segunda-feira, 11 de junho de 2018

Hipocrisia

A matemática indica que devido aos bilhões de dólares em custos visando proteção da população urbana pelo aumento dos mares, enchentes, incêndios florestais e etc, onze cidades americanas entraram com processos contra o Big Oil para aliviar o ônus dos contribuintes pela sua primordialidade em causar o problema. Alegam que as corporações petrolíferas “contribuíram consciente e substancialmente para a crise produzindo promovendo e vendendo combustíveis fósseis que causam e exacerbam mudança do clima, ocultando e deturpando os perigos associados ao uso pretendido". 
A defesa entende que a questão climática é de governos não de tribunais e quem conhece diz que nos governos fazem lobby contra as políticas climáticas. Preferem que a Agência de Proteção Ambiental (EPA) tenha autoridade sob o Clean Air Act regulando emissões, entendimento este, compartilhado por alguns juízes em outras causas  relativas ao assunto. 
A questão em andamento tal qual no passado com o tabaco é paradoxal pois a EPA e o Congresso americano são bombardeados agressivamente pela oposição a soluções regulatórias, por conta do lobby atualmente em 115 milhões de dólares/ano só em oposição climática. Em outra frente lança dúvidas sobre a ciência do clima minando a confiança e exagerando na incerteza.
Moral da nota: o tempo e dinheiro gasto na defesa de uma questão humana, não político ideológica ou industrial, poderia ser canalizado para mitigar e dar resiliência. Tribunais infelizmente são uma forma urbana de resiliência. A medida que os efeitos se agravam certamente será mais difícil defender a causa.