A busca por medicamentos, desde COVID a colesterol elevado, alimenta oportunidades lucrativas à pessoas dispostas experimentarem ensaios clínicos, com trabalhos envolvendo voluntariado para testar medicamentos, produtos à pele e tratamentos em que centros de testes buscam voluntários saudáveis para verificar se os tratamentos são eficazes e seguros, se as doses e os efeitos colaterais estão sendo examinados em fases posteriores dos testes, portanto, embora se acredite que os medicamentos sejam seguros quando testados em humanos, existem riscos, como resultado, os voluntários são monitorizados 24 horas por dia, 7 dias por semana, em ambiente semelhante ao hospitalar. Os voluntários fazem isso porque sofrem de uma doença como enxaqueca ou psoríase e esperam a cura, outros gostam da ideia de ajudar os outros se curarem e alguns fazem simplesmente por dinheiro, já que o pagamento costuma ser generoso, com a WCCT Global, por exemplo, procurando adultos saudáveis dispostos experimentar medicamento para colesterol nas instalações da empresa em Cypress, sendo que o pagamento é de $ 8.500, próximo de 50 mil reais, exige que os voluntários fiquem 17 noites recebendo 3 refeições e lanches por dia, além de oferecer filmes e Wi-Fi, com poucas responsabilidades além de estar disponível à exames, sendo permitido fazer outros trabalhos, estudar, assistir filmes, navegar na Internet ou ler. A LabCorp, anteriormente conhecido como Covance Clinical Trials, oferece US$ 9.540 para testar medicamento para enxaqueca em Wisconsin, requer estadia de 3 noites e 10 visitas de acompanhamento, com uma simples pesquisa no Google encontram-se centros de testes locais, muitos, como LabCorp e WCCT, publicam lista de estudos disponíveis em seus sites, outras operações de teste, como Princeton Consumer Research, exige registro para visualizar estudos disponíveis, podendo pode se inscrever na ResearchMatch, organização sem fins lucrativos cujo objetivo é combinar voluntários com ensaios clínicos apropriados. A maioria dos testes é pessoal, portanto, a disponibilidade depende de onde se mora, grandes cidades com muitas instalações de pesquisa médica realizam estudos o ano todo, com ensaios clínicos mais difíceis de encontrar em áreas rurais com menos universidades e centros médicos, alguns ensaios noturnos pagam o suficiente para justificar a viagem, naturalmente, não há preocupações com estadia. Cada ensaio pago exige indivíduos saudáveis, outros requerem indivíduos com doenças não fatais como psoríase ou enxaquecas, pois ensaios clínicos recrutam pessoas gravemente doentes para testar eficácia dos tratamentos para o câncer ou doenças graves, no entanto, pacientes só são inscritos nestes ensaios por recomendação médica, nestes casos, a compensação é tratamento gratuito, não há dinheiro sendo que testes pagos devem ser submetidos a extensos exames físicos, raios-x e exames de sangue, outros ensaios clínicos são menos intrusivos, além disso, exigem pernoites prolongados, enquanto outros envolvem consultas ambulatoriais e telefônicas.
Um estudo pode ser concluído em poucos dias ou estender-se por anos, exigindo monitoramento intermitente necessitando em todos os casos conhecimento com antecedência que tipo de ensaio se trata, riscos e quanto e quando será pago, na verdade, antes de ser aceito, há descrição detalhada do estudo e possíveis efeitos colaterais, sendo que a remuneração total varia, com estudos curtos e ligeiramente intrusivos pagando entre US$ 25 e US$ 100 por hora, estudos noturnos pagam mais, muitas vezes milhares de dólares, no entanto, salários mais altos significam riscos mais elevados, geralmente, indivíduos são monitorados a noite para garantir que não apresentam reações adversas ao tratamento. Há pessoas voluntárias por vários motivos, com a blogueira do LogicalDollar, Anna Barker, fezendo apenas por dinheiro, na época, ainda na faculdade, se ofereceu como voluntária à estudo de 2011 sobre a eficácia das vacinas contra a gripe, com a primeira visita durando pouco menos de 2 horas, posteriormente, tudo o que precisava fazer era telefonar a cada semana para informar se estava ou não com gripe, o pagamento foi de $ 1.200. Outro evento são os exames gratuitos, nos EUA tudo é pago, com Riley Adams, contadora pública na área de São Francisco, juntando-se a estudo da Universidade de Tulane sobre densidade óssea por motivo diferente, estava prestes se casar e seguia a dieta Keto e, preocupada com o cardápio rico em gordura da dieta afetar a saúde, quis fazer teste de composição corporal, considerando que esses testes podem custar até US$ 350 e não são cobertos pelo seguro e quando encontrou o estudo de Tulane, oferecendo testes gratuitos de composição corporal como parte do pacote, agarrou a oportunidade, com o estudo, durando menos de 4 horas em 3 visitas presenciais, pagou US$ 400. A escritora da Flórida, Gerri Detweiler, que sofre de enxaqueca, tentou um novo medicamento porque estava procurando cura, ganhou pouco mais de US$ 1.000, em troca, participou de vários exames presenciais e respondia todas as noites a pergunta rápida sobre se estava com dor de cabeça, a medicação ajudou, mas ajudou outras pessoas e o medicamento foi aprovado e Detweiler disse estar orgulhosa de ter participado de algo que ajuda pessoas que sofrem de enxaqueca.
Moral da Nota: estudo, liderado por Mette Sorensen, do Instituto Dinamarquês do Câncer em Copenhague, Dinamarca, publicado on-line em 4 de setembro de 2024, no The BMJ, mostra que a exposição prolongada a partículas menores que 2,5 μm de diâmetro, PM2,5, se associa a risco maior de infertilidade em homens, enquanto exposição a ruído do tráfego rodoviário está associada a risco maior de infertilidade em mulheres com idade menor que 35 anos e possivelmente em homens com idade maior que 37 anos. Avaliou a associação entre exposição prolongada ao ruído do tráfego rodoviário e PM2,5 e infertilidade em 526.056 homens, idade média, 33,6 anos, e 377.850 mulheres, idade média, 32,7 anos, que estavam coabitando ou eram casados, tinham menos de 2 filhos e viviam na Dinamarca entre 2000 e 2017, sendo que a exposição residencial ao ruído do tráfego rodoviário, fachada mais exposta da casa, e PM 2,5 foi estimada usando modelos validados e vinculados a dados de registros nacionais, sendo que os diagnósticos de infertilidade foram identificados em homens e mulheres do Registro Nacional de Pacientes da Dinamarca em acompanhamento médio de 4,3 anos e 4,2 anos, respectivamente. Concluindo, cada aumento de 2,9 µg/m3 na exposição média de 5 anos ao PM2,5 foi associado a aumento de 24% no risco de infertilidade em homens de 30 a 45 anos, razão de risco ajustada, nenhuma associação significativa foi encontrada entre a exposição ao PM2,5 e a infertilidade em mulheres e a cada aumento de 10,2 dB na exposição média de 5 anos ao ruído do tráfego rodoviário foi associado a aumento de 14% na infertilidade em mulheres de 35 a 45 anos e a exposição ao ruído foi associada a risco reduzido de infertilidade em homens de 30,0 a 36,9 anos e risco aumentado em homens de 37 a 45 anos.