Tecnologias que apoiam resiliência e adaptação climática podem criar oportunidades ao capital privado de US$ 1 trilhão até 2020, inseridas em perspectiva que aumentam os impactos humanos e financeiros dos desastres naturais,considerando que em 2024, houveram no EUA 27 "desastres climáticos de bilhões de dólares", 3 vezes mais que a média anual dos 44 anos anteriores,sendo que no 1º semestre de 2025, o mundo sofreu mais de US$ 162 bilhões em perdas econômicas decorrente catástrofes climáticas globais. A escala de danos decorre do impacto combinado de fatores diversos, incluindo o crescimento da exposição econômica em áreas de alto risco climático, a mudança climática e limitações de investimentos anteriores em resiliência e adaptação, sendo que pesquisa científica sobre potenciais perigos físicos das mudanças climáticas não é nova, nem o debate sobre causas e impactos, no entanto, mudanças no comportamento do mercado que sugerem foco por parte de clientes corporativos e consumidores na construção de resiliência, inclui gestão de riscos climáticos físicos. Provavelmente os sinais se intensificarão à medida que a Terra se aquece destacando o campo da resiliência climática,ou,adaptação climática definida como “processo de ajuste ao clima real ou esperado e seus efeitos” enquanto mitigação climática se concentra na redução das emissões de gases efeito estufa, em que resiliência climática abrange ações que os humanos podem tomar para prevenir ou reduzir impactos negativos dos riscos climáticos, ou, ações como construir e desenvolver infraestrutura, proteger ativos, evoluir operações da empresa e mudar atividades econômicas e de consumo. Objetivos das tecnologias de resiliência climática buscam melhorar e proteger vidas, meios de subsistência e recursos naturais que se tornaram mais importantes diante crescentes riscos climáticos e seus impactos, em mundo que exige ações e investimentos de líderes dos setores público e privado oferecendo ao investidor oportunidade de criar valor com benefícios da resiliência.As oportunidades identificadas não são impulsionadas apenas pelas mudanças climáticas recebem apoio de fatores como crescimento socioeconômico, avanços tecnológicos, transição energética, preocupações com risco e resiliência e disposição a pagar pela resiliência nos segmentos de clientes, daí, a combinação de fatores cria oportunidades à variedade de investidores e a mobilização de capital privado às tecnologias fortalecendo resiliência climática coletiva. Mudanças no comportamento ao longo da história mostrando adaptações às mudanças no ambiente via ações como migração e mudanças nos hábitos de vida ou trabalho nos leva a combinação de maior atividade humana e econômica em áreas propensas riscos climáticos, cujas limitações de investimentos anteriores em resiliência e clima em mudança aumenta o interesse em adaptação entre indivíduos, comunidades e empresas, com evidências que executivos e investidores estão cada vez mais reconhecendo risco financeiro que os riscos climáticos representam aos ativos e começam alocar atenção e capital à resiliência climática. O setor de seguros, por exemplo, incorporou a evolução do risco na precificação, observado no Índice de Seguros de Inquilinos e Residenciais, componente do Índice de Preços ao Consumidor dos EUA, que cresceu 3 vezes mais rápido de dezembro de 2022 a julho de 2025 comparado com 7 anos anteriores e começa implementar diferenciação na estratégia de precificação à clientes e regiões de alto risco, quer dizer, os prêmios de seguro residencial aumentaram nos estados de 2020 a 2023. Na Flórida, estado vulnerável a furacões e inundações, os prêmios aumentaram 55%, chegando a US$ 3.500 agravados pelo aumento dos custos de indenizações de seguro que excedem a inflação geral e o consequente aumento nos custos legais,crescentes de seguro que enviam sinais de precificação aos segurados sobre riscos e são outro indicador da importância de investir em resiliência. Por fim, a conscientização sobre riscos relativos ao clima estimula investimentos de proprietários de imóveis, empresas e líderes do setor público, partindo de base pequena com aumento de gastos em bens e serviços relacionados à resiliência em cada um dos tipos de riscos físicos, ou, incêndios florestais e calor intenso, tempestades e inundações, e seca e estresse hídrico.
