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quinta-feira, 30 de março de 2023

Resíduos plásticos

Estudo publicado na PlusOne revela que a crescente poluição plástica nos oceanos é composta principalmente por microplásticos, estimada em aproximadamente 82-358 trilhões de partículas de plástico pesando 1,1-4,9 milhões de toneladas. A concentração de plástico na superfície do oceano variou ao longo do tempo, aumentando após virada do século, onde foi observado rápido aumento na abundância do plástico oceânico desde 2005,  aceleração, notada nas densidades de plástico e relatada em praias ao redor do mundo. Pesquisadores da Califórnia usaram dados publicados sobre plásticos oceânicos flutuantes de 11.777 estações para criar série temporal global, estimando contagem média e massa de pequenos plásticos na camada superficial do oceano de 1979 a 2019. Na virada do século acelerou importação, exportação, produção doméstica de produtos plásticos e embalagens e a quantidade de resíduos plásticos gerados, como resultado, a Rede Internacional de Comércio de Resina Plástica tornou-se cada vez mais interconectada sob efeito combinado de mais participantes, conforme artigo de 2020 publicado no Journal of Cleaner Production, resultando no aumento do envolvimento de mais países, proximidade de vínculos comerciais e aumento do volume comercial,  crescendo 0,4 vezes, 7,7 vezes e 14,9 vezes, respectivamente.

Relatório de 2022 do World Wide Fund for Nature informa que os maiores contribuintes ao vazamento de plástico no continente africano são Egito, Nigéria e África do Sul, com Argélia e Marrocos juntando-se à lista dos 20 principais países costeiros que contribuem à poluição marinha por plásticos. O PNUMA informa que a Índia contribui com cerca de 15.343 toneladas de resíduos despejados diariamente nos mares do sul da Ásia, gerados em 60 grandes cidades indianas, sendo que em 1988,  o tratado MARPOL, acordo Juridicamente Vinculativo entre 154 países para acabar com a descarga de plásticos de frotas navais, pesqueiras e marítimas, Convenção Internacional à Prevenção da Poluição por Navios que adicionou o Anexo V, dando fim na descarga de plásticos nos oceanos, intervenção, seguida à Convenção da ONU sobre Direito do Mar em 1982 e Convenção sobre Prevenção do Plástico Marinho por Despejo de Resíduos e outras Matérias em 1972. Em 1991 foi lançada a 'Operação Clean Sweep' pela  Plastic Industry Trade Association visando perda zero de pellets, pós e flocos de plástico das fábricas, com a diminuição da ingestão de pellets na biota observada.  Artigo publicado na Science em 2020 avalia que apesar desses esforços, “não existe estratégia global baseada em evidências que inclua intervenções práticas e mensuráveis para reduzir a poluição plástica”, sendo que em  março de 2022, chefes de estado, ministros e representantes dos estados membros da ONU adotaram resolução para acabar a poluição plástica e forjar acordo internacional juridicamente vinculativo até 2024, resolução,  que analisou o ciclo de vida do plástico, incluindo produção, design e eliminação. Dentre as principais ações em negociação à Conferência de Paris em maio de 2023, estão a proibição global de plásticos de uso único, um esquema de "poluidor paga" e um imposto sobre a nova produção de plástico. Relatório de 2020 da Pew informa que podemos reduzir fluxos anuais de plástico no oceano em 80% nos próximos 20 anos, com soluções e as tecnologias existentes, tomando ações imediatas e ambiciosas.

Moral da Nota: relatório produzido em conjunto pela Economist Impact e The Nippon Foundation, informa que, permanecendo tendências atuais, o uso plástico dobrará em relação a 2019 nos países do G20 até 2050, atingindo 451 milhões de toneladas/ano, sendo que em 1950, apenas 2 milhões de toneladas de plástico eram produzidas no mundo. Mesmo em países com sistemas avançados de gerenciamento de resíduos, a reciclagem pouco ajudou na resolução da poluição, considerando que  pequena porcentagem dos plásticos é devidamente reciclada e, muitas vezes, acaba em aterros sanitários. As taxas de resíduos plásticos diminuíram em alguns pontos entre 1990 e 2005, em parte porque havia algumas políticas eficazes para controlar a poluição.

