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sábado, 11 de fevereiro de 2023

Pessimismo e esperança

Perspectivas de IA e transição verde dão sensação em Davos que o caminho é positivo à economia global, sinais de esperança no pessimismo. Desde a realização pela primeira vez há 52 anos, quando a economia era dominada por Europa e EUA, as moedas fixadas sob a ótica de Bretton Woods e o petróleo custava US$ 2 o barril, a guerra fria caminhava com força,  a era vivida era pré-digital, além de computadores pessoais e smartphones parte do futuro e IA, ficção científica, a trilha percorrida mostra incerteza.  Mudou a sensação de melhoria substituída pela de piora, com visão distópica de futuro, através do empobrecimento e robôs roubando empregos além do risco no vício no combustível fóssil podendo levar ao desastre ou a mais sofrimento.

O secretário-geral da ONU, advoga que a luta contra alterações climáticas tende a insuficiência com o presidente da Ucrânia pedindo tanques, ao lado de temores sobre crise da dívida afetando mais, países mais pobres, além da pandemia, retorno da inflação de 2 dígitos dando sensação de desacerto. Surpreendeu o clima otimista, em parte, porque a comunidade WEF no limite da crise do custo de vida, sobrevivente de 3 anos, daí, o único caminho são as boas notícias. As taxas de inflação nos EUA, na zona euro e Reino Unido parecem chegar ao pico dando espaço aos bancos centrais limitar futuros aumentos de juros e a China se recuperando mais rápido que o esperado ao abandonar abordagem de tolerância zero à Covid. Caso a demanda na China aumente pode elevar o preço do petróleo e gás, desacelerando ou revertendo a queda da inflação no Ocidente e, nesse caso, o FED, o BCE e o Banco da Inglaterra manterão os juros mais altos por mais tempo, aumentando riscos de recessão. O FMI revisará a estimativa de crescimento global em 2023 decorrente melhora nos dados, mas a diretora-gerente, olha perspectivas  menos terríveis que há alguns meses. O otimismo em Davos emerge da convicção que o progresso tecnológico em IA, não só acelerou nos últimos 2 anos, mas continuará acelerar e, no setor de tecnologia que utilizam equipamentos militares avançados, razão de alegria, afinal, a guerra na Ucrânia fornece vitrine para mostrar produtos.

Moral da Nota: o potencial da IA para desempenhar papel na luta contra o aquecimento global, nos leva a Lord Nicholas Stern e Mattia Romani defendendo em artigo que o mundo tem "nova história de crescimento e desenvolvimento impulsionada pelo investimento e inovação em tecnologia verde e IA”. Especialista em economia da mudança climática, Stern, funciona como contrapeso ao secretário geral da ONU ao argumentar que os 5 anos vindouros serão cruciais se as metas líquidas zero forem alcançadas, com mais da metade dos pontos de inflexão às tecnologias verdes alcançados. O artigo de Romani e Stern nos informa que o custo da geração de energia à energia solar e eólica, incluindo armazenamento de bateria de curto prazo, cairá abaixo do carvão e gás nos EUA em 2023, esperando-se que veículos elétricos a bateria não subsidiados atinjam paridade de custo com veículos de combustão interna nos segmentos veículos leves do mercado até 2025-26, o mesmo acontecendo com o fertilizante verde. A IA tornar-se-á de uso geral, equivalente à eletricidade ou TI, parecendo provável o fim do longo período de baixo crescimento e fraca produtividade. Usada na análise de culturas e melhoria dos sistemas de alerta de desastres climáticos, facilitará descarbonização acelerando “pontos de inflexão e escala de tecnologias inovadoras em setores econômicos como fusão e energia solar, química quântica, design alternativo de proteínas e etc”. O investimento estimado é de US$ 5-7 trilhões/ano até 2030, na esperança que a transição verde represente a maior oportunidade de investimento desde a Revolução Industrial. 

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Davos

Em 16 de Janeiro de 2023 inicia o  Fórum Econômico Mundial de Davos com o slogan “Cooperação em um Mundo Fragmentado", cujo relatório anual nos últimos 17 anos publicado antes da cúpula, considerando 1200 opiniões de setores público e privado, avalia que a crise do custo de vida e mudanças climáticas são os maiores riscos no curto e longo prazo, respectivamente. O relatório informa  que o mundo deve colaborar de modo mais eficaz na mitigação e adaptação climática na próxima década, para evitar o “colapso ecológico” e o aquecimento global contínuo.

Neste ano, a produção do relatório foi através da empresa de serviços profissionais Marsh McLennan e Zurich Insurance Group que afirma ser a guerra na Ucrânia e a pandemia, impulsionadores da crise energética, escassez de alimentos e inflação, como problemas globais mais urgentes. Carolina Klint, líder de gerenciamento de risco à Europa Continental na Marsh, afirma a  CNBC que “estamos olhando à algo que parece novo, ao mesmo tempo estranhamente familiar”, “portanto, vemos retorno de alguns riscos mais antigos que sentimos ter feito um bom progresso em termos de solução, mas, estão de volta ao mapa de riscos”. Avalia que o impacto da crise do custo de vida nas populações vulneráveis é “muito difícil de aceitar” e que  "governos trabalham para mitigar esse impacto, ao mesmo tempo que tentam se proteger da espiral inflacionária e de dívidas historicamente altas”. Acrescenta que os governos enfrentarão compensações” nos próximos anos, pois, desafios sociais, meio ambiente e riscos de segurança competem por sua atenção. Dentre os riscos mais citados emergem desastres naturais,  confronto geoeconômico,  erosão da coesão social, cibercrime generalizado, migração involuntária em larga escala e crises de recursos naturais associados a mudança do clima. O cibercrime e a migração aparecem como riscos de longo prazo, embora questões relacionadas ao clima ocupem os 4 primeiros lugares, enquanto o custo de vida estava ausente da lista. Conclui dizendo que “interpretaria com um pouco de otimismo que seremos capazes de sair desse estresse, resultado de crise crescente decorrente da pandemia, embora o impacto da guerra Rússia-Ucrânia tenha efeito de transbordamento em tantas áreas diferentes.”

Moral da Nota: o diretor-chefe de estratégia e política global da Circle Internet Financial destaca que o desenvolvimento da tecnologia de criptomoedas não parou de crescer, apesar do inverno vivenciado. Em artigo publicado no site do Fórum Econômico Mundial sobre criptomoedas e a relevância que representam à sociedade e diversos setores econômicos. Após revisão afirmando que 2022 foi um ano terrível às criptomoedas, com  perda de $ 2 trilhões em valor de mercado menciona que para cripto-utópicos obstinados e alguns cripto-anarquistas 2022 não foi apenas um “inverno criptográfico” mas uma era do gelo, vendo a tecnologia subjacente  cripto e blockchain como a única que avançõu sem parar. Tomou como exemplo o JP Morgan e sua mudança de atitude face às criptomoedas, argumentando que apesar dos conselhos de administração e as equipas executivas assumirem com relutância seus mandatos de cibersegurança e transformação digital, acabaram por aceitar a realidade da adoção da tecnologia criptográfica como inevitável. 

Complementando: o Goldman Sachs lança a plataforma Digital Asset e Cantonde, blockchain habilitado à privacidade, de tokenização chamada GS DAP e desenvolvida com base na linguagem de contrato inteligente Daml, com o Banco Europeu de Investimento como primeiro alavancar a nova plataforma emitindo título totalmente digital em blockchain privada.