quinta-feira, 19 de julho de 2018

Sob demanda

David Graeber, professor de antropologia da Escola de Economia de Londres, em Bullshit Jobs indica que as pessoas mais dinâmicas a medida que são empurradas para empregos sob demanda, paradoxalmente "o número de burocratas assalariados parece finalmente se expandir".
Diz que a automação produziu pessoas que se sustentam em "empregos ridículos" (procuremos e encontremos), enquanto outras fazem trabalho real com um contrato ou disputa temporária para chegar ao final do mês. Questiona o fato que considera empregos mais benéficos a sociedade, zeladores, motoristas de ônibus ou caminhões ou trens, trabalhadores rurais ou fábricas, professores, etc são os menos pagos e em muitos casos menos seguros.
Já Sara Kessler em seu livro 'Gigged' mostra que o trabalho sob demanda sorri para as pessoas com habilidades consideradas desejáveis, ao que chama de economia do show e permite-lhes um estilo de vida empresarial atraente, aos não qualificados, obrigados ao trabalho sob demanda por necessidade trata-se "a melhor das piores opções".
Moral da Nota: o professor e historiador econômico da Universidade de Cornell Louis Hyman no seu livro TEMP, mostra a situação real do trabalho tremporário nos EEUU. Avisa que em 1988 cerca de 90% das empresas utilizavam a mão de obra temporária, desde 1991 a cada desaceleração econômica significou uma perda permanente de empregos até que em 1995, 85% das empresas "terceirizaram a totalidade ou parte de pelo menos uma função comercial".