Em tempo: a poluição ameaça afluentes do Rio Negro no Amazonas e,  Manaus, é usada como lixeira pela população, que, diariamente autoridades tiram até 30 toneladas de lixo do rio e, anualmente mais de 5 mil toneladas em operação que custa R$ 900 mil/mês.


sábado, 19 de novembro de 2022

Poluição por plásticos

Apenas quantidade parcial do lixo plástico vem de rios da Europa e América do Norte, juntas, essas regiões contribuem com 5% do total global,  o que sugere que países mais ricos tem contribuição parcial no problema , no entanto, esses números olham ao plástico emitido internamente não considerando o fato de muitos países exportarem plásticos. Estima-se que a importação resíduos plásticos muitas vezes traz benefícios econômicos, via   reciclados reaproveitados em outros bens e alimentados em indústrias de manufatura, mais baratos que comprar ou fabricar in natura. O mundo gera 350 milhões de toneladas de resíduos plásticos/ano, significando que  2%  são comercializados, ou, em 2020, 5 milhões de toneladas comercializados globalmente. Os 98% restantes são manuseados internamente,  enviados a aterros sanitários, reciclados ou incinerados no país onde foi gerado,  não correspondendo o conceito que a maior parte dos resíduos plásticos do mundo é enviada ao exterior, sendo os 20% reciclados, comercializados,  Na última década, ocorreu grande declínio na quantidade de resíduos plásticos comercializados com taxas caindo dois terços desde 2010 por políticas na China em relação ao comércio plástico impactando na mudança global. Em 2016, o país importava mais da metade do plástico comercializado no mundo, em 2018, caiu para menos de 1%, sendo a razão desse declínio a proibição da importação dos tipos de resíduos plásticos em 2017, parte da decisão política mais ampla de interromper a importação de 24 tipos diferentes de resíduos sólidos, incluindo papel, têxteis e plásticos, proibições, implementadas decorrente preocupações ambientais e de saúde à material contaminado. Proibição que gerou dois impactos,  o primeiro, o volume total do comércio de plástico globalmente caiu e, o segundo,  outros países surgiram para ocupar o lugar da China como grandes importadores como  Malásia, Vietnã, Indonésia, Filipinas e Turquia importando mais plástico que em anos anteriores. A Europa é a região que mais exporta e importa plástico,  pois a maior parte é comercializada em determinada região com países europeus exportando a maior parte do plástico à outros países europeus., enquanto países asiáticos exportam mais para outros países asiáticos. Em nível nacional, a Alemanha é o maior exportador e importador, comercializando diferentes plásticos com  Holanda, Polônia, Áustria e Suíça, o mesmo valendo à Ásia, onde o Japão é o maior exportador para outros países asiáticos.

Relatório do Programa das Nações Unidas ao Meio Ambiente, PNUMA, avalia que os plásticos se acumulam nos solos em ritmo alarmante afetando saúde e produção de alimentos. Destaca que “há apenas quantidade finita de terras agrícolas disponíveis”, lembrando que “começamos entender que o acúmulo plástico pode ter repercussões na saúde do solo,  biodiversidade e produtividade, vitais à segurança alimentar” sendo que os plásticos estão presentes na agricultura, através dos macro-plásticos e  micro-plásticos que acabam na cadeia alimentar. Os macro-plásticos são usados ​​em invólucros protetores à cobertura morta e forragem, cobrindo estufas e protegendo culturas dos elemento  usados ​​em tubos de irrigação, sacos e garrafas se decompondo em micro fragmentos com menos de 5 mm de comprimento  penetrando no solo.  Além disso, existem micro-plásticos adicionados intencionalmente​​ como revestimentos à fertilizantes, pesticidas e sementes, alterando estrutura física do solo e limitando a capacidade de reter água,  afetando plantas, reduzindo crescimento das raízes e absorção de nutrientes, sendo que os aditivos químicos que se infiltram no solo afetam  cadeias de valor dos alimentos com consequências à saúde. O relatório informa que a maior fonte de contaminação micro-plástica no solo são os fertilizantes produzidos a partir de matéria orgânica, como o esterco, conhecidos como bio-sólidos,  mais baratos e melhores ao ambiente que os fertilizantes fabricados,  no entanto, misturado com micro-esferas, ou, partículas sintéticas usadas em sabonetes, xampus, maquiagem e produtos de higiene pessoal,  motivo de preocupação.

