terça-feira, 3 de setembro de 2024

Climatechange Brasil

Estudo publicado no Scientific Reports revela que em 2020, Incêndios florestais mataram 17 milhões de animais no Brasil incluindo répteis, pássaros e primatas, que perderam não apenas suas vidas, mas, biodiversidade nesses eventos extremos e, com as mudanças climáticas agravando eventos extremos no mundo cientistas deparam com alta mortalidade entre animais nos incêndios florestais que devastaram o centro oeste e norte do país. Fatores antropogênicos influenciaram a frequência, duração e intensidade da seca em muitas regiões do globo terrestre e o aumento da frequência de incêndios florestais está entre as consequências mais visíveis das mudanças induzidas pelo homem com cientistas esclarecendo que, apesar do papel do fogo na determinação dos resultados da biodiversidade em diferentes ecossistemas, os incêndios florestais potencializam impactos negativos na vida selvagem. Conduziram pesquisas de solo para estimar o impacto dos incêndios florestais de 2020 sobre vertebrados no Pantanal, em área afetada de até 39.030 km², com o estudo explicando que, "o caso do Pantanal lembra que o impacto cumulativo de queimadas generalizadas seria catastrófico pois a recorrência do fogo leva ao empobrecimento do ecossistema e interrupção de seu funcionamento". Pesquisadores disseram que testemunharam aumento na intensidade e frequência de incêndios florestais levando a quantidade sem precedentes de área queimada, no entanto, os impactos dos incêndios florestais na vida selvagem ainda são pouco conhecidos e, além das mudanças climáticas, culpam fatores regionais como desmatamento, ignição e uso incorreto do fogo, ausência ou estratégia inadequada de gerenciamento de paisagens, invasão da vegetação, maior necessidade de fogo como ferramenta de gerenciamento e liberação de gases efeito estufa que, por sua vez, contribuem às mudanças climáticas como fator-chave por trás das temporadas extremas de incêndios florestais. Os incêndios queimaram 16.210 kms² da porção brasileira do Pantanal em 2019 que aumentaram à 39.030 kms² em 2020, também foi causado pela baixa da quantidade de chuvas, temperaturas mais altas e maior frequência de eventos climáticos extremos em que a maioria dos incêndios brasileiros são causados ​​pelo homem, muitas vezes iniciados ilegalmente por grileiros que desmatam florestas para pastagem de gado ou plantações, com tendência a aumentar em junho e pico em setembro, conforme dados históricos, podendo sair do controle na estação seca, queimando grandes faixas de floresta. O Brasil abriga a maior floresta tropical e áreas úmidas tropicais do mundo, Amazônia e Pantanal, que sofreram incêndios dramáticos em 2019 e 2020, respectivamente, causando a maior perda anual de floresta desde 2015 atraindo críticas à resposta governamental.

Já, estudo da World Weather Attribution, defende que mudanças climáticas alimentaram e agravaram incêndios precoces em áreas úmidas do país e tornaram as condições quentes, secas e de ventos 4 a 5 vezes mais prováveis, em quadro ambiental que normalmente incêndios florestais no Pantanal aumentam em julho de forma invulgar no início de 2024, começando em fins de Maio e, em 2020, um terço das zonas úmidas queimou e matou 17 milhões de vertebrados sendo que as mudanças climáticas intensificaram em 40% seu impacto no ecossistema, alimentando incêndios florestais que provavelmente mataram milhões de animais em 2024 no Pantanal brasileiro, maior área úmida do mundo. Mudanças climáticas tornaram as condições quentes e secas enquanto equipe global de cientistas examina o papel desempenhado pelo clima em condições climáticas extremas em que as águas normalmente abundantes do Pantanal e sua localização, entre a floresta amazônica, o cerrado brasileiro e florestas secas do Paraguai atraem animais raros e turistas, normalmente, os incêndios florestais no Pantanal aumentam em julho com pico entre agosto e setembro e, de forma incomum, no início deste ano em ritmo que ameaça exceder o recorde de 2020. Um dos autores do estudo e pesquisador da Universidade de Évora e UFRJ esclarece que "os incêndios florestais do Pantanal de 2024 têm potencial de se tornarem os piores de todos os tempos, em condições ainda mais quentes esperadas neste mês e nos próximos meses", sendo que antes do fenômeno da mudança climática, as condições climáticas de incêndios iniciais semelhantes eram raras, agora, são esperadas a cada 35 anos. Dados da UFRJ indicam que os incêndios estão se expandindo rapidamente no Pantanal e que quase 10% do ecossistema, área maior que o estado de Connecticut, queimou até agora em 2024, maior extensão já registrada no período, considerando que o pantanal no centro-oeste do Brasil abriga espécies animais e vegetais como onças, ariranhas, lobos-guará, macacos bugios e veados-do-pantanal e, com o tempo, à medida que o clima esquenta mais, prevê-se que se tornará mais quente e seco, com cientistas esclarecendo que, embora as mudanças climáticas piorem os incêndios, os humanos frequentemente provocam a faísca com fazendeiros que limpam terras ateando fogo ou deixando para trás a vegetação que facilmente inflama.

