quarta-feira, 10 de abril de 2024

Fatores de risco

Os cientistas pesquisando modo de prever precocemente o início da doença de Alzheimer com apoio IA, encontram fatores de risco precoces na prevenção da Doença identificando idade, histórico familiar e genética bem como alguns específicos do sexo, incluindo disfunção erétil e aumento da próstata nos homens ao lado de osteoporose nas mulheres. Existem 69 milhões de pessoas com Alzheimer prodrômica, isto é, quando apresenta sinais de declínio cognitivo leve enquanto outros 315 milhões apresentam doença pré-clínica em que os sintomas não se desenvolveram, mas as alterações cerebrais sinalizam potencial ao desenvolvimento. Estudos anteriores identificam fatores de risco iniciais de Alzheimer com cientistas  da Universidade da Califórnia através da IA  identificaram fatores de risco precoces até 7 anos antes dos sintomas ocorrerem e descobriram que alguns eram específicos do gênero. As descobertas publicadas na Nature Aging envolveram Alice S. Tang, MD/Ph.D. do Laboratório Sirota, parte do Departamento de Pediatria e do Instituto Bakar de Ciências da Saúde Computacional da Universidade da Califórnia e principal autor deste estudo, avaliando que detectar fatores de risco precoce à doença de Alzheimer é importante em se tratando de doença neurodegenerativa que evolui com sintomas e progressão devastadores, difíceis de “tratar” no sentido de reversão.

A utilização IA envolveu banco de dados clínico de mais de 5 milhões de pessoas em busca de condições concomitantes em pacientes com diagnostico de doença de Alzheimer esclarecendo que, “IA é termo amplo que se refere à ciência das máquinas serem capazes de pensar como humanos e tomar decisões”, neste caso, explica a pesquisadora, que “aplica um tipo de IA chamado aprendizado de máquina onde computadores podem aprender com os dados e, em geral, serem capazes de contabilizar grandes quantidades de dados heterogêneos, registros clínicos, que podem se correlacionar”. Acrescenta que “a utilização IA pode dar conta dessa complexidade optando por buscar interpretabilidade para que o modelo não seja modelo IA 'caixa preta', mas que possa dizer quais são fatores de risco iniciais na decisão da IA fazendo com que um médico que observe os resultados possa optar por acreditar ou não na IA, dependendo desses fatores”. Utilizar IA e base de dados clínica, levou investigadores identificar fatores de risco precoces à doença tanto em homens como mulheres, incluindo hipertensão, colesterol elevado e deficiência de vitamina D e, a partir desta informação, cientistas descobriram que poderiam identificar pessoas que desenvolveriam a doença de Alzheimer até 7 anos antes com precisão de 72%. “A margem de erro do modelo pode ser vista como boa, porque, como modelo de previsão inicial, significa que há margem para alterarmos o risco, no entanto, esperamos previsibilidade devido a influência de riscos conhecidos, por exemplo, idade e condições relacionadas não tão modificáveis”. Pesquisa publicada em 2015 encontrou risco aumentado à doença de Alzheimer quanto à demência não-Alzheimer em pessoas com disfunção eréti,l enquanto estudo publicado 2021 descobriu que homens com próstata aumentada corriam persistentemente risco maior de desenvolver doença de Alzheimer e demência por todas as causas, outra pesquisa publicada em dezembro de 2021 relatou que a osteoporose pode aumentar a probabilidade de desenvolver doença de Alzheimer ou doença de Parkinson em adultos com 40 anos de idade ou mais. A autora principal esclarece que “em última análise, no futuro, imaginamos que um modelo personalizado na clínica será capaz não apenas de prever o risco, mas de listar fatores de risco à cada paciente para aconselhamento e tratamentos mais direcionados”, daí, “o que há de único neste estudo é que ilustra a conexão gene-ambiente, sendo que o status genético de uma pessoa torna-se muito mais clinicamente significativo no contexto de 2 fatores de risco claros, ou, o colesterol alto e a osteoporose, especialmente em mulheres”. O Dr. David Merrill, psiquiatra geriátrico e diretor do Pacific Brain Health Center do Pacific Neuroscience Institute em Santa Monica, CA, comentou que é ótimo ver dados úteis provenientes do uso precoce da IA à medida que é aplicada para identificar pessoas em risco de contrair doença de Alzheimer, mais cedo ou mais tarde, abordou a importância de identificar precocemente fatores de risco que podem ser potencialmente modificados como colesterol elevado e saúde óssea, concluindo que “é importante identificarmos riscos modificáveis em mulheres vulneráveis ao desenvolvimento de Alzheimer com o envelhecimento”. Dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, CDC, indicam que nos EUA, em 2020, 5,8 milhões de pessoas tinham doença de Alzheimer enquanto pesquisa conduzida pela Alzheimer’s Society em 2019 indica que mais de 850 mil pessoas viviam com demência no Reino Unido naquele ano e, globalmente, 55 milhões de pessoas vivem com demência, de acordo com a OMS.

