segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Smart economy

A China lançou sua própria Blockchain Service Network, BSN, e se uniu à NEO para criar cadeia sem permissão. Comunicado compartilhado com CryptoPotato, ecossistema NEO nativo da China, criando cadeia autorizada chamada Jiuquan e, conforme o relatório, será uma das dez blockchains que formarão o ecossistema chinês blockchain.  No comunicado, o NEO planeja integrar seu serviço de nomes de domínio como parte da nova cadeia para funcionar como DDCs e substituir sequências de hash por frases.

NEO é projeto de criptomoedas de código aberto que utiliza blockchain e smart contracts para automatizar a gestão de ativos digitais, podendo ser definida como smart economy. Conceito, que incorpora operações com smart contracts, identidades digitais e ativos digitais na blockchain, com objetivo de formar base de dados transparente e descentralizada que permita empresas gerir operações beneficiando novas vertentes tecnológicas e, com isso, melhora eficiência dos processos e reduz custos,  projeto desenvolvido pela OnChain.  A empresa chinesa é líder na tecnologia blockchain, além desenvolver o NEO, a OnChain é a principal ligação entre esse projeto e entidades parceiras. A empresa criadora do NEO, OnChain, visava criar plataforma blockchain que tivesse recursos do ethereum, realizasse contratos inteligentes e transações evoluindo recursos de interoperabilidade e migração entre blockchains públicos e privados. Em 2017 o projeto mudou de imagem e nome,  originando a criptomoeda NEO, cujo objetivo era chegar onde os desenvolvedores almejavam e, nesse contexto, a empresa passou a ter relações próximas com o governo chinês e outras companhias do país. Assim, a criptomoeda e o ecossistema por trás do NEO geraram avanços na área blockchain com criação do protocolo de consenso para escalabilidade dBFT, tolerância delegada a falhas bizantinas, cujo algoritmo é versão modificada do BFT, utilizado, por exemplo, no bitcoin e etherium. O projeto dBFT permite validadores escolhidos em sistema de votação, cujo objetivo é escolher 'nós' que criarão o bloco e confirmarão as transações, significando que o NEO é uma criptomoeda que não pode ser explorada, sistema que permite gerar blocos mais rápido e com baixo custo energético permitindo alta escalabilidade comparada com blockchain. O NEO não é minerável como o bitcoin, é plataforma que executa contratos inteligentes com transferências rápidas e instantâneas realizadas na rede NEO,  garantindo anonimato das transações na internet. Uma das vantagens do NEO é a economia inteligente cujas transações são mais rápidas em comparação com opções de sistemas disponíveis no mercado,  apoiado pelo governo chinês, assim como empresas de grande porte do país, com isso, o criptoativo tornou-se popular na China pois o apoio governamental teve efeito legitimador.

Moral da Nota: a Red Date Technology, sediada em Hong Kong, criadora da Rede de Serviços Blockchain, BSN, projeto nacional blockchain da China, lançou a Rede Universal de Pagamento Digital, UDPN, no Fórum Econômico Mundial, WEF, 2023 em Davos, projeto para implementar stablecoins e moedas digitais do banco central, CBDCs, em pagamentos internacionais. A empresa de engenharia de tecnologia GFT Technologies e o mecanismo de criação de ativos digitais TOKO do escritório de advocacia DLA Piper  contribuem no desenvolvimento da UDPN. O South China Morning Post informa que a futura plataforma, UDPN, assegurará interoperabilidade entre  dois tipos de tokens que serviria a propósito semelhante ao que a rede SWIFT faz aos bancos, exceto para stablecoins e CBDCs. O white paper da UDPN explica que o objetivo é permitir que empresas de países diversos “transacionem e liquidem em diferentes moedas digitais regulamentadas”, assim como a rede SWIFT criou o padrão comum original para mensagens entre instituições financeiras em diferentes sistemas de liquidação, a UDPN servirá ao mesmo propósito à geração emergente de CBDCs e stablecoins. O SWIFT, ou, Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication, é o sistema mais comum para transferências interbancárias globalmente e tem sido visto como alavanca ao Ocidente que, por exemplo, cortou bancos russos da rede após a invasão da Ucrânia por Moscou. Uma visão de alto nível da arquitetura UDPN descreve sistemas CBDC conectados a “nós de transação” fora da cadeia que, por sua vez, conectam aos “nós validadores” na cadeia.  O white paper da rede afirma que ela oferece suporte apenas a “CBDCs e sistemas de moeda estável lastreados em fiduciários regulamentados como métodos de pagamento”,  acrescentando que,  “nenhuma criptomoeda de cadeia pública não regulamentada, como Bitcoin por exemplo, será aceita.” Desde 2014, o governo russo desenvolve seu Sistema de Transferência de Mensagens Financeiras, SPFS, enquanto em 2015 Pequim lançou o Sistema de Pagamento Interbancário Transfronteiriço, CIPS. A Red Date disse que vários bancos Nível 1 participarão dos testes de prova de conceito entre janeiro e junho de 2023 com representantes do Deutsche Bank, HSBC, Standard Chartered e Banco do Leste Asiático  presentes no evento. A BSN, lançada em 2020 com a China Mobile, o serviço de compensação de cartões bancários Unionpay e o State Information Center,  think tank do governo, foca em facilitar implementação blockchain nos sistemas corporativos de TI. Em roteiro de 15 de janeiro de 2021, o BSN disse que planejava construir sistema CBDC global que “muda o método atual de pagamento e circulação, permitindo padronização de transferência de moeda digital e procedimento de pagamento para qualquer informação ou sistema."