Perspectivas de IA e transição verde dão sensação em Davos que o caminho é positivo à economia global, sinais de esperança no pessimismo. Desde a realização pela primeira vez há 52 anos, quando a economia era dominada por Europa e EUA, as moedas fixadas sob a ótica de Bretton Woods e o petróleo custava US$ 2 o barril, a guerra fria caminhava com força, a era vivida era pré-digital, além de computadores pessoais e smartphones parte do futuro e IA, ficção científica, a trilha percorrida mostra incerteza. Mudou a sensação de melhoria substituída pela de piora, com visão distópica de futuro, através do empobrecimento e robôs roubando empregos além do risco no vício no combustível fóssil podendo levar ao desastre ou a mais sofrimento.
O secretário-geral da ONU, advoga que a luta contra alterações climáticas tende a insuficiência com o presidente da Ucrânia pedindo tanques, ao lado de temores sobre crise da dívida afetando mais, países mais pobres, além da pandemia, retorno da inflação de 2 dígitos dando sensação de desacerto. Surpreendeu o clima otimista, em parte, porque a comunidade WEF no limite da crise do custo de vida, sobrevivente de 3 anos, daí, o único caminho são as boas notícias. As taxas de inflação nos EUA, na zona euro e Reino Unido parecem chegar ao pico dando espaço aos bancos centrais limitar futuros aumentos de juros e a China se recuperando mais rápido que o esperado ao abandonar abordagem de tolerância zero à Covid. Caso a demanda na China aumente pode elevar o preço do petróleo e gás, desacelerando ou revertendo a queda da inflação no Ocidente e, nesse caso, o FED, o BCE e o Banco da Inglaterra manterão os juros mais altos por mais tempo, aumentando riscos de recessão. O FMI revisará a estimativa de crescimento global em 2023 decorrente melhora nos dados, mas a diretora-gerente, olha perspectivas menos terríveis que há alguns meses. O otimismo em Davos emerge da convicção que o progresso tecnológico em IA, não só acelerou nos últimos 2 anos, mas continuará acelerar e, no setor de tecnologia que utilizam equipamentos militares avançados, razão de alegria, afinal, a guerra na Ucrânia fornece vitrine para mostrar produtos.
Moral da Nota: o potencial da IA para desempenhar papel na luta contra o aquecimento global, nos leva a Lord Nicholas Stern e Mattia Romani defendendo em artigo que o mundo tem "nova história de crescimento e desenvolvimento impulsionada pelo investimento e inovação em tecnologia verde e IA”. Especialista em economia da mudança climática, Stern, funciona como contrapeso ao secretário geral da ONU ao argumentar que os 5 anos vindouros serão cruciais se as metas líquidas zero forem alcançadas, com mais da metade dos pontos de inflexão às tecnologias verdes alcançados. O artigo de Romani e Stern nos informa que o custo da geração de energia à energia solar e eólica, incluindo armazenamento de bateria de curto prazo, cairá abaixo do carvão e gás nos EUA em 2023, esperando-se que veículos elétricos a bateria não subsidiados atinjam paridade de custo com veículos de combustão interna nos segmentos veículos leves do mercado até 2025-26, o mesmo acontecendo com o fertilizante verde. A IA tornar-se-á de uso geral, equivalente à eletricidade ou TI, parecendo provável o fim do longo período de baixo crescimento e fraca produtividade. Usada na análise de culturas e melhoria dos sistemas de alerta de desastres climáticos, facilitará descarbonização acelerando “pontos de inflexão e escala de tecnologias inovadoras em setores econômicos como fusão e energia solar, química quântica, design alternativo de proteínas e etc”. O investimento estimado é de US$ 5-7 trilhões/ano até 2030, na esperança que a transição verde represente a maior oportunidade de investimento desde a Revolução Industrial.