sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Lavagem de dinheiro

Não é novidade que a novidade dos criptoativos não foi bem recebida pelo sistema financeiro, causando horror o fato de um país na modernidade exercitar mais de um padrão monetário como preconizaram economistas neoliberais. Como ferramenta sem fronteiras ou autoridade central, sem controle ou censura, segundo seus opositores é meio para a lavagem de dinheiro, por sinal, afirmativa verdadeira que serviu de argumento aos executivos do sistema financeiro.
Não devemos esquecer que o crime não é favorecido pelas invenções, o seu uso de forma criminosa é a questão. Tanto que isto é verdadeiro, que no Panamá Papers haviam 500 bancos envolvidos, muitos com nomes a zelar na praça como JP Morgan, Goldman Sachs, Santander ou Sabadell, investigados por evasão fiscal e lavagem de dinheiro, coisa que entre nós a Lava a Jato deixou lacuna. 
Moral da Nota: em 2016, o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), investigou a empresa Mossack Fonseca do Panamá em que mais de 500 bancos registraram cerca de 214 mil empresas a desviar recursos. O escritório panamenho criado em 1977 prestou serviços de fundação e administração de empresas offshore em troca de taxa anual, ao lado de serviços de gestão patrimonial com forte sigilo. Evidente que a evasão de recursos foi uma das coisas pois encobriram ações criminosas ou proteção e regularização de atividades ilícitas, inclusive acusações de financiamento de terroristas, ao lado de evasão de sanções internacionais. Só o HSBC possuía cerca de 2300 empresas offshore registradas na rede. 
Em tempo: Como vemos a questão não é crime mas perda de mercado para a tecnologia que progride. O avanço das sociedades pós modernas passa pela cesta de vaŕios padrões monetários, não só devido o tamanho das economias como pela sua complexidade.