 32% acaba no ambiente natural ou aterros, incineração ou recuperação de energia, sendo 8 milhões de toneladas/ano depositadas no oceano acarretando uma perda de U$ 120 bilhões para a economia global e U$ 13 bilhões aos ecossitemas marinhos/ano. Por sua vez, 50% das embalagens plásticas ou 26% do mercado de plásticos, podem ser recicladas com lucros substituindo sacolas plásticas por alternativas reutilizáveis. Por fim, a demanda por plásticos deve dobrar em 20 anos e o fracasso no lidar com a questão, significará que em 2050 haverá mais plásticos nos oceanos que peixes. Nem todos plásticos usados podem ser processados e caso todos consumidores e empresas a tudo reciclassem, uma grande proporção seria desperdiçada. Isto porque o processo usado atualmente, divide em pelotas reutilizadas na fabricação de novos produtos como embalagens, assentos ou roupas de poliésteres.
O que não pode ser reciclado ou 40%, são filmes plaśticos, bolsas ou plásticos laminados enviados aos aterros ou incinerados. Um modelo de negócios de sucesso no transporte de resíduos plásticos pequenos e leves, como filmes para usina de processamento centralizada está longe do lucro forte. Daí, surge sua utilização para transformar plástico em óleo puro, ao lado da remoção de produtos quimicos e outras substâncias adicionadas na fabricação. Por conta, a empresa britânica Recycling Technologies diz que desenvolveu equipamento que transforma materiais plásticos difícieis de reciclagem em óleo chamado Plaxx. Denominada RT7000 pode ser instalada em usinas de resíduos existentes transformando plásticos em óleo. Espera construir até 200 máquinas/ano e até 2027 pretende ver instaladas 1 700 máquinas, com potencial de reciclar 10 milhões de toneladas de plásticos/ano. Pode substituir óleos derivados de combustíveis fósseis na produção de novos polímeros e ceras sintéticas. Em suma, para cada tonelada de plástico tratada nas máquinas da empresa, serão economizados 1,8 tonelada de CO2.
A Comissão Européia pretende implementar estratégia sobre plásticos como parte do Plano de Ação para Economia Circular. Por conta, a China informa a queda de 66% no uso de sacolas plásticas equivalente a U$ 40 bilhões após a proibição em 2008. Em paralelo, restringiu importações de resíduos plásticos, muito porque parte do lixo para lá enviado não era reciclável, que por sua vez acabava no Mar da China e não na UE ou EUA. Fato este emblemático pois Grã-Bretanha, EUA, União Européia, até aqui, terceirizavam seus lixos plásticos em detrimento de enfrentar internamente a questão. Quanto a demanda para a reciclagem química se inserem os fabricantes de alimentos e bebidas. Através do pacto de Plásticos do Reino Unido, estando entre os signatários marcas responsáveis por 80% das embalagens plásticas comercializados na Inglaterra, incluindo aí a Coca-Cola, Unilever, Tesco e Asda. Assumiram compromisso de eliminar embalagens plásticas desnecessárias e reutilizar ou reciclar 100% até 2025, sendo 30% das embalagens provenientes da reciclagem.