O meteorologista americano Joseph Kincer perguntou em 1933 se clima estava mudando, com esta pergunta deu início ao esforço em entender a interferência da humanidade no clima, estudando tendências nas temperaturas em diversos locais ao redor do mundo, concluiu que estava ficando mais quente, não sugerindo contudo uma razão, anos depois, 1938, o britânico Guy Callendar mostrou que as temperaturas terrestres tinham aumentado 0,3 °C nos 50 anos anteriores, argumentou que o aquecimento era em parte devido ao aumento dos níveis de CO2 na atmosfera pela queima de carvão, baseado em teorias anteriores do efeito estufa, hoje, medições de estações em terra, de satélites e navios combinadas com modelos de previsão do tempo produzem imagem de como o clima muda o dia a dia e década a década. 2023 e 2024, foram os mais quentes em registros que remontam a início do século XIX e perto de 1,5 °C acima da temperatura do início da era industrial, quer dizer, demorou um século para a terra aquecer os primeiros 0,3 °C, enquanto mundo aqueceu 1 °C apenas nos últimos 60 anos e, ao buscar taxa de aquecimento global em meio a emissões de gases efeito estufa, a taxa na qual o mundo fica mais quente acelera e, se eduzirmos emissões o aquecimento, continua em ritmo mais lento e, somente quando as emissões forem líquidas zero é que as temperaturas se estabilizarão, teoricamente. A taxa de aquecimento global tem sido bastante uniforme em 0,2 °C por década de 1970 até hoje, mais rápido do que qualquer período anterior, os últimos 2 anos podem sugerir que a taxa acelera, embora ainda não esteja claro, considerando que antes de 1970, houve período de leve resfriamento global devido ao rápido aumento nas partículas de aerossol adicionadas à atmosfera e à queima de combustíveis fósseis, sendo que o início das políticas de ar limpo introduzidas na década de 1960 em muitos países ocidentais reduziu influência de resfriamento e, antes da 2ª guerra mundial, as variações naturais no clima dominavam, com a influência de aquecimento lenta decorrente industrialização inicial. A terra normalmente aquece mais rápido que a média global, com regiões oceânicas aquecendo mais lentamente, o Ártico aquece mais rápido que todos, até 4 vezes a média global, em 2025, o calor persistente nos últimos 2 anos surpreendeu cientistas do clima, é mais provável que 2025 seja mais frio que 2024, dada a transição às condições de La Niña no Oceano Pacífico tropical, quer dizer, a fase fria do ciclo natural conhecido como Oscilação Sul El Niño, ou, Enso, excederemos 1,5 °C de aquecimento como média de longo prazo em algum momento na próxima década ou mais, escolhas nos próximos anos determinarão se limitaremos o aquecimento global a 1,6 °C ou 1,7 °C acima dos níveis pré-industriais, ou se o mundo continuará aquecer, com consequências de quanto mais altas forem as temperaturas.
Aproveitando que a reunião de Busan na Coréia do Sul, inicia dia 25/11, vale dizer que, o BigOil produz mil vezes mais plástico que os esforços de limpeza mitigam, 5 empresas de petróleo e produtos químicos se comprometeram lidar com o lixo plástico, mas produziram mais plástico que desviaram do ambiente, dados do Greenpeace, quer dizer, para Acabar com o Lixo Plástico 5 empresas produziram 132 milhões de toneladas de plástico em 5 anos, comparados com 118.500 toneladas de lixo limpo, apesar das promessas de desviar 15 milhões toneladas de plástico, a aliança silenciosamente abandonou a meta, citando-a como excessivamente ambiciosa, sendo que as negociações do tratado da ONU para limitar a poluição por plástico enfrentam resistência de grupos da indústria que se opõem aos limites de produção, em suma, a poluição plástica contribui à degradação ambiental e riscos à saúde pública, mas a produção cresce, sem limitar a produção os esforços de reciclagem podem não evitar aumento dos níveis de resíduos nos oceanos e ecossistemas. Outra questão neste contexto, é o futuro da moda com IA, conforme Nataliya Grimberg na Upscale Conf 2024 chamou a atenção em palestra intitulada "AI Made Me Wear It ", na qual explorou como IA revoluciona a moda, com a designer e tecnóloga partilhando visão sobre como IA não só transforma o processo de design, mas o modo como nós escolhemos o que vestir diariamente, levando o público a um tour pelo futuro do vestuário onde o armário