segunda-feira, 10 de junho de 2024

Telemedicina

Ensaio clínico mostrou que telemedicina em abordagem a pacientes com ICFr,  insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida, em extensão rural da Nação Navajo, no Arizona e Novo México, aumentou taxas de GDMT, terapia médica orientada por diretrizes, 30 dias pós inscrição, ensaio que inscreveu 103 membros da Nação Navajo. A líder do estudo, professora assistente de medicina cardiovascular na Universidade da Pensilvânia em Filadélfia, Pensilvânia, e cardiologista no Gallup Indian Medical Center, em Gallup, Novo México, locais onde foi empregado o programa de telessaúde, avalia que telemedicina inclui fornecer manguito de pressão arterial à uso domiciliar conectado via telessaúde com prestadores de cuidados primários que falam Navajo. Ao apresentar resultados do ensaio na reunião do American College of Cardiology, publicado no JAMA Internal Medicine, esclareceu que “houve aumento na adesão ao GDMT à medida que pacientes passaram dos cuidados habituais à intervenção”, esclarecendo que "análise do resultado primário de adição de GDMT em 30 dias, mostra que o resultado primário ocorreu mais frequentemente no braço de intervenção que no braço de tratamento habitual, 66% vs 13%,  significativo estatisticamente". O objetivo era determinar quantos pacientes adicionaram classe de tratamento GDMT em 30 dias ou aumento na dose entre pilares do tratamento de primeira linha do GDMT decorrente medicação prescrita, observando que a iniciativa telemedicina foi projetada após obter informações da nação Navajo e anciãos tribais, sendo que os pacientes foram divididos em grupo que começou no programa de telemedicina e demais que passaram de cuidados habituais à intervenção em intervalos de 30 dias, até que todos tivessem feito transição pós 4 meses. O Serviço de Saúde adotou iniciativa de telemedicina GDMT nos centros Gallup e Tohatchi, Novo México, com planos de expandi-la ao Arizona, explorando modos de atingir outros estados com base em contribuições da comunidade tribal e dos mais velhos, contribuição vital à concepção de programas de extensão de saúde à população nativa americana. "Um dos maiores sucessos foi se concentrar em ambientes comunitários iniciais", em que “abordaram comunidades sobre sua agenda, único modo de sabermos que confiarão no programa e que é sustentável em algumas das comunidades, além de barreiras sistêmicas à saúde” concluindo que o "estudo foi bem-sucedido porque um falante Navajo, alguém da comunidade, procurou as pessoas e conversou com elas, comunicações realmente básicas."

Artigo publicado na JAMA Network Open intitulado “Perspectivas de Oncologistas sobre Implicações Éticas no Uso de IA em Tratamento do Câncer”, realizado de 15 de novembro de 2022 a 31 de julho de 2023, em que foram pesquisados 204 oncologistas nos EUA provenientes de 37 estados, dois terços do sexo masculino, brancos não-hispânicos, com metade dizendo ter algum nível de familiaridade com modelos de decisão clínica. No geral, 85% disseram que modelos em IA precisavam ser explicáveis pelos oncologistas para serem usados em cuidados clínicos, sendo o termo 'explicável' definido porque os próprios oncologistas tinham que entender como as decisões estavam sendo tomadas pela ferramenta IA, decorrente ao fato de ser um "algoritmo complicado que não entendem", 85% dizem que isso simplesmente não é aceitável. Cerca de um quarto disse que pacientes precisam ser capazes de entendê-lo, 85% disseram que eles próprios precisavam entendê-lo antes de usá-lo,  81% dos médicos afirmaram que era necessário obter consentimento dos pacientes para poder utilizar tal ferramenta na tomada de decisões, ou seja, não bastava aos médicos dizerem que iriam usar sendo que 4 em cada 5 disseram que os pacientes tinham que concordar. Em caso de divergência dos processos de pensamento e decisões dos médicos em relação ao que a ferramenta IA dizia, opções foram oferecidas naquele momento, mas a recomendação mais comum e, certamente não a maioria, porque havia muitas opções, era que o médico deveria apresentar tanto sua opinião como sua recomendação ao lado da IA e deixar o paciente tomar a decisão. A pesquisa mostrou que 91% dos médicos disseram que em questões médicas legais, a principal responsabilidade médica legal era dos próprios desenvolvedores,  foram responsáveis e acrescentaram que os médicos deveriam ter alguma responsabilidade e o hospital ou sistema hospitalar deveria ter alguma responsabilidade, mas a principal responsabilidade cabia aos desenvolvedores. Por fim, três quartos dos médicos disseram que os próprios médicos deveriam tomar medidas necessárias e fazer o que pudessem para reduzir o preconceito em qualquer um destes programas IA, por outro lado, 28% disseram não ter ideia de como fariam isso, sendo esta, claramente uma área complexa em evolução, importante que pessoas que a utilizarão no futuro, compreendam, e que suas opiniões sejam solicitadas e dadas.

Moral da Nota: ataque cibernético interrompeu nos EUA “operações clínicas” na Ascension, organização de saúde sem fins lucrativos, forçando-a tomar medidas à minimizar impactos no atendimento a pacientes, ao “detectar atividades incomuns” em seus sistemas de computador que levou a investigação e notificação às “autoridades competentes”, sendo que a  Ascension “iniciou procedimentos para garantir que a prestação de cuidados ao paciente continue segura com mínimo impacto possível”. A Ascension não respondeu imediatamente às perguntas sobre se o incidente envolvia ransomware, que bloqueia computadores para que hackers possam exigir taxa, sendo que prestadores de cuidados de saúde nos EUA sofreram  ataques de ransomware nos últimos anos, alguns dos quais interromperam atendimento aos pacientes, ataques, que custaram aos prestadores de saúde milhões de dólares. A Mandiant, especialista terceirizada, para auxiliar no processo de investigação, remediação e notificação das autoridades competentes, avisou que caso alguma informação sensível fosse afetada notificariam e apoiariam conforme diretrizes regulamentares e legais relevantes e, por precaução, recomendava parceiros de negócios suspensão temporária da conexão com o ambiente da Ascensão e quando for apropriado reconectar-se. Por fim, ataque ransomware a subsidiaria de cuidados de saúde UnitedHealth Group, causou perturbações nas faturas de farmácias nos EUA e ameaçou tirar do mercado prestadores de cuidados de saúde.