Moral da Nota: mudanças climáticas se relacionam à temperatura, umidade e seca e se associam ao aumento da frequência, duração e gravidade dos incêndios florestais em muitos países em que grandes incêndios florestais incluindo os dos EUA, 2017-2023, Austrália, 2019-2020, Canadá, 2023, Grécia, 2023, Rússia, 2021, floresta amazônica, 2019, e Bolívia, 2010 a cada ano, 44 milhões de pessoas são expostas à qualidade do ar insalubre decorrente fuligem liberada. Padrões de incêndio variam ano a ano, dados meteorológicos demonstraram que, no mundo, as pessoas vivenciaram 6 dias a mais de alto risco de incêndio, em média, de 2018 a 2022, comparado com 2003 a 2007, e essa exposição aumentará em 9 dias extras por pessoa,11%, até 2050, já que, desde 1985, a terra queimada por incêndios florestais nos EUA aumentou de 1 milhão de hectares, 6.276 km, anual, à mais de 3 milhões de hectares, 18.507 km, por ano, tendência que está associada às mudanças climáticas, padrões geográficos sazonais de ventos e supressão histórica de incêndios, ou, prática de extinguir incêndios rapidamente levando a acúmulo de biomassa não queimada que alimenta futuros sinistros maiores, além da ocupação humana de áreas florestais aumentando risco de incêndios florestais por vezes acidentais ou intencionais colocando habitação humana mais próxima da interface entre áreas selvagens e urbanas. Pesquisa da Rutgers Health nas áreas de Nova Jersey e Nova York, Publicado na Environmental Science & Technology e, destaque de capa, mostrou que incêndios florestais causados ​​pelo clima transferem partículas nocivas contendo produtos químicos tóxicos por longas distâncias, comprometendo qualidade do ar, além de avaliação de características físicas e químicas de partículas relacionadas aos eventos, sendo o primeiro relatar essa caracterização de incêndio florestal causado pelo clima na região povoada do Nordeste norte americano. O professor assistente na Rutgers School of Public Health e diretor do Rutgers Climate Adaptive and Restorative Environments Lab, diz que, “nos EUA, incêndios florestais causados ​​pela mudança climática estão revertendo melhorias de uma década na qualidade do ar ambiente” sendo a questão urgente, pois há crescentes evidências sugerindo que a poluição por incêndios florestais se associa a impactos de saúde piores que aos comparados à poluição não causada por incêndios florestais. Evidências incluem estudos epidemiológicos que ligam o evento, incêndios florestais, a visitas de emergência respiratória e cardiovascular em Nova York embora pouco se saiba sobre mecanismos por trás desses impactos, enquanto análises físico-químicas avançadas de partículas mostram que grandes quantidades de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, HAPs, de alto peso molecular, compostos orgânicos causadores de câncer, no pico do incidente em 7 de junho de 2024, além de resultados mostrando que a dose potencial estimada de inalação de material particulado, PM10, em período de exposição de 72 horas foi de mais de 9 microgramas de partículas depositadas nos pulmões cujos efeitos em outros órgãos estão sob estudo. Por fim, resultados do estudo oferecem informações sobre composição em evolução da matéria particulada sendo que a análise das propriedades ópticas será apresentada em estudo complementar, liderado por afiliado da Rutgers School of Public Health que examinará o efeito que a matéria particulada de incêndios florestais tem na temperatura da Terra e sua influência adicional nas mudanças climáticas em cidades densamente povoadas.