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terça-feira, 25 de outubro de 2022

O desafio chinês

Populações de animais selvagens no mundo diminuíram mais de dois terços desde 1970, à medida que avança o desmatamento e a poluição oceânica, com Andrew Terry, diretor de conservação e política da Sociedade Zoológica de Londres, ZSL, avisando que esta "queda nos diz que a natureza se desfaz e o mundo natural se esvazia". Relatório do WWF, World Wildlife Fund, com dados de 2018 da ZSL sobre o status de 32 mil populações de animais selvagens que cobrem mais de 5 mil espécies, descobriu que o tamanho da população diminuiu 69% com desmatamento, exploração humana, poluição e mudanças climáticas como maiores responsáveis ​​pela perda. Populações de vida selvagem na América Latina e Caribe foram mais atingidas, queda de 94% em cinco décadas, como população de botos cor-de-rosa na Amazônia brasileira caindo 65% entre 1994 e 2016. As descobertas foram semelhantes às da última avaliação do WWF em 2020, com o tamanho da população de animais selvagens continuando diminuir a taxa de 2,5% ao ano. O relatório ofereceu vislumbres de esperança, enquanto a população de gorilas do  Parque Nacional Kahuzi-Biega, na República Democrática do Congo, caiu 80% entre 1994 e 2019 decorrente caça de carne de animais selvagens, enquanto a população de gorilas da montanha perto do Parque Nacional de Virunga aumentou de 400 indivíduos em 2010 para mais de 600 em 2018.

A primatologista Jane Goodall alertou que o  clima muda tão rapidamente que a humanidade fica sem chances de corrigi-lo e disse que o tempo está diminuindo para deter os piores efeitos do aquecimento global causado pelo homem. Goodall conhecida por estudo de seis décadas sobre chimpanzés na Tanzânia, encontrou comportamento "semelhante ao humano" entre os animais, incluindo propensão a fazer guerra, bem como capacidade de exibir emoções. Aos 88 anos foi imortalizada como figura de Lego e boneca Barbie,disse que seu despertar ambiental ocorreu na década de 1980 enquanto trabalhava na Mongólia onde percebeu que as encostas das colinas haviam sido despidas da cobertura de árvores. Goodall recebeu o Prêmio Templeton de US$ 1,3 milhão, prêmio anual ao indivíduo cujo trabalho aproveita ciência para explorar questões que a humanidade enfrenta. O dinheiro foi para o Jane Goodall Institute, organização global de conservação da vida selvagem e do ambiente que administra programas para jovens em 66 países.

Moral da Nota: relatório do Banco Mundial sobre desafios climáticos e de desenvolvimento da China, informa que o país precisa de até US$ 17 trilhões em investimentos adicionais para infraestrutura verde e tecnologia nos setores de energia e transporte para atingir emissões líquidas zero até 2060. Parte de uma nova série de Relatórios sobre Clima e Desenvolvimento por País, avisa que a China, segunda maior economia do mundo, precisaria de investimento privado para cobrir o imenso preço e liberar as inovações necessárias. O relatório avalia que a mudança climática representa ameaça ao país especialmente cidades costeiras economicamente críticas, podendo reduzir a produção de 0,5% a 2,3% já em 2030. O relatório avalia o consenso que é impossível atingir metas climáticas globais sem a transição da China à economia de baixo carbono,  observando que o país emite 27% do CO2 global e um terço dos gases efeito estufa do mundo. A China, segundo o relatório, poderia alavancar vantagens existentes, incluindo retornos mais altos na produção de tecnologias de baixo carbono, alta taxa de poupança doméstica e a posição de liderança em finanças verdes. O relatório conclui que é crucial a participação do setor privado para garantir o caminho chinês à neutralidade de carbono ressaltando necessidade de ambiente regulatório mais previsível e melhor acesso a mercados e finanças.


domingo, 10 de janeiro de 2021

Negócio da China

O Alibaba, empresa mais valiosa da China, adquiriu o Walmart China por US$ 3,6 bilhões detendo 72% do negócio do Sun Art Retail, grupo que opera mais de 480 grandes supermercados no país. O motivo alegado decorre do acontecido em outros países por causa da pandemia e os supermercados chineses em crescimento de pedidos online em 2019 tentam capitalizar a mudança no comportamento do consumidor. O Sun Art Retail teve receitas de US$ 14,2 bilhões em 2019 e no primeiro semestre de 2020 cresceu 5% comparado com o mesmo período de 2019, sendo que o domínio do Alibaba acontece pela compra da maioria de uma holding da francesa Auchan Retail International SA. No entanto, relatório da Euromonitor International avisa que a Sun Art não é nome familiar na China, operando grandes lojas de variedades com 14,1% de participação nas vendas de hipermercados, aí, o Walmart detém 10,3% do market share da categoria.