Moral da Nota: a Health Care Without Harm trabalha para lançar movimento global no setor da saúde a zero emissões, já que poderemos ver mais de 9 milhões de mortes adicionais relacionadas ao clima anualmente até o final do século, estimativa que pode ser conservadora. Em fases iniciais de um movimento massivo à ação climática nos cuidados de saúde, onda que a Health Care Without Harm, HCWH, ajuda construir, sendo que a HCWH é ONG internacional que trabalha desde 1996 para reduzir a pegada ambiental do setor da saúde e mobilizá-lo como defensor da saúde e justiça ambiental inserida na  descoberta, em 2019, que, se os cuidados de saúde fossem um país seria o 5º maior emissor de gases efeito estufa do planeta, sendo o setor da saúde, paradoxalmente, contribuinte à problemas de saúde relacionados ao clima e parte da solução.  A crise climática é crise de saúde global em expansão e rápida evolução que ameaça fazer com que a pandemia recente seja insignificante em comparação as tempestades violentas, ondas de calor, inundações e secas que caracterizam alterações climáticas com grandes impactos na saúde humana.  O estresse térmico agrava doenças cardiopulmonares e morte, aumenta resultados adversos da gravidez e parto enquanto incêndios florestais relacionados ao clima poluem o ar causando doenças respiratórias, ao passo que, infra-estruturas de saúde foram destruídas no mundo devido fenômenos meteorológicos extremos, prejudicando a prestação de cuidados ao lado da ansiedade climática e desafios relacionados com saúde mental que aumentam em conjunto  doenças transmitidas por vetores como malária, Lyme e chikungunya, em áreas onde antes não existiam ou estavam ausentes. Desmatamento generalizado acelera propagação de doenças zoonóticas e aumenta possibilidades de futuras pandemias enquanto condições meteorológicas extremas perturbam agricultura, aumentam escassez de alimentos e prejudicam nutrição provocando deslocamento humano e migração trazendo  desafios à saúde. Em 2022, a ATACH, Aliança à Ação Transformativa sobre Clima e Saúde, órgão global informal ancorado na OMS, foi estabelecida como veículo aos 83 ministérios da saúde que assinaram compromissos na COP26 para trabalhar na implementação e, em 2023, a presidência indiana do G20, com o apoio do BAD, Banco Asiático de Desenvolvimento, garantiu compromissos dos ministros da saúde e chefes de estado do G20 para alinhar sistemas de saúde com o ATACH, o primeiro compromisso coletivo dos chefes de estado em matéria de clima e saúde, responsáveis por 75% das emissões relacionadas a cuidados de saúde.  O sector saúde enfrenta obstáculos para atingir zero líquido em cadeia global de abastecimento de cuidados de saúde cuja produção e distribuição de produtos farmacêuticos, dispositivos médicos, equipamento hospitalar, alimentos respondem por mais de 70% da pegada climática do setor e, sua transformação, exige mudanças na regulamentação dos fatores e processos de produção da indústria dos cuidados de saúde bem como nos sistemas de embalagem, transporte e eliminação, medidas que exigirão transformação econômica em países e iniciativa dos produtores do setor privado para alterar processos enquanto governos e sistemas de saúde consagram regulamentos, políticas e práticas de compras sustentáveis.