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sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Micro redes

Em Palmeiras de Goiás no conjunto residencial de baixa renda Maria Perillo, se instala o maior projeto de energia solar de interesse social de Goiás. Os painéis solares permitem economia de quase todo o custo da "conta de luz" ou cerca de 45 reais/mês. A AGEHAB ou Agência Goiana de Habitação do governo de Goiás, desenvolve o maior dos quatro complexos residenciais com energia solar incorporado em programas habitacionais. A agência subsidia a instalação dos painéis por família pelo chamado "Check More Housing," suficiente para dois painéis e o equipamento necessário como inversores, cabos e etc. A desvalorização do real inviabilizou a importação de equipamentos, obrigando o realocamento de recursos para continuidade do projeto. 
Observa-se que a maioria das casas tem painéis mas poucas geram a própria energia. Após instalação, outras condições devem ser cumpridas para que a empresa de eletricidade, a italiana Enel, faça a conexão do sistema de cada casa à rede de distribuição. Naquelas que a geração de energia se concretizou a redução da tarifa elétrica foi de um quinto. No Centro-Oeste a radiação solar em uma área útil de 30 metros quadrados no telhado, produziria cinco vezes a eletricidade consumida por uma família de baixa renda, suficiente para 3,5 residências com consumo médio nacional ou 157 quilowatts/hora/mês.
Moral da Nota: A Aneel ou Agência Nacional de Energia Elétrica não permite que o consumidor venda a energia que gera, norma inexistente em países como a Alemanha por exemplo, que expandiram a geração de energia solar. Entre nós se estabelece por pressão das empresas de distribuição que entendem como perda de mercado, inclusive buscando um imposto sobre a geração solar distribuída (descentralizada), espécie de taxa para o uso de cabos, apesar da taxa de disponibilidade do sistema de distribuição. Entre nós, só o consumo pode ser compensado ou descontado na conta de eletricidade pela geração própria. O Residencial Maria Perillo por exemplo só acolhe a instalação de dois painéis ocupando um quinto do telhado, pois um módulo adicional excederia o consumo de famílias locais.
Em tempo: o impasse persiste pela inovação ainda não acompanhada pelo órgão regulador, que por várias questões mantém bloqueios. As micro redes no Brasil dependem da atualização do órgão regulador permitindo o estabelecimento de startups com blockchain para adquirir escala. A disseminação de micro redes, pode até não ser bem vista pelas distribuidoras, mas cria empregos, descentraliza, além de exigir menos investimento governamental em geração de energia.