Em fins de 2019 a constatada queda no consumo do setor supermercadista  atingiu forte o Walmart, que no início de 2020 anunciou a necessidade de encontrar parceiro financeiro, fato ocorrido em várias subsidiárias da empresa no mundo. Após sete meses da declaração de pandemia ressurge o interesse na busca por aliado e segundo a empresa, apenas necessidade de braço financeiro para potenciar a operação local. A rede varejista já fechou acordo com o Alibabá na China e alianças na Inglaterra e Brasil, no entanto, o Walmart apresentou na Argentina linha de financiamento para PMEs de origem nacional e marca própria, chegando a 144 prestadores com taxas diferenciadas e redução de prazos de pagamento, comprometendo US$ 6 milhões para apoiar pequenos e médios fornecedores no país. O Walmart Argentina iniciou operações em 1995 sendo atualmente o nono maior empregador privado do país, com mais de 10 mil funcionários diretos em 92 lojas distribuídas em 21 províncias.

Moral da Nota: o Alibaba tem negócio de varejo online em crescimento construindo sua presença em supermercados físicos na China, utilizando-os para expandir capacidades de comércio eletrônico. Assumir o controle da Sun Art "ajudaria o Alibaba expandir sua estratégia integrando estratégia online e offline". O Diretor Executivo da Grande China Kantar Worldpanel explica que "uma rede maior de supermercados físicos aumentará o espaço de estoque do Alibaba à mantimentos e capacidade de entrega".


segunda-feira, 9 de novembro de 2020

China de Contrastes

A sociedade chinesa vê a implementação de moeda digital, IA e tecnologia blockchain, tecnologias com alto consumo de energia elétrica, atualmente produzida em sua maior parte pelo carvão e combustíveis fósseis impactando negativamente no meio ambiente. A direção em relação a energia verde exige remoção de barreiras tecnológicas, de infra-estrutura, regulatórias e de política tributária. A China nos últimos trinta anos, seguiu o caminho do crescimento econômico e tecnológico sem paralelos na história da humanidade. O governo desempenha um papel ativo na formação da economia digital global, servindo como patrocinador e construindo infraestrutura à digitalização, como investidor, consumidor e desenvolvedor ecológico.

A energia eólica e solar representaram 5,2% e 2,5% da geração nacional de energia da China em 2018 e a Administração Nacional de Energia anunciou retirada de subsídios a projetos de energia renovável em terra, que devem competir diretamente em leilão com outras formas de geração de energia. O investimento em energia renovável na China caiu 39% no primeiro semestre de 2019 comparado ao ano anterior e, a partir de 1º de janeiro de 2020, o preço da eletricidade passou por mudança que afeta a competitividade do preço da energia renovável em favor de carvão. Construir projetos de energia renovável no espaço transmitindo energia do sol de volta à Terra, remodela o modo como as redes recebem eletricidade e possui vida na China. Os projetos de SPS representam um salto monumental no combate a fontes de energia de carvão na China que piora poluição do ar e aquecimento global. O Pesquisador da Academia de Tecnologia Espacial da China descreveu o SPS como "fonte inesgotável de energia limpa aos seres humanos". Os planos da usina de energia solar da China inclui lançamento entre 2021 e 2025 de pequenas usinas de energia solar na estratosfera para gerar eletricidade, seguidas por uma usina de energia solar espacial gerando um megawatt de eletricidade em 2030, bem como usina de energia solar em escala comercial no espaço até 2050. Uma estação receptora construída em Xi'an, hub espacial da região, desenvolverá o primeiro parque de energia SPS do mundo.

Moral da Nota: o sócio e cientista da VeChain, empresa blockchain, explica que “a redução tradicional de carbono é impulsionada por ordens administrativas. Para combater isso, lançamos um Ecossistema de Carbono Digital, DCE, orientado ao mercado, o primeiro programa do mundo em blockchain que incentiva pessoas a proteger o meio ambiente.” O tempo dirá se a abordagem orientada ao mercado em blockchain da VeChain, contribui à proteção ambiental revertendo os efeitos das mudanças climáticas. Há um sentimento de fracasso do livre mercado considerar custos e danos ambientais, tratado por ações coletivas contra governos e empresas em mudanças climáticas em 28 países, incluindo a China, onde reivindicações de interesse público por tais danos tiveram algum sucesso.