Neste ecossistema,vale observar que o legado cultural indiano combinado a inovação oferece oportunidade de construir futuro em termos de recursos, considerando que práticas culturais da Índia oferecem base sólida, por exemplo, kabadiwalas coletando resíduos secos a utensílios de cobre duráveis e cozinhas comunitárias, os sistemas tradicionais exemplificam a presença da circularidade, no entanto, a liberalização e o consumismo mudaram comportamentos em direção a cultura do "fazer-usar-descartar". Restaurar o equilíbrio requer reparo e reutilização, incorporando circularidade aos novos hábitos de consumo cujo maior desafio reside nas indústrias que exploram inseguranças dos consumidores através do fast fashion, de gadgets de curta duração e estilos de vida homogeneizados em que têxteis sintéticos, por si só, poluem sistemas hídricos com microfibras, embora existam regras como a Política Nacional de Eficiência de Recursos de 2019 e Regras de Gestão de Resíduos Plásticos de 2022,no entanto, sua aplicação é fraca. A reutilização de resíduos de construção, têxteis ecológicos, cadeias de fornecimento de ciclo fechado e iniciativas de upcycling como a iniciativa sediada em Chennai que eliminou 1,7 milhão de mts³ de resíduos de aterro devem ser ampliadas com o apoio do Estado, sendo que a economia partilhada alinha-se com a preferência dos jovens indianos pelo acesso em vez da propriedade, alugando móveis, carros ou trajes de casamento. O brechó na moda denota estilo que reduz desperdício além de incentivos à empresas em tornar a partilha popular cujo sistema nacional de depósito e devolução de garrafas da Dinamarca por exemplo, mostra como a participação do consumidor pode ser incentivada ao passo que a Índia poderia replicar tais modelos à plásticos, lixo eletrônico e lixo hospitalar, ao mesmo tempo que expande compostagem em níveis domiciliares e comunitários. Empresas, governos e sociedade civil devem investir em infraestrutura, tecnologia e pesquisa, além de quebrar tabus relativos a produtos reciclados e reformados, fundamental à popularização do consumo circular, com especialistas no assunto dizendo que a Índia precisa de Política Circular em nível nacional com metas setoriais específicas, aplicação e colaboração entre domicílios e indústrias.
Moral da Nota: alterações climáticas podem reduzir o PIB global em 24% até 2100, com nações de baixa renda já enfrentando eventos climáticos extremos com infraestrutura limitada podendo sofrer perdas de 30% a 60% maiores que a média global, sendo as mudanças climáticas fenômeno prejudicial causado e agravado pela atividade humana que pode levar a perdas à economia global. Estudo estima que a renda per capita global pode cair até o ano 2100, número obtido ao comparar trajetória futura do aquecimento descontrolado a cenário em que o aumento implacável das temperaturas da Terra seja interrompido, destacando que a crise iminente e consequências não pouparão nenhuma nação, seja desenvolvida ou não. Publicado na PLOS Climate,os economistas Kamiar Mohaddes e Mehdi Raissi, da Universidade de Cambridge, lideraram a investigação, analisando como a economia global seria afetada por trajetórias climáticas diversas em que comparações feitas com base em temperaturas globais continuando subir a taxas semelhantes às de 1960 a 2014 e,em que aquecimento após 2015. Observaram que se as temperaturas globais continuarem subindo no ritmo atual de 0,04 °C/ano deixando pouco espaço às nações se adaptarem ou mitigarem, o PIB global per capita cairia de 10 a 11% até 2100 comparado as tendências anteriores e quando a variabilidade climática é considerada, as perdas aumentam à 12–14% e em comparação a cenário em que o aquecimento cessaria em 2015 as perdas projetadas aumentam à 20–24%. O estudo destaca que adaptação poderia amortecer o impacto da crise econômica ao construir comunidades e infraestrutura resilientes com melhor preparação à eventos extremos, amenizando o impacto, no entanto, o custo econômico a longo prazo continua significativo importando ressaltar que a adesão às metas climáticas internacionais, como o Acordo de Paris de 2015 que limitaria o aquecimento a 1,5°C pode gerar benefícios globais de renda. No caso indiano, lar da maior população do mundo que já enfrenta eventos climáticos extremos frequentes, o alerta é claro, sem medidas urgentes à construir resiliência climática seu crescimento econômico pode diminuir, com alterações climáticas podendo reduzir o PIB global em 24% até ao ano 2100 enquanto extremos climáticos colocam em risco o futuro da indústria indiana de chá, remodelando comércio global estimado em mais de US$ 10 bilhões/ano. A premissa que as mudanças climáticas afetariam nações mais pobres foi derrubada com o estudo mostrando que todas as economias, ricas ou pobres, enfrentarão consequências em setores como agricultura, indústria, transporte e varejo, com os autores concluindo que, “nenhum país está imune ao impacto das mudanças climáticas se as emissões de gases efeito estufa não forem reduzidas, em consequência, necessitam ações urgentes à enfrentar mudanças climáticas e proteger economias de novas perdas de renda”.