Considerando os US$ 5,2 trilhões de subsídios aos combustíveis fósseis em 2017, com responsabilidade direta de 33,1 bilhões de toneladas de CO2 em 2019 lançadas na atmosfera, agravando poluição do ar, emergem questões no desenrolar do aquecimento da terra, transição energética e cumprimento das metas do Acordo de Paris. Esperando-se aumento de 50% da demanda de energia até 2050, o uso dos combustíveis fósseis causa problemas ao ambiente e a saúde acarretando custos de mais de US$ 5 trilhões/ano, com estudos nos alertando que a poluição do ar causada pelos combustíveis fósseis causa 8,7 milhões de mortes prematuras a cada ano. Em qualquer país os orçamentos deveriam estar em linha com a política ambiental considerando o custo social do carbono, SCC, estimado em US$ 50 por tonelada de CO2.
Amostragem considerando o governo indiano que subsidiou combustíveis fósseis em mais de um trilhão de dólares em 2022 indiretamente apoiando emissão de 20 bilhões de toneladas de CO2. Considerando modelo em que 50% de US$ 1 trilhão em subsídios aos combustíveis fósseis, ou, US$ 500 bilhões, para energia renovável e soluções de armazenamento de energia, haveria impulso considerável na transição à energia limpa. Seria implantado mais de 880 GW de capacidade renovável à custo médio de US$ 0,57/W, reduzindo dependência com a crescente demanda de energia de modo sustentável. Redirecionando 25% de US$ 1 trilhão ou US$ 250 bilhões para eficiência energética cujos estudos sugerem que para cada US$ 1 investido em eficiência energética economizamos US$ 2 a US$ 4 em custos de energia ou até US$ 1 trilhão em despesas com energia. Realocar 25%, ou, US$ 250 bilhões em transporte de veículos elétricos, EV, com subsídio médio do EV em US$ 7.500 por veículo, seriam mais de 33 milhões de EVs reduzindo emissões de gases efeito estufa, melhorando qualidade do ar e diminuindo dependência de combustíveis fósseis. Redirecionando 30% de US$ 1 trilhão de subsídios aos combustíveis fósseis em reflorestamento, investiríamos US$ 300 bilhões na restauração de florestas a custo médio de US $ 0,10 para plantar uma árvore, seriam plantados 3 trilhões de árvores que absorveriam CO2 e criariam habitats às espécies combatendo erosão do solo e fornecendo serviços ecossistêmicos. Para adaptação climática e projetos de infraestrutura, 15% seriam US $150 bilhões revertidos em redução de perdas econômicas e proteção de comunidades, ou, 10% para melhorar a infraestrutura e gestão da água com sistemas de irrigação agrícola mitigando impactos de secas e inundações.
Moral da Nota: consideremos que 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são desperdiçados anualmente, necessitando investimento e controle visando redução de emissões de gases e combate a fome, quando os 10 maiores fundos de investimento ganharam US $ 2 bilhões especulando sobre o preço de commodities alimentares. Investigação da Unearthed, unidade de jornalistas investigativos do Greenpeace, revela que no primeiro trimestre de 2022 fundos de investimento aproveitaram a incerteza no conflito armado na Ucrânia, especulando em commodities de soja e grãos, inflando cotações que já estavam em alta por conta da pandemia. Destaca que a especulação pode ser um dos principais fatores que levaram ao aumento drástico dos preços dos alimentos e que essas 20 empresas poderiam alimentar 230 milhões de pessoas mais vulneráveis do mundo e ter os bilhões de lucro sobrando.