não é apenas recipiente à roupas, mas consultor pessoal equipado com IA. A palestra avançou no uso prático IA, destacando como modelos de linguagem, como ChatGPT, podem ser personalizados à fornecer recomendações de roupas com base no clima, preferências pessoais e contexto social, demonstrando como sua IA projeta seu visual ao evento em Málaga, onde optou por blazer de bolinhas e bolsa holográfica que refletisse a vibração futurística da conferência, com a tecnologia auxiliando decidir o que vestir e criando acessórios exclusivos para complementar a roupa, usando impressão 3D . Uma das ideias mais impactantes foi a experimentação de coleção desenhada inteiramente por IA em 2018, quando não existiam ferramentas como o ChatGPT, ao montar “um time dos sonhos” IA , que pediram opinião sobre como seria coleção de moda se pudessem usar roupas, a partir das respostas, criou coleção com preferências e aspirações das IAs personificadas, aí, o 1º passo de jornada em que tecnologia e moda se fundem até chegar ao ponto em que roupas podem ser criadas, usadas e desmembradas para reutilizar materiais em designs futuros. A palestra de Grimberg na Upscale Conf 2024 foi um olhar crítico e envolvente sobre o futuro da moda, tendo IA como coração pulsante, encerrando com apelo à reflexão, “está nas nossas mãos decidir como moldaremos este futuro, IA não é apenas ferramenta, é reflexo do que queremos ser e de como nos vemos”, a moda, guiada pela IA, pode ser sustentável, inclusiva e modo de redescobrir a criatividade, desde que ousemos pensar além do convencional.
Moral da Nota: o Japão tem a maior ingestão de iodo do mundo, variando de 1 a 3 mg/dia, sendo que a OMS recomenda ingestão de 100 a 299 microgramas por litro de urina enquanto a concentração urinária mediana de iodo no Japão é de 204 microgramas por litro, indicando ingesta adequada, com estudo analisando dados de exames de tireoide buscando associação entre exposição à radiação externa, ERE, e câncer de tireoide, dos participantes, 55,3% tinham valores de ERE ausentes e, para lidar com esses valores ausentes, a análise de sensibilidade e a imputação múltipla foram empregadas, sendo que imputação múltipla dá valores à valores ausentes criando conjuntos de dados completos, cujos resultados da análise utilizando imputação múltipla mostraram DRR, risco relativo de dose, de 1,202 e 1,201 ao Modelo 1 e 2, respectivamente, com intervalos de confiança de 95%, além de teste de equivalência conduzido à ERE, aplicando margem de indiferença em que os resultados mostraram que intervalos de confiança de 95% ao Modelo 1 e 2 foram dentro da margem de indiferença. Estudo de coorte de base populacional da Pesquisa, Gestão e Saúde de Fukushima, não encontrou associação entre ERE e detecção de câncer de tireoide na 2ª e 3ª rodadas de exames, em adolescentes residentes próximos a central atômica de Fukushima, mesmo após consideração dos valores ausentes usando análise de sensibilidade e imputação múltipla, no entanto, a associação entre ingestão de algas marinhas e câncer de tireoide é incerta e requer investigação adicional, sendo que na 2ª e 3ª rodadas de exames, 97 pacientes com câncer tireoide foram detectados, à taxa de detecção de 10,328, quer dizer, o estudo não mostrou associação entre exposição à radiação com dose baixa, mais de 99,9% da exposição radioativa referente ao acidente nuclear, foi menor que 5 mSv e a detecção de câncer de tireoide quando o período de acompanhamento foi em média de 3,7 anos, usando desenho do estudo de coorte. A relação entre iodo estável e câncer de tireoide é objeto de contradição, indicando efeito preventivo e outros sugerindo aumento do risco, no Japão, a ingestão de iodo é alta devido ao consumo de algas marinhas e as autoridades de saúde estabeleceram limites aceitáveis, sendo que o estudo analisa dados de exames de tireoide para encontrar associação entre exposição à radiação externa, ERE, e câncer de tireoide, dos participantes, 55,3% tinham valores de ERE ausentes, não encontrando associação entre detecção de câncer de tireoide e ERE na 2ª e 3ª rodadas de exames de tireoide, mesmo após consideração dos valores ausentes usando análise de sensibilidade e imputação múltipla, no entanto, a associação entre ingestão de algas marinhas e câncer de tireoide permanece incerta e requer investigação adicional.