Moral da Nota: a Índia proibiu fabricação, importação, estocagem, venda, distribuição e uso de itens plásticos de utilização única identificados no país. A lista de itens proibidos incluía pratos de plástico, copos, talheres como garfos, colheres, facas, canudos, bandejas, agitadores, fones de ouvido com palitos de plástico, bandeirinhas de plástico, palitos de doces,  bastões para decoração, películas para embrulhar caixas de doces, convites, maços de cigarros e banners de plástico ou PVC menores que 100 mícrons.A medida tem como objetivo reduzir a crescente poluição plástica no país e, além disso, as empresas foram responsabilizadas pela reciclagem de  resíduos de embalagens plásticas sob responsabilidade estendida do produtor, EPR,Regras de Gerenciamento de Resíduos Plásticos, sendo que a compensação ambiental deve ser cobrada dos poluidores, ou, produtores, importadores e proprietários de marcas e, assim, melhorar a qualidade do  ambiente. 

sábado, 2 de julho de 2022

Austrália

Pesquisa da CSIRO, agência nacional de ciências da Austrália, concluiu que a poluição plástica costeira australiana diminuiu 29%,  descoberta que é parte de  projeto que avalia esforços de redução de resíduos. A pesquisa apoia a missão Acabar com Resíduos Plásticos da CSIRO, cuja meta é sua redução no ambiente australiano de 80% até 2030. Publicado na One Earth, baseia-se em pesquisas de lixo costeiro concluídas em 2013 incluindo 563 pesquisas costeiras e entrevistas com gerentes de resíduos em 32 governos locais. A pesquisadora do CSIRO e coautora do artigo, Dra. Denise Hardesty, disse que a pesquisa mostrou a rapidez com que a mudança pode acontecer quando são implantadas estratégias eficazes de gerenciamento de resíduos. O estudo classificou ações de gerenciamento de resíduos em três categorias para evitar o descarte inadequado baseadas em teorias estabelecidas do comportamento humano. Daí, emerge o Comportamento planejado com estratégias como guias de reciclagem, programas informativos e educacionais e iniciativas voluntárias de limpeza para reduzir o lixo costeiro, segue a Prevenção ao crime ou estratégias de gerenciamento de resíduos como vigilância de despejo ilegal e limpeza de praias e a Racionalidade econômica com ações como coleta de lixo e reciclagem na calçada, coleta de lixo pesado e proibição de sacolas de compras. O estudo mostrou que municípios que não atualizaram estratégias de gestão de resíduos ao longo do tempo, ou, que retiraram do orçamento a gestão de resíduos costeiros, tiveram "litorais mais sujos" ao longo dos seis anos do estudo, no entanto, municípios que melhoraram informações sobre gestão de resíduos em seu site e aumentaram esforços orçamentários de resíduos costeiros, mostram reduções significativas na poluição plástica ao longo do litoral.

Neste conceito,  estudo revela por modelo de computação que milhares de toneladas de microplásticos encontram-se na atmosfera, sendo as estradas o maior contribuinte e, transportados por grandes distâncias ao redor do globo mostrando que nenhum lugar está protegido contra a poluição. Os microplásticos medem menos de 5 mm de comprimento, de acordo com a NOAA,  National Oceanic and Atmospheric Administration, sendo que estudos anteriores mostraram que partículas microscópicas podem ser encontradas no oceano, em água engarrafada e até nas fezes humanas. A autora principal, Janice Brahney, cientista ambiental da Universidade Estadual de Utah, avisa que “os microplásticos têm capacidade de perturbar quase todos os ecossistemas, sem mencionar a saúde humana” e "na verdade, estamos apenas começando a entender o escopo da poluição, independente dos impactos", questão interligada ao clima , "já que os plásticos são produto de combustíveis fósseis". A pesquisa mediu durante 14 meses a precipitação de partículas do ar no oeste dos EUA como resultado da gravidade e da chuva,  estimando que  mil toneladas métricas de microplásticos estão na atmosfera acima do oeste americano. A análise do plástico mostrou que as estradas são as maiores culpadas, responsáveis ​​por 84% dos microplásticos atmosféricos, além dos oceanos com 11% e a poeira do solo agrícola com 5%, com a suspeita que contribuem à diferentes níveis de poluição em outras partes do mundo. A pesquisa descobriu que as partículas de plástico podem permanecer no ar entre uma hora e 6,5 dias, limite superior é tempo suficiente ao transporte intercontinental significando que até a Antártica corre o risco de poluição, apesar da ausência de fontes diretas de plástico.

Moral da Nota:  no hemisfério norte é verão e quase todo Portugal estava em seca severa em maio de 2022, segundo o IPMA, serviço meteorológico do país, o mais quente nos últimos 92 anos. A temperatura média de pouco mais de 19º C ou 3 graus Celsius mais alta que o normal e, ao mesmo tempo, a precipitação média de maio foi  pouco menos de 9 milímetros ou apenas 13% do esperado. Cientistas do clima dizem que Portugal pode esperar temperaturas mais altas e chuvas mais baixas como consequência do aquecimento global.