sexta-feira, 19 de abril de 2024

Intercâmbio descentralizado

A troca descentralizada de arquivos revoluciona acesso a dados eliminando dependência de servidores centralizados ao usar tecnologia P2P à distribuir arquivos através de rede de nós, além de distribuir e acessar dados sem depender de servidor centralizado os arquivos são guardados em rede de nós conectados, através do uso da P2P, tecnologia peer-to-peer, ou, entre pares. Ao compartilhar arquivos, cada usuário da rede pode aportar espaço de banda e armazenamento, em que BitTorrent e InterPlanetary File System, IPFS, são exemplos conhecidos de protocolos descentralizados de troca de arquivos, sendo que a descentralização da troca de arquivos transformou a forma como usuários acessam conteúdos digitais e armazenam, com diferença dos sistemas centralizados convencionais que armazenam arquivos em um único servidor, o intercâmbio descentralizado utiliza mecanismo P2P em que a dispersão de arquivos entre rede de nós enlaçados favorece a sistema mais robusto e seguro.

A tecnologia P2P, peer-to-peer, é baseada no conceito de descentralização que permite participantes da rede realizar transações sem necessidade de intermediários ou servidor central, semelhante ao funcionamento do Bitcoin, em que nenhum administrador é obrigado a manter controle das transações do usuário na rede, em vez disso, os pares da rede cooperam para lidar com negócios e gerenciar o BTC. Peers referem-se aos nós ou computadores que executam tarefas e têm o mesmo poder dentro de uma rede blockchain sendo que Blockchain é rede P2P que atua como livro-razão descentralizado à um ou mais ativos, referindo-se a sistema peer-to-peer descentralizado onde cada computador mantém cópia do livro-razão e verifica autenticidade com outros nós para garantir dados, em contraste, as transações num banco são mantidas em segredo e supervisionadas. A segurança dos algoritmos de consenso subjacentes e privacidade das transações estão ligadas à sua implementação, tornando a rede P2P componente das blockchains, no entanto, nenhum protocolo P2P comum à blockchains foi sugerido, em vez disso, diferentes criptomoedas desenvolveram e adaptaram seus protocolos peer-to-peer, em que os nós, pares, estão conectados uns aos outros enquanto uma rede mesh com topologia “plana” conecta nós da rede e sem hierarquia e, numa rede peer-to-peer, os nós fornecem e consomem serviços simultaneamente com a reciprocidade servindo como motivação à participação, tornando redes P2P abertas, descentralizadas e robustas por natureza. Cada nó na rede serve como cliente e servidor à outros nós em uma rede P2P, tornando-a diferente de configuração cliente-servidor tradicional e sempre há um servidor central em uma configuração cliente-servidor do qual o cliente baixa arquivos, pelo contrário, numa configuração descentralizada cada nó atua como servidor que pode descarregar arquivos e partilhá-los com outros nós e um nó pode executar funções de compartilhamento e recebimento simultaneamente que responde pela velocidade, segurança e eficiência da rede P2P. A arquitetura P2P pode ser categorizada em redes peer-to-peer estruturadas, não estruturadas e híbridas,  sendo que nas estruturadas os nós interagem com base em estrutura organizada, permitindo que procurem arquivos com precisão, mesmo que o conteúdo esteja indisponível, ao passo que as não estruturadas permitem que os participantes da rede entrem ou saiam conforme desejarem, além disso, devido à falta de estrutura definida, os participantes conversam entre si aleatoriamente e, por fim, as redes híbridas P2P mistura aspectos do design P2P com abordagem cliente-servidor tradicional, por exemplo, permite localizar um nó utilizando servidor central, além de estrutura de aplicativos de rede distribuída chamada arquitetura cliente-servidor atribuindo tarefas a servidores e clientes no mesmo sistema que se conectam narede de computadores ou Internet. As redes ponto a ponto oferecem benefícios em relação à arquitetura cliente-servidor tradicional pois não existe um ponto único de falha na rede distribuída de computadores, por outro lado, os dados podem ser apagados se o servidor ficar inativo no modelo cliente-servidor, além disso, as redes P2P resistem bem a ataques, uma vez que são descentralizadas e não possuem servidor centralizado, ao contrário dos bancos, as blockchains que usam arquitetura P2P não podem impedir que os participantes da rede façam uma transação.

Mora da Nota: o Sistema de Arquivos Interplanetários, IPFS, foi desenvolvido como fenômeno inovador da Web3 representando implementação de rede descentralizada, avanço no armazenamento e recuperação de arquivos oferecendo alternativa que capacita usuários com maior controle e experiência de Internet mais resiliente, sendo que o protocolo IPFS foi concebido para estabelecer sistema descentralizado, capaz de funcionar em locais tão desligados ou distantes como os planetas. Introduzido em 2015 pelo engenheiro de computação Juan Benet e mantido pela equipe do Protocol Labs, que criou o Filecoin, criptomoeda e método cooperativo de armazenamento digital e recuperação de dados na blockchain, basicamente, o IPFS é sistema distribuído ponto a ponto, P2P,  para armazenar, acessar e compartilhar arquivos, sites, aplicativos e dados descentralizados incorporando técnicas distribuídas e economia de largura de banda de torrents. A principal distinção entre web centralizada e descentralizada reside na forma como dados são identificados e recuperados, na web centralizada, o usuário depende de entidades confiáveis para hospedar dados e acessá-los usando Uniform Resource Locators, URLs,  baseados em localização, em contraste, a rede IPFS utiliza sistema de endereçamento de conteúdo onde o próprio conteúdo desempenha papel fundamental para ajudar o usuário localizar o que procura, no IPFS, cada parte do conteúdo é identificado por hash exclusivo chamado IPFS Content Identifier, CID,  significando que o conteúdo é armazenado e recuperado com base em seu hash e não na localização, tornando mais difícil censurar ou manipular. A web descentralizada do IPFS consiste em computadores interconectados chamados nós que usam tabelas hash distribuídas, DHT,  sistema de armazenamento descentralizado que fornece pesquisas e armazenamento no mapeamento de chaves à valores e, em um DHT, cada nó responde por chaves específicas e valores mapeados podendo efetivamente recuperar o valor correspondente à determinada chave. Embora IPFS e blockchain sejam tecnologias descentralizadas atendem a propósitos diferentes, têm características distintas e casos de uso distintos enquanto o  IPFS se concentra na criação de rede global e descentralizada para armazenamento e compartilhamento de arquivos cujo objetivo é melhorar eficiência e resiliência dos protocolos web tradicionais, permitindo que  arquivos sejam armazenados em vários locais tornando-os resistentes à censura e garantindo disponibilidade mesmo que alguns nós fiquem offline. A blockchain serve como livro-razão descentralizado registrando transações ou dados de modo transparente e à prova de falsificação, depende de mecanismos de consenso e algoritmos criptográficos para garantir integridade e segurança dos dados armazenados na cadeia, além disso, é usada para aplicações descentralizadas, DApps, e envolve criptomoedas, contratos inteligentes e DeFi, finanças descentralizadas. Embora o IPFS possa ser usado em conjunto com blockchain, serve a propósitos diferentes, o IPFS fornece sistema descentralizado de armazenamento e distribuição enquanto blockchain fornece modo descentralizado e transparente de registrar e verificar transações ou dados.